CAPÍTULO 16

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Todo o homem é culpado do bem que não fez.

~Voltaire

Socorro!
Acordo gritando e se debatendo na cama. Estou suando e com falta de ar. Minhas mãos tremem enquanto tento ligar o abajur.
  Vejo minha porta se abrir com tudo e a Gaby entrar correndo desesperada.
– o que aconteceu Isabelly?? Você quase fez eu ter um infarto, achei que tinha alguém aqui.
  Estou tentando buscar ar para meus pulmões, minhas mãos estão tremendo de mais e o suor evaporou, fazendo eu sentir  ondas de frio pelo meu corpo. Meu coração está quase saltando do meu peito. Acho que estou entrando em uma crise de ansiedade agora.
– Eu  tive um pesadelo, não!
– Não o que Isabelly? — preocupada minha prima pergunta.
Meu deus eu vou chorar.
– Fala Isabelly, você tá bem? — mexo minha cabeça em negação, para ela.
– Eu lembrei do que aconteceu na minha adolescência Gaby. Como se eu estivesse lendo um livro sobre a minha vida. — mexo minhas mãos sobre os cabelos, em nervosismo.
– Eu vi você, eu vi a Hannah,  a Amy o homem sem rosto, meu acidente e a Jeniffer, eu lembrei disso tudo Gaby. — minha voz embargada.
Conto tudo para a Gaby e Eu e ela ficamos em total silêncio só olhando uma para a outra. Ela  aperta minhas mãos enquanto eu começo a chorar descontroladamente.
  Desde que Michael Hanson foi preso, e as cartas foram colocadas na mesa depois que achamos a Hannah, ela contou toda a verdade e tudo o que aconteceu. Mesmo assim eu não entendia, e não lembrava de nada. Tudo o que ela dizia parecia mentira. Até o momento em que a Hannah contou que houve um acidente e eu fui achada com a cabeça ensanguentada e o corpo machucado. Nesse acidente fiquei gravemente ferida, mas não só do acidente, eu havia sido espancada, porém os policiais da época decidiram ignorar esse fato. Quando eu acordei Minha família explicou que minha memória poderia ir voltando de pouco em pouco a cada momento. Ela voltou na parte de estudos pois eu forçava ela todo dia nessa situação. Quando eu  começava a estudar eu lembrava que já tinha visto e aprendido àquilo, e se essas partes da minha memória não tivessem voltado nem minha profissão eu poderia ter agora. Contudo Foi nessa fase da minha vida que fomos embora de duskwood, e a família da Gaby também. Nossas famílias se sentiram ameaçadas e com medo de ficar em duskwood. Depois do meu acidente quem mais me ajudou foi  a Gaby. Ela cuidava de mim e fazia de tudo para forçar minha memória a lembrar de outras coisas. Ela ficou do meu lado em tudo e é por isso que agora na minha segunda etapa da vida, eu digo que eu e ela viramos uma só pessoa.
   Agora eu lembrei de tudo. Do dia que a Jennifer foi atropelada e do dia do meu acidente. Mas não sei se gostaria de ter lembrado, tenho certeza que isso ainda vai aterrorizar meus pensamentos de agora em diante. Como já está me matando nesse momento.
– Meu deus Isabelly, como você está se sentindo? Eu não sei nem o que dizer agora.
– Eu também não sei Gaby, está tudo confuso, eu ainda não estou acreditando que vi tudo aquilo e aguentei tanto tempo, eu só queria apagar isso da minha mente de novo . — enxugo meus olhos com a manga da minha blusa.
  Gaby me dá um olhar triste e só faz com a cabeça de que entende o que estou pensando agora .
– Escuta Isabelly, eu sei que pela sua cabecinha agora você está pensando "como eu fui um monstro assim, como eu consegui aguentar tanto tempo" mais você não teve culpa! Você nem quis participar do plano de enterrar o corpo porque você sabia que estava fazendo errado. Você não participou daquilo,você só viu entendeu? Eu sei que deve ter sido horrível mais você não é culpada, na verdade ninguém é culpada. Mais ainda assim a Hannah e a Amy assumiram uma culpa maior por ter escondido o corpo, então não se culpe meu amor, por favor.
Desabo chorar novamente.
– Eu vou tentar Gaby, eu vou tentar — mas só eu sei, que na minha cabeça isso vai estar mais vivo do que nunca, mas não posso dizer a ela.
Gaby puxa meu corpo para um abraço forte.
– Quer que eu durma com você aqui? Com um anjinho desses aqui é difícil você ter pesadelos — sorrio com a tentativa dela de sempre querer ver eu feliz.
– Quero sim, e de conchinha — aperto ela.
– Eita que agora me anime — sua gargalhada ecoa pelo quarto.

A VINGANÇA JÁ FOI SELADA Onde histórias criam vida. Descubra agora