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O cheiro de flores, madeira úmida e os vários perfumes das pessoas ali estava me sufocando, mas isso era o de menos. Escutei "Meus pêsames" umas trezentas vezes, sem contar as pessoas falando o quanto ele era uma boa pessoa. Eu sei que é mentira, sei que eles também sabem, mas preferem fingir.

Depois do acontecimento de ontem à noite, jantamos e Vinnie resolveu dormir no sofá. Ele não quis conversar, por mais que eu tenha pedido. Não trocamos uma palavra desde que o dia amanheceu, mas mesmo assim ele me acompanhou até o velório e aqui estou eu.

Não tive coragem de entrar ainda, não quero ver o corpo, muito menos a cara das pessoas. A família dele inteira está aí dentro e fingir que amo ele me dói mais do que sua morte.

- Cassie. - Escuto Vinnie falar comigo pela primeira vez hoje. - Você tem que entrar.

- Eu não quero. - Murmuro colocando as mãos no bolso do casaco. O frio hoje está insuportável.

- Sua mãe tá te esperando. - Ele suspira e entrelaça seus dedos nos meus me passando conforto.

- Sua raiva passou? - Pergunto o olhando.

- Eu não tava com raiva, só preciso de um tempo. - Um tempo? quanto dura um tempo? - Você vem?

Respiro fundo antes de concordar com a cabeça, quanto mais rápido eu for, mais cedo eu saio daqui. Entro ao lado de Vinnie e todos os olhares param em mim. É tão óbvio o que eles pensam "pobre garota" ou "ingrata" tanto faz pra mim.

Chego perto do caixão e encaro seu corpo frio. A maquiagem parece ter deixado ele completamente diferente, se bem que eu já não o reconhecia à bastante tempo. Olho para frente e vejo minha mãe chorando, odeio ver ela assim, seu eu pudesse roubaria toda a sua dor pra mim.

- As pessoas estão esperando que você diga algumas palavras. - Ela fala quando eu me aproximo. Como ela consegue sentir afeto por uma pessoa que já bateu nela e fez de sua vida um verdadeiro inferno? suspiro com certa indignação. - Por favor, filha. Você só precisa falar algumas coisas boas sobre ele.

Talvez eu deva ir. - Ok. - Falo e subo na parte alta onde fica o microfone. Os olhares voltam para mim, inclusive o de Vinnie que está apoiado no canto da parede.

- Bom dia. - Dou início e limpo minha garganta, minhas mãos estão suando frio. - Sei que todos esperam que eu diga o quanto ele foi uma boa pessoa e que se foi cedo demais, mas não posso. - Nego com a cabeça e lágrimas começam a se formar no canto dos meus olhos. - Ele não foi, nem ousou tentar ser. A única pessoa que ele amava era ele mesmo e as vezes nem isso, já cheguei a pensar que ele se odiava mais do que qualquer outra pessoa. - As pessoas me olham chocadas e sua família parece que vai me atacar a qualquer momento. - Mas não estou aqui pra apontar todos os defeitos dele, estou aqui pra perdoa-lo e perdoar à mim mesma também.

O nó na minha garganta me impede de continuar falando, não consigo mais ver ninguém na minha frente por conta da visão embaçada. Sinto que estou prestes a quebrar. Braços fortes passam pela minha cintura e sei que é Vinnie, eu nunca seria capaz de confundir ele. Ele me leva pra fora dali sem tirar seus braços de mim.

- Eles vão querer que eu volte, ainda não enterram o corpo. - Falo com a voz cortado.

- Você não vai voltar. - Ele limpa meu rosto. - Vamos sair daqui, tá bom?

- Tudo bem. - Concordo sem pensar muito e nós começamos a andar sem rumo, aqui não é um lugar com muitas coisas, pelo contrário, só tem mato e algumas casas isoladas. Vinnie não falou mais nada durante um bom tempo, só andamos em silêncio até chegar em um lago com várias árvores.

- Vamos ficar aqui. - Ele diz e se senta em baixo de uma árvore de frente para o lago.

- Quanto tempo? - Pergunto tirando meus sapatos e me sento ao seu lado.

- O que? - Responde confuso.

- Quanto tempo você precisa?

- Não é um bom momento pra falar sobre isso.

- Mas eu quero falar agora. - Encaro ele destemida, mas ele fica em silêncio fingindo que não me escutou. - Vinnie, fala agora ou-

- Ou o que, Cassie? - Ele me interrompe com a voz grossa. - Quer saber quanto tempo preciso? eu sinceramente não sei. Você quer ser minha amiga, certo? mas não consegue parar de olhar pra mim como se eu fosse a pessoa que mais você quer ver, você sempre corre pra porra dos meus braços quando tá com medo ou quando qualquer coisa dá minimamente errado na sua vida.

Meu coração bate fora do controle no peito, não sei se é por conta da sua voz ou por causa das suas palavras.

- Não quero brigar, ok? você acabou de sair do velório do seu pai. - Ele fala passando a mão nos cachos. - Só que você é muito teimosa e não escuta nada do que eu digo. Pra piorar você tá fodidamente linda hoje.

- Não posso te dar um tempo, não sei se consigo ficar longe de você. - Murmuro sem encara-lo.

- Talvez a gente precise disso. - Ele parece  firme na decisão, mas isso não vai acontecer.

- Fica comigo hoje... agora. - Vou para perto dele depositando um beijo em seus lábios. - Só faz isso e depois a gente decide o resto, por favor!

Vinnie parece amolecer em sua decisão. Ele segura meu rosto e me beija com desejo, rapidamente me deito no chão e ele fica por cima de mim. Suas mãos passeiam por todo o meu corpo me fazendo suspirar de excitação. Tento tirar o casaco, mas ele me impede.

- Não quero que sinta frio, amor. - Ele sussurra e tira minha calça junto com a calcinha. - Você é perfeita...

Sua boca morde, chupa e lambe várias partes do meu corpo me levando a loucura. O frio já parece uma coisa distante nesse momento, meu corpo inteiro queima.

Abaixo sua calça com rapidez, levo minha mão até seu membro o massageando e recebo um gemido como resposta, a fumaça saindo dos seus lábios por conta do frio só o deixa mais atraente.

Ele entra em mim devagar enquanto me contorço querendo mais. Coloco minhas pernas ao seu redor e faço impulso para que ele entre completamente.

Vinnie começa a estocar forte e fundo dentro de mim e arqueio minhas costas pelo prazer. Nesse momento sinto que sou a única mulher no mundo pra ele, sou completamente sua.

Seus gemidos no meu ouvido são como melodia, quero gritar. Ele dá vários beijos no meu pescoço e acabo por morder seu ombro, isso faz ele ir mais forte.

- Cassie... vou gozar. - O tom de sua voz, seu olhar, tudo me faz chegar mais próxima do meu orgasmo.

- Não se segure. - Falo baixinho em seu ouvido. Vinnie me dá uma... duas... três estocadas e morde meu pescoço com certa força me dando exatamente o que quero. De repente nós dois nos contorcemos e chegamos ao ápice juntos.

 De repente nós dois nos contorcemos e chegamos ao ápice juntos

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Quem gostou faz barulho e quem não gostou paciência.

Ps: tô ansiosa pra jogar uma bomba na história.

OBSESSIVE - VINNIE HACKEROnde histórias criam vida. Descubra agora