Capitulo 14- Por do sol, amor e mais

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Pov Gabriela

Duas semanas depois...

Adaptações a novas realidades eram sempre difíceis para meus pacientes e não estava sendo diferente para Sheilla, talvez mais intenso por toda sua trajetória. Os passos se tornavam mais firmes de forma lenta e nas últimas duas semanas ela vinha tendo crises de ansiedade.

Claro que ela tinha todo o apoio, psicólogo, familiar, mas existem coisas que estão além do nosso controle. Thaisa havia pedido ajuda pois ela não queria sair de casa e havia brigado com a fisioterapeuta. Então neste exato momento estava saindo mais cedo do hospital para preparar algo especial para anima-la.

Passei na cacau show e comprei alguns bombons que ela já havia comentado que gostava. Mandei mensagem para sua avó perguntando coisas que ela gostava de comer e comprei também no caminho. Passei para buscar algo especial e por último pedir que ela se arrumasse pois iria vê-la. Passei em casa para tomar banho e troca de roupa e ao chegar no meu quarto dei de cara com a Ninna. 

— Quem é vivo sempre aparece.— Comento.

— Não sei se essa frase cabe bem a minha existência, já que morri mais vezes do que você possa contar no último milênio. — Ela diz tranquilamente.

— Isso parece tão macabro. — Comento achando meio pertubador sua colocação.

— Pessoas se vão para que novas pessoas venham a nascer e novas histórias sejam escritas.

— Ainda assim é estranho. Esperai está querendo dizer que eu vou morrer para outra pessoa nascer?— Pergunto preocupada.

— Talvez, ou talvez você venha a nascer Gabriela novamente e tenha mais uma chance de reescrever sua história. Tudo depende das escolhas que faz aqui.

— Acha que fiz boas escolhas até aqui?— Sou curiosa.

— Não sou eu que digo se são boas ou não, são as consequências delas. Você acha que tudo que escolheu até agora tem te levado a bons lugares?

— Sim. 

— Ótimo. Agora vamos falar sobre o que vim falar?

— Preciso que seja rápido, tenho algo marcado com a Sheilla.— Digo pegando uma roupa no closet.

— Eu sei, eu estava lá quando ela sorriu bobamente para o celular. Nada mudou.

— Ela sempre faz isso quando mando mensagem? — Digo curiosa.

— Ou quando pensa em você, ou quando algo lembra você. Há muito tempo é o mesmo sorriso largo e luminoso.

— Acho que é recíproco.

— É, eu sou uma testemunha.

— Do que quer falar então ?

— Ela está ficando depressiva, apática e ansiosa e sei que isso é da condição humana, vocês são frágeis ao olhos divino e por isso os anjos existem, mas nessa missão nós não podemos guia-la para se encontrar e nem moldar suas emoções, não viemos com essa poder dessa vez, então você terá que fazer.— Tenta explicar mais fico mais confusa.

— Como que eu humana vou moldar as emoções dela?

— Você não vai moldar, você vai ensinar a alinhar, além de todo o suporte psicológico que tem, você vai curar-la com o amor que tem, mas pra isso você precisa se entregar, pare de recuar, para de temer e se coloque na posição de dar amor para que  receba de volta.

— Você já olhou para ela, é a Sheilla Castro, mais velha, jogadora da seleção e eu sou a garota de QI elevado que aos dezoito já trabalhar como neurologista. Ela tem uma história incrível e eu só sou a garotinha assustada e cheia de traumas.

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