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Estou no meu quarto, com o notebook no meu colo e o nome do pai de Eliot na tela. Assim que cheguei em casa, fui procurar por ele. Não existe nenhuma notícia de desaparecimento do seu filho e nada que possa explicar o que aconteceu. John é um homem poderoso, exclusivamente pelo seu dinheiro.

Encaro sua foto no Google por mais alguns segundos, e uma sensação de náusea sobe pelo meu estômago. Não suporto mais. Acabo jogando o notebook na cama e correndo para o banheiro, onde vômito até não aguentar mais.

As lágrimas não demoram a sair pelos meus olhos e a culpa corrói os meus ossos. Me sento ao lado do vaso, em completo silêncio. O que vou fazer se ele descobrir algo? eu matei a porra do filho dele, não que ele não merecesse, mas... droga. O que eu vou fazer agora?

Hera vem manhosa até o meu colo, e eu dou um sorriso fraco, passando a mão em seu pelo. Eu amo essa gatinha. Meu celular vibra, é uma mensagem do Vinnie. Ele me mandou casas disponíveis para venda.

Eu deveria contar o que aconteceu? só queria que essa história se dissipasse com o vento.

Podemos fazer aquilo que te pedi?

Envio a mensagem e espero por sua resposta. Não demora muito até que seja visualizada. Ele digita e apaga várias vezes até me mandar um "sim" logo depois me diz que vem em 20 minutos.

Me levanto pronta para um banho, rápido dessa vez. Visto uma roupa e coloco um casaco preto por cima, o tempo estava frio lá fora.

Quando desço, vejo Mason preparando alguns biscoitos.

- Eu vou sair e já volto, tá bem? seus biscoitos estão com um cheiro incrível.

Ele dá um gritinho com o elogio e eu abro a porta saindo. O carro de Vinnie já me espera e eu solto um longo suspiro tentando me preparar para o que vem.

A viagem foi um completo silêncio. Nós dois não tínhamos muito o que dizer, só pensar. quando o carro para nós dois ficamos parados. Talvez por longos dois minutos até que olho para a cara dele.

- Tá tudo bem? - Ele pergunta, sua mão encontra a minha no estofado do banco e entrelaça seus dedos nos meus.

- Não sei, vamos sair? - Aperto sua mão com força, tentando segurar o turbilhão de pensamentos e sentimentos. Vinnie afirma com a cabeça, e juntos saímos do carro. Ao olhar ao redor, percebo que estamos em um cemitério.

- O que...?

- Ele tá aqui.

- Mas, como? - Minha voz sai mais baixa do que eu gostaria, e meus pelos se arrepiam enquanto começo a andar em direção aos túmulos.

- É o lugar menos óbvio pra se procurar um corpo. Quer dizer, um corpo que ninguém sabe o paradeiro.

Vinnie me guia, e eu o sigo sem hesitar, mas uma sensação estranha passa pelo meu corpo. O peso daquilo tudo, de estarmos tão perto de um segredo enterrado, me faz tremer.

- Kio fez tudo isso? - Pergunto com a voz baixa, quase um sussurro, como se os mortos pudessem me ouvir, como se eu pudesse ser julgada até pelos ossos.

- Sim, ele deu um jeito pra gente. - A resposta de Vinnie é calma, mas seu olhar diz tudo. Ele está tão imerso no que aconteceu quanto eu.

Paramos em frente a um túmulo com uma lápide que parece muito antiga. O nome gravado nela é "Dave J. Graham." Franzo as sobrancelhas.

- Não é o nome dele, claro. - O loiro diz, olhando pra mim com um semblante sério. - Mas ele está aí. Você quer que eu me afaste um pouco?

- Não. - Aperto sua mão ainda mais forte. - Quero que fique comigo.

OBSESSIVE - VINNIE HACKEROnde histórias criam vida. Descubra agora