OBSESSIVE - VINNIE HACKER

30

Eu não conseguia acreditar no que os meus olhos viram momentos atrás. Vinnie tem vários dados sobre a minha vida na merda do computador, provavelmente deve ter mandado alguém descobrir tudo sobre mim ou ele mesmo fez isso. Agora que eu sei parece que sempre foi óbvio, eu que fui burra.

- E-eu... eu não devia ter pego isso. - Minha voz sai falhada por conta das lágrimas. Olho para a tela com frieza antes de fechar o notebook e encaro ele.  - Mandou alguém me vigiar? desde quando? eu sou muito idiota... você sabia que eu estudava ali, sabia que eu tava no restaurante com Eliot, sabia de tudo. Nada disso foi coincidência como você falou.

- Cassie... - Ele sussurra. O loiro parece nervoso.

- Não me chama assim, meu nome é Cassandra pra você. Ah, você já sabia disso também. - Me aproximo devagar dele. Não sei decifrar o que estou sentindo, quero xingar ele de todos os nomes possíveis e ao mesmo tempo pedir que me abrace. Vinnie sempre me fez parar de chorar.

- Eu precisava te ver de novo, sei que esse não foi o melhor jeito, mas droga...

- Foi real? alguma coisa aqui... foi real? - O nó na minha garganta parece me sufocar. - O que você disse que sentia por mim e... sua família. Seu nome é Vinnie mesmo?

Sua mão toca minha bochecha e por mais que eu queira, não consigo me afastar de jeito nenhum.

- Foi, eu juro pra você que foi tudo real. - Vejo uma lágrima descer no rosto dele. - Cass, eu sei que não foi certo o que eu fiz, mas não me arrependo de ter ido atrás de você. Só me arrependo de não ter te contado. Eu sou a pessoa que você conheceu, sou eu.

- Eu tô confusa. - Encosto minha cabeça no seu peito. - Sou um imã pra caras malucos.

- Me desculpa... - Sua voz sai baixinha e ele toca o topo da minha cabeça. - Não queria te magoar, nem te fazer duvidar do que eu sinto por você.

- Vou embora. - Finalmente me afasto. Preciso organizar meus pensamentos.

- Por favor, não. - Vinnie nega com a cabeça. - Fica.

Solto uma risada amarga e pego meus saltos, eu saio praticamente correndo dali, preciso de ar, o ar que está lá fora. Assim que piso com os pés descalços no chão da rua sinto água neles. Já sabia que iria chover desde quando estávamos voltando do baile. Que se foda a chuva, que se foda ele.

Saio andando na chuva e as coisas ficam repassando na minha cabeça como um ruído insuportável. A chuva fica cada vez mais grosso, pelo menos sinto minha alma sendo limpa.

- Cassie! - Paro ao ouvir a voz dele. Eu deveria continuar meu caminho. - Espera, por favor.

- Fica longe de mim. - Me viro pra ele. Vinnie me olha como se doesse.

- Não posso. - dá de ombros. - Não posso mesmo. - Ele se aproxima de mim com rapidez e devora meus lábios sem hesitação. Suas mãos vão até minha cintura e ele aperta como se tivesse medo que eu evaporasse à qualquer momento. Seu beijo é tão forte e intenso que acaba machucando meu lábio inferior, arfo e empurro seu peito.

- Acho que eu preciso de um tempo só pra mim. - Murmuro mordendo meus lábios. Ainda posso sentir o seu gosto misturado com a água da chuva.

- Eu sei, leve o tempo que precisar. Vou te esperar. - Ele diz olhando pro chão. - Mas antes quero te explicar tudo.

- Então explica... - Sussurro.

- Não vou dizer que estou certo, sei que não tô. Eu realmente esbarrei em você naquela noite em que fomos para o bar, no começo eu só queria fazer você parar de chorar, não gosto de ver ninguém chorando. Depois que a gente conversou te achei interessante. - Ele sorri fraco. - Quando você foi embora, te acompanhei sem que você visse. Tava com medo de te deixar ir sozinha, mas foi aí que a merda começou. Eu não consegui te deixar em paz, tive que ter mais de você. Então eu pedi pra alguém descobrir quem você era de verdade, seu nome, onde você estudava... eu realmente investi na universidade, apesar de ser só pra te conhecer melhor. Eu parei por aí, não busquei mais nada sobre você, só foi rolando e quando vi já era tarde demais pra te falar.