Flora é nova na cidade do Rio De Janeiro. Se mudou com sua família para a cidade Maravilhosa assim que ganhou uma bolsa na faculdade. Ela já sabia que sua vida mudaria um pouco, só não sabia que o destino traria seu amor de infância.
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F L O R A
Meus pais entraram pela porta com bolsas penduras no seus antebraços.
—Vocês não tem noção de como as coisas estão caras — Dispara dona Laura.
—Sua mãe é maluca. Ficou doida quando viu a promoção do ovo, só faltou se matar junto da mulher lá.
—Não é bem assim Carlos. Era a última cartela de ovos — Tenta explicar mas seus olhos param em Gabriel —Ai meu Deus , a gente aqui falando com cliente na loja.
—Mãe é o Gabriel — Fabinho fala e ela continua com uma feição de que não entendia ainda oque acontecia — Gabriel de São Bernardo. Brincávamos juntos.
—Ai meu Deus, Carlos é o Gabriel filho de Lindalva — Coloca as bolsas no chão e da um tapa no peitoral de papai que logo resmunga — Como você está bonito meu filho.
Ela se aproxima passando a mão pelo rosto de Gabriel — Que isso dona Laura. Obrigada — Achei engraçado o fato dele ter apenas agradecido. O Gabriel de nove anos atrás teria se gabado.
—Como está sua mãe Gabriel? — Papai pergunta juntando as sacolas que estavam no chão junto com as que estavam em suas mãos e se aproxima de mim, deixando sobre o balcão.
—Está ótima. Ela vai adorar saber que vocês estão na cidade — Ele da um leve sorriso coçando a barba farta.
—Dessa vez vamos manter o contato — Mamãe disse animada e abraça Gabriel — Você viu como Flora cresceu? — Mamãe veio até mim, puxando meu braço e me tirando de trás do balcão.
Eu estava com tanta vergonha.
Sem que ninguém percebesse Gabriel desceu os olhos sobre meu corpo — Realmente, como ela cresceu — Disse me mostrando um sorriso atrevido.
—Ela era muito miudinha — Fabio se mete na conversa. Exagerado como sempre — Andávamos os três juntos. Gabriel cuidava de Flora como se fosse irmão — Diz enquanto pegava as sacolas no balcão.
Foi nessa hora que eu sorri amarelo.
Se ele soubesse..
Gabriel voltou a me fitar, só que dessa vez ele nem disfarçava que estava olhando.
—Você não quer entrar Gabriel?. Posso fazer bolinho de chuva pra relembrar os velhos tempos — Mamãe esboçou um sorriso que entregava sua animação
—Não quero incomodar vocês.
—Que isso, você sabe que não incomoda.
—Então assim fica difícil de recusar, ainda mas quando se trata do bolinho de chuva da Dona Laura.
Mamãe dirigiu-se em sentindo a entrada de casa e o homem foi atrás. E assim que se aproximou da porta de alumínio, Gabriel parou — A Flora não vem?.
