Combinei de me encontrar com Eliot na porta da minha casa, ele disse que queria me levar em um restaurante italiano que abriu recentemente.
Passei o resto do dia anterior na cama, coloquei todo o meu sono atrasado em dia, hoje me sinto uma jovem de 18 anos novamente e não uma velha de 80 com dores na coluna.
O carro branco para na minha frente e entro no banco de carona. Eliot está mais arrumado do que o normal. - Você tá bonito.
- E você tá mais do que bonita, você sempre é perfeita. - Sorrio pra ele. Eliot não era assim quando namoravamos, raramente ele me dirigia um elogio. É como dizem, costumamos dar mais valor as coisas quando elas não nos pertence mais.
- Obrigada! - Respondo com educação. Eliot passou o caminho falando sobre as finais dos jogos que estão próximas e o quanto ele tem treinado pra ser o melhor dessa temporada, me pergunto como eu aguentava ouvir isso o dia todo, o amor realmente é cego e surdo.
Agradeço mentalmente por finalmente chegar ao restaurante. Ele sai do carro e abre a porta pra mim, mais um comportamento novo pra lista! Entramos no restaurante e eu me sento em uma cadeira de frente pra ele.
- Sei que você adora massas, então achei esse lugar perfeito pra um encontro. - Eliot diz e me entrega um dos cardápios.
- Parece legal pra um encontro de amigos. - Fiz questão de incluir o "amigos" não quero ser interpretada de forma errada, não pretendo voltar com Eliot.
- É... - Sua voz tem um tom de decepção. - O que vai pedir?
Dou uma olhada no cardápio. - Ravióli. - Eu amo massas, de todos os tipos, mas essa é minha favorita. Eliot chama o garçom e faz o pedido.
- Tem saído com alguém esses tempos? - Ele pergunta me encarando.
Eu não falaria nem se estivesse, conheço Eliot, ele arruma confusão por tudo. - Não, tô bem sozinha. - Sorrio pra ele. - E você?
- Sabe que não, não consigo tirar você da cabeça, Cassie. - Ele apoia a cabeça nas mãos e pra minha sorte o garçom chega servindo o vinho, me livrando de ter que responde-lo.
Dou um gole no vinho e desvio o olhar, o que eu vejo me faz cuspir o vinho na blusa de Eliot. Vinnie está sentado em uma das mesas que ficam atrás de Eliot me encarando como se pudesse ver a minha alma.
- Desculpa, eu... eu me engasguei. - Falo desesperada ao ver que manchei a blusa branca de Eliot, ele passa o guardanapo em cima, mas isso só faz com que a mancha fique pior. - Quanto foi a blusa? eu posso pagar.
- Claro que não vai pagar, Cassie! foi um acidente. - Sua voz transparece irritabilidade, apesar de ele não querer demonstrar. Volto meu olhar pra Vinnie e ele tem um sorriso vitorioso no rosto. Que filho da puta! o que ele tá fazendo aqui?
Sinto uma mão em cima da minha e olho surpresa pra Eliot. Tem como a situação ficar pior?
- Você tá muito distraída, tá tudo bem? - Ele pergunta enquanto acaricia minha mão, se eu pudesse sairia correndo daqui e me esconderia no meu quarto.
- Tá, tá tudo bem! Só estou um pouco cansada. - O garçom chega pra colocar nossos pratos na mesa e ele tira sua mão da minha, solto um suspiro de alívio e escondo minhas mãos no meu colo.
Sinto meu celular vibrar e tiro ele da bolsa lendo a mensagem.
Número desconhecido:Tá afim de fazer uma coleção com os chifres que o seu namorado te dá?
Meu sangue ferve, não me permito olhar mais uma vez pra Vinnie, sei que é isso que ele quer que eu faça.
Eu:Como conseguiu meu número?
- Não tá com fome? - Eliot diz me fazendo lembrar da sua presença. Coloco o celular na mesa, preciso disfarçar minha irritação. Como um pouco do ravióli o que me faz ficar com menos raiva, comida resolve tudo.
Meu celular vibra mais uma vez.
Número desconhecido:Não importa. O que tá fazendo com ele? pensei que fosse mais esperta.
Reviro meus olhos e limpo minha garganta. - Preciso ir ao banheiro. - Digo à Eliot e me levanto levando meu celular, me tranco no banheiro soltando todo o ar que eu estava segurando.
Eu:Vá se foder!
Envio a mensagem e continuo com o celular na mão esperando uma resposta. Inferno! tem um cara lá fora me esperando pra comer uma das minhas comidas favoritas e eu tô na droga do banheiro esperando a mensagem de um cara que não sabe o que quer e ainda por cima me deixa extremamente irritada.
Me encosto na pia e por impulso salvo o número de Vinnie pra caso eu precise algum dia. Fala sério, pra que eu iria precisar falar com ele?
Ele mandou outra mensagem.
Vinnie:abre a porta.
Meu coração bate mais forte, largo o celular em cima da pia e olho pra porta. O que ele quer comigo? Tomo coragem e giro a maçaneta.
Vinnie me jogou de costas contra a porta assim que entrou no banheiro. - Tá louco?! - Falo mais alto do que o normal, sua mão para na minha boca no segundo seguinte me impedindo de falar mais.
- Não grita, Cassie. - Murmurou irritado. Quem tem que ficar irritada sou eu! mordo sua mão e ele solta um gemido de dor quando tira a mão. - Ai! tá doida?
- Você que tá, não fui eu quem me seguiu até aqui. - Respondo e encaro ele, a droga do seu perfume era muito bom.
- Eu não te segui. - Um sorriso se forma nos lábios dele.
- Ah, é? e como você veio parar aqui justo quando eu tô com o Eliot? - Franzo minhas sobrancelhas e vejo Vinnie revirar os olhos.
- Eu só vim comer, ok? se você não percebeu o restaurante não é particular, amor. - Ele segura meu queixo com sua mão e levanta meu rosto fazendo com que fiquemos mais próximos. - Fiquei tão decepcionado ao ver a companhia que você escolheu.
- Não é da sua conta com quem eu saio.
- Tá, se você quer ser motivo de piada então seja. - Seu rosto voltou a ser um vazio sem expressão. Ele se afasta de mim e tenho vontade de puxa-lo de volta, seu calor faz falta.
Pensar em voltar pra aquela mesa e ter que aguentar mais algumas horas conversando com Eliot me faz ter arrepios. Vinnie já estava prester a abrir a porta pra ir embora, mas fui mais rápida e segurei seu braço o impedindo. Ele olha pra mim sem entender.
- Me tira daqui, por favor... - Supliquei e vi seu rosto suavizar, não preciso dizer mais nada, sei que ele entendeu o recado.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.