Capítulo 13- Admiração

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Pov Sheilla

Fisioterapia era algo totalmente estressante para mim. Sei que todos estavam ali para me ajudar, mas era a evolução em pequenas gotas que me angustiava e pra piorar elas aconteciam duas vezes por dia, três vezes por semana.

Sexta eu normalmente estava completamente esgotada e mau falava com a fisioterapeuta, mas ela havia mandado mensagem perguntando se poderíamos nos ver no hospital, pois queria que eu fizesse alguns exames. Fiquei animada pois veria Gabriela antes do combinado.

— Eu não poderei ficar, pois tenho treino, mas assim que acabar você me liga que venho te buscar. Certo? — Thaisa perguntou.

— Eu acho que posso pegar um Uber sozinha, sabia?—Digo incomodada por receio.

O fato de Thaisa está dedicando tanto do seu tempo para minha recuperação me deixava preocupada, ela tinha um noivo, um casamento para planejar e eu não queria atrapalhar. Mas ela era tão teimosa quanto eu e não ligava para minhas reclamações e talvez esse seu jeito fazia com que nossa amizade desse tão certo.

— Sabia. Mas eu faço questão de vir  te buscar, afinal terá novidades.— Ela mexe as sombrancelhas sugestiva.

— Ela não respondeu o meu bom dia ainda. Talvez esteja de folga ou não esteja afim de conversar.— Protesto.

— Achei que você soubesse a escala dela, conversam o dia inteiro. — Nesse momento ela me ajudava a passar para a cadeira e Gabriela se aproximou.

— Bom dia Sheilla e Thaisa.— Ela sorria e por breves segundos eu me perdi nos seus olhos e esqueci que tinha que responder.

— Bom dia Doutora Gabriela.— Disse por fim me recuperando do efeitos que aquela garota causava na minha mente.

— Bom dia Doutora. Pode levar a Sheilla pra dentro ?— Thaisa questiona com um sorriso atrevido.

— Claro. Será um prazer.

Thaisa se despede ainda sorrindo, sabia que na sua cabeça ela estava cantando vitória.

— Não precisa fazer isso. Você sabe, certo? — Pergunto a Gabriela quando estamos chegando a recepção depois de alguns minutos de completo silêncio. Ela para e me encara muito séria e ali estava o lado sério.

— Você precisa parar com essa mania de achar que continuo conversando com você por pena ou porquê acho que você precisa de mim como médica. Você não precisa e não tenho pena de você — Ela frisa bem— Mas talvez eu precise da sua amizade, da sua companhia e da nossas conversas. Eu não sei para você, mas conversa com você mesmo que apenas por mensagens nessa semana tornou os meus dias mais leves.— Ela disse a última parte mais baixa, olhando ambiente ao nosso redor. Depois seguiu andando pelo corredor como se não tivesse dito nada demais.

Porém enquanto fazíamos o caminho para ala de fisioterapia meu coração dava saltos no meu peito, eu me sentia da mesma forma e por vezes durante essa semana me questionei se ela poderia sentir o mesmo. Tentei formular uma frase para responder mas não conseguia e por mim chegamos no destino.

— Obrigada. — Foi tudo que consegui dizer. Ela encarou algo dentro da sala, sacudiu a cabeça e sorriu.

— Por nada. Você está sob ótima e persistente proteção agora. Quer tomar um café depois?—Ela pergunta e ainda estava tentando entender ao que ela se referia.

— Claro. Mas que proteção está falando ?

— Todos nós temos anjos de guarda Sheilla e os seus não descansam, o máximo que eles fazem é revezar, mas você nunca esteve só.

— Que bom então, espero que eles possam te proteger também. 

— A prioridade aqui é você no momento. Te vejo em três horas.— Ela se despede com um aceno e se vai me deixando sem entender como chegamos naquela conversa sobre anjos.

Depois de duas horas e meia de fisioterapia e alguns exames eu só queria fugir daquele hospital, mas o desejo mudou quando Gabriela apareceu na porta da sala.

— Apareceu bem na hora.— Disse nervosa, assim que há vir.

— Posso saber o motivo dessa animação ?—Brincou.

— Estava pensando em fugir. —Brinco de volta.

— E me deixaria tomar café sozinha?— A falsa cara de indignada era fofa e me fez ri. O ambiente se tornou um pouco mais leve.

— Claro que não, a intenção era fugir para sua sala. — Digo sem me dá conta de onde estávamos.

— Então vamos, será bom ter sua presença nela sem ser como minha paciente. — Ela rebateu.

Adentrei o lugar alguns minutos depois e realmente estar ali depois de tudo era diferente. Parecia está além de um consultório, era mais como se fosse algum refúgio da Gabriela. Finalmente vi as fotos que ficavam disposta atrás da sua cadeira, fotos com a Lorenne, uma mulher mais velha e duas crianças muito parecidas.

— Quem são ?— Perguntei encarando a foto das garotinhas.

— Macris e Natália, duas pacientes que perdi, mas que foram essências para que eu chegasse até aqui, exatamente neste momento.

— Elas parecem bem importante e o sorriso delas me parece um tanto familiar.— Ela sorrir.

— Talvez elas sejam seus anjos da guarda agora. — De novo os assuntos dos anjos e de novo ela desviava o olhar para algo atrás de mim.

— Você ver espírito ou algo do tipo?— Pergunto e ela solta uma gargalhada alta, que chega como música aos meus ouvidos.

— Com toda certeza não.  Mas acredito muito que somos protegidos por pessoas que já se foram e já presenciei situações.

— Entendi. Gosto quando sorrir, é um ótimo som. — De novo eu falava algo sem pensar no peso das minhas palavras.

— Você é uma grande responsável por boa parte dos sorrisos que dou no dia.— Ela pisca e meu corpo se agita.

Ela pegue o celular e pede para alguém trazer café e lanche na sala dela. Observando a garota de apenas dezoito anos de jaleco, pernas cruzadas e olhar sério sobre algum papel na mesa enquanto fala no telefone, ela parecia ser bem mais velha, a sombra da responsabilidade que pairava sobre seu olhar mostrava uma maturidade que lhe foi exigida muito cedo e que muitos de nós não saberíamos administrar, mas ela soube, fácil não foi pelo pouco que sei sobre ela, mas ela com toda certeza conseguiu e tinha minha total admiração.

*Oi gente, como foi a semana? Espero que bem. 
Tenho um aviso: Novamente a fic não tem a intenção de ofender ninguém, muito menos alguma religião. Tudo que foi escrito aqui é ficção, possa ser que alguém em algum lugar do mundo tenha vivido? Talvez. Mas enquanto vocês estiverem lendo aqui tenham em mente que é só uma história.
Obrigada por todo carinho comigo e com essa história.

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