Lobo

111 22 109
                                    

Lucius estava delirante. Aquele enorme membro rijo saía e entrava fortemente em si, acertando-lhe a próstata, provocando inúmeros arrepios de prazer em cada célula de seu corpo. Aquela experiência era a mais prazerosa de toda sua existência. Mergulhado nos olhos verdes que o fitavam, Lucius não conseguia conter seus gemidos e o calor que irradiava de si.

Segurando a mão de Andras, ele a leva por seu tórax e abdômen fazendo-a fechar-se ao redor de seu pênis intumescido e avermelhado. O mais velho solta um som gutural ao sentir o mais novo guiando sua mão em movimentos de sobe e desce, puxando o prepúcio já coberto com líquido pré-gozo. Sentindo seu membro inchar cada vez mais, Lucius arqueia o corpo, uma das mãos agarrada ao braço de Andras, enquanto os lábios sedentos pediam silenciosamente por beijos molhados. Sem se fazer de rogado, o mais velho toma-lhe a boca, beijando-o com desespero e fazendo-o provar o aroma de mel silvestre.

- Andras...

A resposta de Andras é imediata. Seus lábios atacam o lóbulo da orelha de Lucius enquanto o
mais novo geme cada vez mais alto. Apertando os quadris de Lucius, Andras aprofunda as estocadas, aumentando a velocidade ao mesmo tempo em que sua mão trabalha incansavelmente no membro jovem sentindo-o ter espasmos e finalmente se derramar.

Num pulo, Lucius desperta do sonho impróprio, a respiração descompassada e completamente atordoado. A sensação que tem é de que os acontecimentos da noite anterior foram apenas um sonho. Exatamente como este que acabou de ter com Andras. Apesar de vívido e com riqueza de detalhes, não passava disso. Um sonho. Mas bastou sentar-se na cama para ver Gyuri encostado ao batente da porta, os braços cruzados e um sorriso zombeteiro, dando a certeza a Lucius de que, tirando o sonho de há pouco, o resto era sua nova realidade.

- Estava achando que precisaria chamar seu pai. Se bem que ele poderia ter um choque ao encontrá-lo nesta situação.

- Situação?

- Falo do sonho erótico que acabou de ter.

Lucius o encara aturdido. Como ele sabia? As cobertas ainda estavam sobre si e ninguém poderia ver que ele havia ejaculado no lençol e nas roupas...

- Eu não estava...

- Lucius, não minta para mim. Após ontem à noite, quando sentimos o cheiro de feromônios nos dois, o sonho de hoje sequer me surpreende. Tenho certeza de que Andras estava nele. Se estão assim agora, não consigo imaginar como estarão no estro.

- Feromônios?

- Ora, Lucius, não me diga que não sabe o que são feromônios? Ainda mais querendo ser como seu pai! Sexo Lucius, os dois cheiravam a sexo! Assim como está cheirando agora!

O pânico toma conta de Lucius. Por mais que quisesse seguir os passos do pai, Lucius ainda era bastante tímido e conversas sobre sexo eram inexistentes em seu dia-a-dia. Talvez por isso a surpresa ao saber sobre Sárika e Angyalka e Lörinc e Kázmér. Mesmo quando se tratava de casais heterosexuais, Lucius fazia questão de se manter afastado de assuntos mais íntimos.

- Está enganado, Gyuri. Eu não...

- Estou mesmo? Tem certeza? Não queira enganar lobos...

Gyuri toca o nariz com a ponta do dedo. Lucius sente o estômago afundar. Será possível que todos puderam sentir sua excitação? Que sabiam de sua ereção fora de hora na noite anterior? Gyuri responde à pergunta estampada no semblante de Lucius.

- Todos nós sentimos. Todos. Contudo, estamos acostumados. Não há tabu no desejo. Ele é encarado com naturalidade e bem-vindo. Só me pergunto o porquê de ser com Andras? Não é seu desafeto? Não vive dizendo para mim que não o suporta?

Canis lupus (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora