COMO O BRASIL PERDEU O BONDE DA HISTÓRIA EM TECNOLOGIA

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No próximo dia 7 de Setembro o Brasil comemora 200 anos da independência do jugo português quando deixa de ser Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves em 16 de dezembro de 1815, com a elevação do Estado do Brasil (1549-1815) a reino. Há uma confusão enorme e debate entre os historiadores se o Brasil deixou de ser Colônia de Portugal, em 1808, com a transferência da Corte de Lisboa para o Rio de Janeiro fugindo da ocupação do Exército de Napoleão; se em 1815, quando foi criado o Reino do Brasil já com Dom João VI no poder; ou em 1822, quando é criado o Império do Brasil, com Dom Pedro I.

Entendo que, na prática, a data a ser considerada como fim da Colônia é 1808 quando a Corte se instalou no Rio de Janeiro e comandava as ações do Império Português, com negócios na África e na Índia, a essa época Portugal territorial sob domínio francês. A constituição oficial, no entanto, é de 1815, quando foi criado o Reino do Brasil, Portugal e Algarves com sede no Rio, também denominado Império Brasil ou Brasil Monárquico

O príncipe Dom Pedro de Orleans e Bragança, em 1822, ao proclamar a independencia do Brasil de Portugal mantém o país com a designação de Império, obviamente, sem Portugal e Algarves. O Brasil Imperial, que compreendia os territórios do Brasil e do Uruguai só existiu até 1828, quando as Províncias Unidas do Rio do Prata, ao vencerem a Guerra Cisplatina, criaram o Uruguai.

A rigor, o Brasil era uma monarquia constitucional parlamentar representativa, com a ascensão ao trono do imperador Dom Pedro I. Seu pai, D. João VI, em decorrência da Revolução do Porto retornou a Portugal em 1821, deixando seu filho e herdeiro, Pedro, para governar o Brasil como regente. Em 7 de setembro de 1822, Pedro proclamou a independência do Brasil e foi aclamado em 12 de outubro do mesmo ano como Dom Pedro I, primeiro imperador do Brasil.

Mais um pouco de história só para embasar o objeto central da minha análise para o livro "A Cadeira e o Algoritmo - a convivência das velhas tecnologias com as novas". Nosso foco principal é mostrar em que estágio da 1ª Revolução Industrial (1760/1849), Inglaterra, o Brasil se encontrava, na substituição da mão de obra humana pelas máquinas, com uma transformação radical nas estruturas política, social, econômica, cultural e tecnológica.

Em 1826, apesar de seu papel da independência do Brasil, D. Pedro I (1798-1834) tornou-se rei de Portugal (D. Pedro IV), abdicando imediatamente em favor de sua filha mais velha. Dois anos depois, Maria II teve o trono usurpado pelo irmão mais novo de D. Pedro I, Miguel. Incapaz de lidar simultaneamente com os problemas do Brasil e de Portugal, Pedro I abdicou ao trono brasileiro em 7 de abril de 1831 e imediatamente partiu para a Europa para restaurar sua filha ao trono português.

O sucessor de Pedro I no Brasil foi seu filho de apenas cinco anos, Pedro II. Sendo ele ainda menor de idade foi instalada uma regência. Pedro II, quando aclamado imperador, a partir de 1840, com o golpé da maioridade organizado pelos liberais, conseguiu pacificar e estabilizar o país, que viria a tornar-se uma potência emergente internacional. Sob o reinado de Pedro II, o Brasil foi vitorioso em três conflitos internacionais (a Guerra do Prata, a Guerra do Uruguai e a Guerra do Paraguai) e o império prevaleceu em inovações tecnológicas.

Quando Dom Pedro I proclamou a independência do Brasil às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, após retorno de uma viagem usando cavalos de Santos para o Rio, onde conhecera Domitila de Castro Canto e Melo, sua futura amante e marquesa de Santos já existiam as primeiras ferrovias com locomotivas a vapor. Partira do Rio para São Paulo, em 14 de agosto de 1822.

O Príncipe-Regente teria recebido duas correspondências (uma de sua esposa, a princesa Leopoldina e uma de José Bonifácio de Andrada e Silva) que o informavam sobre as decisões da Corte Portuguesa, em que Pedro deixava de ser Regente para apenas receber e acatar as ordens vindas de Lisboa. Indignado teria falado o termo "Independência ou Morte".

A Cadeira e o Algoritmo -  A Convivência Entre as Velhas e Novas TecnologiasOnde histórias criam vida. Descubra agora