OBSESSIVE - VINNIE HACKER

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Dia 1

Abro os olhos e as luzes do hospital me cegam, por que tudo tem que ser tão branco? Estou deitada em uma das camas e com um conjunto de moletom que tenho certeza que eu não trouxe comigo.

- Como se sente? - Me assusto ao ouvir a voz de uma enfermeira ao meu lado.

- O que eu tô fazendo aqui? cadê o Mason? como está Vinnie? - Disparo as perguntas.

- Calma. Você precisa descansar um pouco, a senhorita estava muito abalada,  então eu te dei um banho e um pouco de soro. Seu amigo trouxe roupas e foi comprar comida pra você.

Concordo com a cabeça. Mason é um querido, mas ela não respondeu minha última pergunta, isso deixa meu coração mais aflito ainda.

- Vinnie? - É a única coisa que consigo falar.

- Vou chamar o médico, ele vai poder te explicar melhor. Licença. - Ela diz e sai da do quarto me deixando sozinha. Olho para o meu braço e vejo a agulha do soro. Odeio hospitais.

Depois de alguns minutos um homem de cabelos grisalhos entra pela porta e sorri pra mim.

- Bom dia, senhorita Pressman! me perdoe por não estar aqui quando você acordou. - Ele diz.

- Bom dia... o senhor poderia me informar sobre o Vincent? - Pergunto engolindo seco.

- Claro. Por sorte nenhum órgão vital foi atingido, mas ele perdeu muito sangue. Se você não tivesse estancado, ele morreria no segundo em que chegasse aqui. - O homem diz sério. - Onde aprendeu isso?

- Eu... assisti grey's anatomy. - Murmuro. Sempre soube que seria útil algum dia.

- Boa. - Ele ri. - O seu namorado está estável, a cirurgia de retirada do projétil foi um sucesso. Fizemos o nosso melhor pra deixar o corte no menor tamanho possível, assim a recuperação vai ser mais rápida.

- Posso falar com ele? - Falo animada sem nem ao menos me importar em dizer que não somos namorados.

- Essa é a questão, ele ainda não acordou. O senhor Hacker está em um coma leve, mas não precisa se desesperar. A previsão é que ele acorde em alguns dias ou até semanas.

- Semanas? - Suspiro. Não gosto disso.

- Ele vai ficar bem. - O médico toca meu ombro tentando me reconfortar. - Vou abrir uma exceção e deixar você ir até o quarto dele, afinal os dois são pacientes do hospital no momento. - Ele pisca apontando para o soro e devolvo um sorriso como agradecimento.

Não consegui esperar o soro acabar e arranquei aquelas coisas do meu braço. O senhor grisalho deixou uma enfermeira comigo e disse que ela me levaria até a sala. O olhar de surpresa dela ao me ver pulando fora da cama foi de certa forma engraçado.

- Podemos ir? - Pergunto enquanto calço uma pantufa hospitalar, essas coisas são ridículas. A mulher concorda com a cabeça e me leva até o quarto 505.

- Vou deixar vocês dois sozinhos. - Diz e fecha a porta.

Me aproximo da cama e olho pro rosto dele. Tão sereno, parece que ele está apenas sonhando. Me sento na cadeira do seu lado e encosto minha cabeça na cama olhando pra ele.

- Você me assustou. - Sussurro e uma pequena lágrima salgada desce pelo meu olho. - Nunca mais faça isso.

Seguro sua mão, queria que ele apertasse de volta, mas não aconteceu.

- Não posso viajar o mundo sem você, nem ver as estrelas. Prometi que faria tudo ao seu lado e você também. Deve ser por isso que seu dedo está roxo. - Brinco com o dedo mindinho dele. - Ele vai cair se você não acordar.