CAPÍTULO 4

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  Eu não sei quando foi que eu virei essa pessoa difícil de se sentir atraída por alguém ou ter interesse de verdade em uma pessoa, de chegar a gostar de verdade e lutar por ela. Na verdade eu sei e sei muito bem quando foi, e que eu fiz questão de bloquear esses sentimentos, ainda sinto a dor e a tristeza que aquele momento me causou. Foi menos de 5 minutos aquela conversa mais serviu para me machucar e evitar relacionamentos nesses 4 anos. Ignorei tanto que chegou a desaparecer esses sentimentos de tristeza e negação, eu apenas aceitei e esqueci. E é isso que eu venho fazendo nesses anos, esquecendo tudo que tenha haver com o meu passado.
Sabe aquilo que as pessoas falam que se você ignorar tanto alguma coisa você chega a esquecer daquilo ou simplesmente se acostumar? Então... Foi isso que aconteceu, mas para isso eu tive que reinventar partes minhas que foram dilaceradas substituindo por camadas impenetráveis, mas só são impenetráveis até o momento que eu quiser que elas sejam e assim vai ser.
Minha profissão tomou todo o tempo que eu poderia ficar sentada um um sofá chorando e se lamentando o porque aquilo teve que ser daquela maneira, hoje eu agradeço por ser forte e encontrar outra paixão que me fizesse bem, com os estudos eu não tive tempo pra ficar pensando e cada vez o tempo passava. Até que tudo aquilo virou passado e meu passado eu não quero lembrar. Eu era Tão jovem, tão inocente mais nada daquilo foi culpa da idade e sim falta de aprendizado, passamos tudo o que passamos do melhor ao pior e vice versa para estarmos preparados para outras crueldades e não sermos fracos, mas será que eu sou tão forte assim como imagino? Emoções não me atrapalham mais?
Eu consigo enfrentar situações piores?
Nunca saberei se eu não viver e é por isso que não espero mais nada de ninguém, evita tantas mágoas e dores futuras.
  Depois de tudo eu me afastei de todos, eu não conseguia ser forte e enfrentar todos, eu estava me sentindo tão incapacitada a reagir a qualquer pergunta que simplesmente fugi de tudo sem nem olhar para trás, sem nem pedir desculpas depois de tempos e sem nem dar a mínima importância de como eles se sentiram comigo fugindo, talvez eles pensaram que deveriam me dar espaço para pelo menos uma vez eu pensar em mim e quando eu tomasse coragem eu voltasse mais não, isso não aconteceu, eu troquei de número, apaguei minhas redes sociais, troquei de gmail, fiz contas novas com um nome diferente de qual eu usava com eles tudo para me manter afastada daquela vida, daquela fase, porque para mim aquilo não me pertencia mais. A 1 ano atrás eu comecei a tomar antidepressivos e decidi que o passado não iria mais me machucar e que eu iria perdoar tudo do passado e recomeçar sem lembrar de tudo o que aconteceu.
  Mas as vezes eu fico pensando que Eu fui tão injusta com eles porque eles acabaram se apegando a mim , eles começaram a me amar e eu simplesmente fudi tudo entre nós. Eu queria que fosse diferente.
Não costumo pensar nisso, mais estou pensando agora enquanto estou nesse táxis as 21:00 da noite em uma sexta feira a caminho de casa.
  As vezes meu passado gosta de voltar em minhas memórias para atormentar meus pensamentos.
– Aqui o seu dinheiro senhor — digo entregando o dinheiro da viajem ao taxista
–Boa noite senhorita
  Entro em casa e vou direto tomar um banho.
Banho:  Uma das coisas que sempre me acalmam, considero minha terapia junto com os livros. Eu posso está querendo chorar mais se eu for tomar um banho eu fico feliz na hora, me renova me faz sentir bem, é inexplicável, é como andar e dançar na chuva com alguém que você ama ou quer bem, a vibe, a felicidade é inexplicável e pode tá tudo errado mais aquilo te renova.
Saio do banho e vou colocar comida para a Lia (minha gata), ela com certeza é a minha principal  válvulas de escape. Minha felicidade  e minha terapia, para acordar todo dia sem vontade de morrer a cada minuto.
  Sento-me no sofá e começo a olhar as notícias mas não consigo se concentrar em nada, pois acabo lembrando do que vi dentro do táxi enquanto estava a caminho de casa, em um muro... Em um muro havia aquele símbolo que eu nunca mais tinha visto, aquele símbolo que eu tão bem conhecia, aquele que eu ajudei, aquele que eu esqueci completamente, aquele olho... Aquele símbolo... Símbolo que pertencia a pessoa que eu fiz de tudo para esquecer e que por um tempo deu certo, mas pensar nele faz todas as sensações voltarem, todas como se tudo tivesse acontecido ontem todas as sensações boas que ele me proporcionou, aquele símbolo ainda existe mesmo depois desse tempo. Aquele símbolo que pertence ao ja- Jake...
Haha a quanto tempo não falo e não ouço esse nome.
- Jake — o som ainda é o mesmo. — Jake, Jake, já se passaram 4 anos desde a última vez que nós vimos.


A VINGANÇA JÁ FOI SELADA Onde histórias criam vida. Descubra agora