Capítulo 42: "Bem, tchau, Harry."

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Harry olhou para o diretor. Dumbledore não riria – podia lhe contar...

– Ontem à noite, eu pensei que tinha sido o meu pai que tinha conjurado o meu Patrono. Quero dizer, pensei que estava vendo ele quando me vi atravessando o lago...

– Um engano normal – disse Dumbledore gentilmente. – Imagino que já esteja cansado de ouvir dizer, mas você é extraordinariamente parecido com Tiago. Exceto nos olhos... você tem os olhos de sua mãe.

Harry sacudiu a cabeça.

– Foi burrice minha pensar que era ele – murmurou o garoto. – Quero dizer, eu sei que ele está morto.

– Oh, Harry! – Lucy beijou o topo da cabeça do amigo.

– Você acha que os mortos que amamos realmente nos deixam? Você acha que não nos lembramos deles ainda mais claramente em momentos de grandes dificuldades? O seu pai vive em você, Harry, e se revela mais claramente quando você precisa dele. De que outra forma você poderia produzir aquele Patrono? Pontas reapareceu ontem à noite.

Levou um momento para Harry compreender o que Dumbledore acabara de dizer.

– Ontem à noite Sirius me contou como eles se tornaram animagos – disse o diretor sorrindo. – Uma realização fantástica, e não é menos fantástico que tenham ocultado isso de mim. Então me lembrei da forma muito incomum que o seu Patrono assumiu, quando investiu contra o Sr. Malfoy na partida de quadribol contra Corvinal. Sabe, Harry, de certa forma você realmente viu o seu pai ontem à noite...Você o encontrou dentro de si mesmo.

E Dumbledore saiu da sala.

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Ninguém em Hogwarts sabia a verdade do que acontecera na noite em que Sirius, Bicuço e Pettigrew desapareceram, exceto Lucy, Harry, Rony, Hermione, Profº Dumbledore e Angelina. À medida que o trimestre foi chegando ao fim, Harry ouviu muitas teorias diferentes sobre o que realmente acontecera, mas nenhuma delas sequer se aproximava da verdadeira.

Malfoy estava enfurecido com a fuga de Bicuço. Acreditava que Hagrid encontrara um jeito de contrabandear o hipogrifo para um lugar seguro, e parecia indignado que ele e o pai tivessem sido enganados por um guarda-caça. Entrementes, Percy Weasley tinha muito a dizer sobre a fuga de Sirius.

– Se eu conseguir entrar para o ministério, apresentarei várias propostas sobre a execução das leis da magia! – disse ele à única pessoa que queria escutá-lo, sua namoradinha Penelope.

Embora o tempo estivesse perfeito, embora a atmosfera estivesse tão animada, embora ele soubesse que tinham realizado quase o impossível ao ajudar Sirius a continuar livre, Harry jamais chegara tão desanimado a um final de ano letivo.

Com certeza não era o único aluno que lamentava a partida do Prof. Lupin. A turma inteira de Defesa Contra as Artes das Trevas amargara a demissão do professor.

– Quem será que vão nos dar no ano que vem? – perguntou Simas Finnigan deprimido.

– Quem sabe um vampiro – sugeriu Dino Thomas esperançoso.

Não era apenas a partida do Prof. Lupin que estava pesando na cabeça de Harry. Ele não podia deixar de pensar, e muito, na predição da Profª Sibila Trelawney. Ficava imaginando onde estaria Pettigrew, se já teria procurado guarida com Voldemort. Mas o que mais deprimia o ânimo de Harry era a perspectiva de regressar à casa dos Dursley. Durante talvez meia hora, uma gloriosa meia hora, acreditara que iria passar a morar com Sirius... o melhor amigo dos seus pais... Seria a segunda melhor coisa do mundo depois de ter o seu pai de volta. E ainda que não ter notícias de Sirius Black fosse decididamente uma boa notícia, pois significava que ele conseguira se esconder com sucesso, Harry não podia deixar de se entristecer quando pensava no lar que poderia ter tido e na circunstância de isso ter se tornado impossível.

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