OBSESSIVE - VINNIE HACKER

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Vinnie.

Já é o quarto cigarro que acendo hoje. Não consigo tirar Cassie da minha mente, seu semblante de decepção grudou na minha cabeça e me pergunto se algum dia ela vai voltar a me olhar como antes.

Kio já brigou comigo umas mil vezes por conta do cigarro, mas é a única coisa que me mantém calmo. Na verdade, o cigarro e ela tem esse poder.

A porta do escritório é aberta e olho pra ver quem é. A mulher loira com decotes exagerados entra na sala e se senta na cadeira à minha frente.

- Renata. - Falo e dou uma tragada no cigarro.

- Senhor Hacker. - A mulher se inclina pra frente deixando os peitos à mostra. - Os boatos são verdadeiros?

- Quais? - Franzo o rosto.

- O senhor e aquela... garota não estão mais tão juntos, tô certa? - Um sorriso malicioso surge nos lábios dela.

- Sim, porquê eu nunca poderia segurar uma coisa tão perfeita e não destruí-la. - Assopro a fumaça. Não era algo que gostaria de ser lembrado.

- Pra falar a verdade, nunca gostei dela. - A loira cruza as pernas. - Uma vez cheguei aqui e ela estava sentada na sua cadeira como se fosse dona disso aqui. Essa cadeira só combina com o chefinho. Ela deveria se colocar no lugar dela.

Meu sangue ferve com tais palavras. Cassie só veio pra cá porquê eu pedi, ela não é o tipo de garota que se importa com dinheiro e poder.

- Você quem deveria se colocar no seu lugar. - Arrumo minha postura. - Cassie pode fazer o que quiser com esse lugar, quando quiser.

- Desculpa, Vinnie. Só acho que você deveria ficar com alguém que realmente se importe com você, ela não tá nem aí. - Renata diz fingindo uma inocência que não existe nela.

Fico em silêncio olhando pra ela, algumas pessoas têm coragem até demais.

- Eu posso te fazer esquecer ela, o que acha? - A mulher fala mais uma vez, dessa vez passando a mão pelo corpo.

- Pelo amor de Deus, para com isso! - Exclamo. Que cena humilhante. - Eu sinto muito, Renata. Mas a única mulher que eu quero ao meu lado é ela, com ela eu não preciso disso. - Mostro o cigarro e apago a ponta no cinzeiro. - Não preciso de dinheiro, luxo, muito menos de sexo sem sentimento nenhum. Nada disso vale mais do que ela. Tenho certeza que você não iria querer viver com um homem que ama outra mulher, que sonha com outra enquanto dorme ao seu lado. Eu só quero ela e nada vai mudar isso.

Renata arruma a blusa e posso ver seus olhos encherem de lágrimas, não era minha intenção magoa-lá, nem de longe. Levanto da cadeira e vou até ela.

- Você é uma mulher linda e tenho certeza que é incrível também. - Coloco a mão nos bolsos da minha calça. - E tenho  certeza que alguém vai te amar exatamente pelo o que você é, só não apresse as coisas.

A mulher levanta e olha pra mim. - Vai me demitir? - Ela pergunta aparentemente nervosa.

- Não, mas talvez seja melhor você ir pra casa por hoje. - Falo. Ela apenas concorda com a cabeça e sai fechando a porta.

Suspiro. Não sou muito bom nessas coisas. O calor se torna evidente e decido tirar o terno ficando com a blusa branca e os botões abertos. Preciso urgentemente mandar alguém ver se tem algo errado com esse ar condicionado.

A porta se abre mais uma vez, dessa vez é Kio. Puta merda, qual a dificuldade de me deixar em paz por um momento?

- Que merda é? - Falo irritado, normalmente eu não sou assim, mas os meus limites foram excedidos.