What Lovers Do | Winrina

15. Honey Flavor

Karina estava em um impasse delicado, não sabia se focava em terminar seu almoço ou se parava para prestar atenção nas coisas que sua melhor amiga dizia, de forma completamente escandalosa e desacreditada. O lado bom de seus horários no hospital serem completamente inflexíveis, é que em alguns dias o seu turno começava mais tarde ou mais cedo, hoje era uma dessas vezes onde ela só iria iniciar o seu expediente depois das duas da tarde.

E por algum motivo, a ruiva achou que seria uma boa ideia convidar Yeji para almoçar e aproveitar a oportunidade para deixar sua melhor amiga atualizada dos últimos acontecimentos da sua vida. Bom, teria sido uma boa ideia realmente almoçar com Yeji e contar sobre as coisas, se não tivesse sido em público. Karina estava se arrependendo amargamente de tê-la chamado para um restaurante amplo, aberto e com várias pessoas almoçando naquele horário.

- Yeji, pela última vez. - A ruiva disse, frustrada e com vergonha. - Você pode, por favor, parar de falar tão alto, cacete? Esse lugar tá cheio de gente e eu estou tentando almoçar!

- Desculpa se eu não estava preparada pra essa bomba que você jogou em mim! - Yeji respondeu rindo. - Eu esperava uma fofoca normal sobre a sua vida e em troca, ganhei a informação de que você está transando com a namorada do seu amante!

Karina revirou os olhos e voltou a comer - ou pelo menos tentar - seu camarão ao molho branco, as duas estavam almoçando em um restaurante de frutos do mar, um dos seus favoritos. Já havia se passado cerca de três dias desde que Minjeong esteve em seu apartamento, mas elas continuavam conversando por mensagem e por ligação em momentos específicos do dia, algo extremamente incomum para ela que sequer cogitava a possibilidade de manter qualquer tipo de diálogo com pessoas com quem ela tinha algo casual e sem o menor resquício de compromisso.

No entanto, conversar com a loira era algo interessante, Minjeong tornava tudo muito normal e as mensagens das duas se provocando só triplicava a atração que estavam sentindo.

- Ex amante. - A ruiva disse. - Eu e o Eunwoo não estamos tendo mais nada.

- Parabéns? Porque se você estivesse transando com ele mesmo tendo a namorada do cara agora, eu iria sugerir que vocês fizessem um trio logo. - Yeji respondeu.

- Odeio isso, nem pensar. - Karina rebateu. - Me garanto por conta própria, não preciso de uma terceira pessoa no ato.

- Sua autoconfiança nunca falha em me impressionar Jiminie, te juro! - Ela respondeu. - Mas então, você "terminou" com ele por ela?

- Não exatamente, eu já estava perdendo toda a minha paciência com o Eunwoo a partir do momento em que ele se achou no direito de querer alguma satisfação da minha parte. - Karina explicou. - Eu já estava puta com ele antes de conhecer a Minjeong pessoalmente, você acredita que ele deduziu por algum motivo que eu estava tendo algo com um colega nosso de trabalho e quis que eu me explicasse?

- Ser comprometido e querer cobrar alguma coisa da amante é foda, viu? - Ela respondeu. - Esse cara deve ter uma masculinidade extremamente frágil, porque não é possível amiga. E você como vingança foi lá e comeu a namorada dele?

- Vingança não, apenas aconteceu... - A ruiva ficou um tanto pensativa. - Aparentemente, esse palerma chegava em casa com o meu perfume na roupa e ela percebeu, mas ao invés de ficar morrendo de ódio de mim, se sentiu atraída. - Karina explicou. - A Minjeong me contou que até o meu gosto de café amargo na boca do Eunwoo, deixava ela mais envolvida na hora que os dois transavam.

- Caramba... Fico imaginando a sua reação quando essa mulher disse isso com essas palavras. - Yeji comentou.

Karina sorriu de canto, se lembrando do momento em que Minjeong se trancou dentro do banheiro e começou a falar o que sentia. A ruiva já escutou diversas coisas de diversas pessoas, inúmeras cantadas diretas ou indiretas, mas aquela confissão teve um peso diferente, porque foi simplesmente a sentença mais excitante que Karina já ouviu na vida.