- Meu Deus, Cassie! eu não queria fazer isso, não era em você. - Escuto a voz de Eliot, ele se abaixa na minha frente e segura meu braço me sujando de sangue.
Vinnie dá um chute nele fazendo ele se afastar. - Se eu fosse você sairia correndo daqui antes que eu me arrependa e acabe com a sua vida de merda!
- Por favor, sai daqui. - Peço, não vou aguentar ver mais briga. Ele confirma com a cabeça e sai quase se arrastando sumindo da minha vista. Um suspiro de alívio escapa dos meus lábios.
- Você tá bem? - Vinnie se senta ao meu lado e segura meu rosto com as mãos, afirmo com a cabeça.
- Não deveria se preocupar comigo quando você tá 30 vezes pior. - Falo olhando pra ele, seu rosto tá acabado mais uma vez, por minha culpa. - Sua mãe não pode te ver assim... - Sussuro e como a fraca que sou, começo a chorar de novo.
- Ei, ei... tá tudo bem. - Ele me puxa me colocando entre suas pernas e me abraça sem muita força. - Não tá doendo.
- É claro que tá, não mente. - Suas mãos secam minhas lágrimas.
- Gosta de Harry Potter, não é? - Pergunta me deixando confusa.
- Sim, o que tem?
- Finge que estamos no labirinto tribuxo e acabamos de ser atacados por um dos vilões. - Eu sorrio mesmo sentindo dor ao fazer essa ação. - Não precisa chorar, temos algo que o vilão principal não tem.
- O que? - Questiono.
- Nariz. - Ele responde tocando no meu nariz.
- Você não disse isso. - Dou risada e solto um gemido de dor no mesmo segundo.
- Ele machucou sua boca. - Diz com a ponta dos dedos no meu lábio inferior. - Se você sorrir vai abrir mais, então você está proibida de sorrir.
- Então vou ter que ser triste?
- Não tem como te ver em uma imagem triste, até quando você tá chorando parece que tá sorrindo. - Ele arruma meu cabelo atrás da orelha. - Machucou em mais algum lugar?
- Só alguns arranhões. - Olho para os meus braços arranhados. - Vinnie, se eu não estivesse aqui, você acha que pararia de bater nele?
Ele fica em silêncio por alguns segundos e suspira antes de falar. - Sinceramente? eu não sei, não quero te assustar. Ele me tira do sério e por mais que eu tente deixar pra lá ele sempre vem atrás de confusão. - Pelo menos ele foi sincero.
- Tenho que te contar uma coisa. - Limpo a garganta. - Ele... falou comigo na faculdade, ele me avisou que faria isso. Eu deveria ter dito antes.
- Fez alguma coisa com você? - Diz ficando mais sério.
- Não, só foi um pouco grosso. Ele não era assim, alguma coisa aconteceu. - Balanço a cabeça em negação. - Ele não fazia mal à uma mosca.
- Mas agora faz e você precisa tomar cuidado, não confia tanto nele.
- Não sou eu quem ele quer machucar, Vinnie. - Encaro ele.
- Acha mesmo? então me explica o que é isso. - Ele diz irritado e toca meu lábio de novo. - Me parece um machucado, para de ser boba.
- Então, acha que ele vai me machucar? - Pergunto franzindo a sobrancelha.
- Não sei, mas sei de uma coisa. Se ele fizer isso eu acabo com ele e não tô nem aí se é seu amigo, ex namorado ou seja lá o que for. - Tem raiva no seu olhar.
- Por que se importa? - Murmuro abaixando a cabeça.
- Por que não me importaria? você é... - Ele para de falar no meio da frase e parece ficar distante.
- Sou o que?
Ele dá de ombros. - Só uma garota.
Fico séria e me levanto, aa coisas ficaram estranhas de novo. - Preciso te levar em um médico. - Suspiro olhando seus machucados, espero que ninguém da família dele veja isso. Ajudo ele a levantar e vou "carregando" com dificuldade até o carro, o coloco no banco do passageiro.
- Ok, temos um problema. - Falo assim que me sento no banco do motorista.
- Qual?
- Eu não sei dirigir. - Vinnie me olhou como se eu estivesse falando que a lua é quadrada.
- Como não sabe?
- Só não sei, mas tudo bem. Não deve ser tão difícil, já joguei vários jogos de carro. - Giro a chave ligando o automóvel. - Certo, o que eu faço com os pés?
- Embreagem, freio e acelerador. - Diz apontando para cada um. - Eu passo a marcha pra você, espero que a gente não morra.
- Não vamos, confia em mim. - Se eu fosse ele não confiaria.
O caminho até o hospital pareceu uma eternidade, o carro morreu umas 20 vezes, graças à Deus não tinha quase ninguém nas ruas, se não com certeza alguém ia sair morto. Chegamos ao hospital e pedi ajuda pra levar Vinnie, sei que ele pode andar, mas acho melhor.
O olhar das pessoas me deixa desconfortável, será que eles pensam que a gente se bateu?
Somos levados para salas diferentes, a enfermeira disse que só precisava fazer alguns curativos e depois seremos liberados.
- Querida, você sabe que pode contar, não sabe? - Ela diz enquanto limpa meus lábios me fazendo arregalar os olhos.
- Não, não aconteceu isso que você tá pensando.
- Sempre falam isso, pode confiar em mim.
- Ele é meu amigo, quem fez isso foi um cara maluco que bateu na gente. - Não quis dizer "ex-namorado" ela vai querer chamar a polícia, já teve confusão demais por hoje.
- Não precisa culpar outro pra proteger ele, sei que essa situação é difícil de sair. Toma, meu número, se você quiser se livrar disso é só me ligar. - Fala me entregando um cartão com seu número. Não sei nem o que falar pra ela, pelo menos foi gentil. - Pronto, pode ir. Se sentir dor é só passar uma pomada e lembre-se do que te falei.
Afirmo com a cabeça e vou atrás de Vinnie, preciso sair de perto dessa mulher. Chego na sala ao lado e o vejo sentado na cama com todos os curativos feitos.
- Ei, como você tá? - Pergunto ficando na sua frente. Seu rosto melhorou muito depois de ser limpo, mas ainda está bastante machucado. - Sinto muito, já é a segunda vez que isso acontece por minha causa.
- Não foi por sua causa, Cassie. Você não me bateu, foi ele.
- Mas se você não tivesse me conhecido nunca teria conhecido ele e isso não aconteceria.
- Que chato seria... - Ele levanta. - Não me arrependo de quase nada.
- Quase? qual a parte que se arrepende?
- Não posso contar, não agora e espero que nunca. Vamos pra casa. - Coloca o braço nos meus ombros. Queria perguntar mais, ele nunca se abre pra mim, já eu pareço um papagaio. - Ah e pelo amor de Deus... quem vai dirigir agora sou eu.
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OBSESSIVE - VINNIE HACKER
FanficOnde Cassie acaba desabafando com um estranho em um bar porquê pensa que nunca mais vai vê-lo, o único problema é que ela estava completamente errada.