XII - De inimigos a colegas

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Draco Malfoy

Eu estaria mentindo se dissesse que a proposta de Harry não tinha me surpreendido, aquele dia foi cheio de surpresas. Saber que ele era ômega não alterava em nada o que eu sentia por ele e a nossa suposta amizade estava indo bem. Os comentários sarcásticos continuavam, mas isso já fazia parte tanto da minha natureza quanto da dele em relação a nós dois.

Hoje começariam os jogos de quadribol, a estreia da temporada em Hogwarts seria entre grifinória e lufa-lufa. Eu apostava nos grifinórios, os lufanos não andavam ganhando muitos jogos recentemente. Meus dois melhores amigos caminhavam do meu lado enquanto Crabble e Goyle estavam atrás de nós, estávamos andando até as arquibancadas.

- Podem ir na frente, eu vou passar em um lugar antes- comentei me desviando do caminho.

- É só falar que vai desejar boa sorte ao seu grifinório que vamos entender Draco- quis jogar um filipendo em Blaise só para vê-lo cair de bunda.

- Cale a boca Zabini-

Andei até perto dos vestiários e já pude ver a cabeleira ruiva dos Weasleys que compunham o time, e eram muitos. Harry estava saindo do banheiro já com o uniforme e os óculos enfeitiçados para permanecerem firmes em seu rosto. Seus olhos verdes me viram assim que virei o corredor, e ele sorriu. Nunca pensei que fosse dizer que Harry Potter tinha sorrido para mim.

- Ora ora, veio me desejar boa sorte?- ele perguntou andando até mim com a vassoura em mãos. Completamente lindo.

- Só vim dizer para que não perca, eu adoraria jogar contra vocês e ganhar dessa vez-

- Veremos se você vai ganhar, mas eu sei que meu time é muito bom-

- Tenho algumas objeções- murmurei e recebi um tapa no braço.

O time dele era realmente bom, eu posso não gostar da maioria deles, mas não poderia negar que eles sabiam o que fazer. A ruiva que vivia babando no Potter ano passado era uma boa artilheira, já o Ron conseguia pegar muitas bolas como goleiro. Os gêmeos Weasley eram como furações como batedores e Harry voava tão bem quanto eu, então era sempre acirrado em relação ao pomo de ouro.

Eu gostava de como o cheiro de Potter pairava no ar, era leve e me lembrava de casa, apesar de eu não saber o por que. E recentemente descobri que cada vez que ele sorria para mim meu estômago se retorcia de ansiedade, eu também tinha começado a suar frio na presença dele. Isso era estranho e se piorasse eu iria até Madame Pomfrey.

- Vá e me assista ganhar Malfoy-

- Como todo o prazer, Potter- sorri de lado e me distanciei, o sorriso dele o acompanhou até que ele estivesse em campo.

Eu o via concentrado, sempre olhando ao redor e buscando a bolinha dourada que poderia levar seu time à vitória. As mãos agarravam firmemente o cabo da vassoura e as vezes ele passava a mão pelos cabelos, os bagunçando ainda mais. Essa era uma visão bonita.

Estava frio apesar de o sol estar no alto, Harry usava alguns feitiços para se esquentar, eu sabia disso porque jogamos em amistosos alguns dias atrás e eu o observei colocar um desses feitiços em mim. Ainda era estranho pensar que ele estava disposto a cuidar de mim, de ser meu amigo.

Eu sempre gostei dele, mas também sempre me mantive na realidade. Eu pensava que ele nunca seria nada mais do que meu inimigo que algum dia se cansaria até mesmo de brigar comigo e não se dignaria a me olhar, e aí eu ficaria triste porque eu não teria mais sequer uma migalha da sua atenção. E então tudo mudou e ele me vê como amigo, ele sorri para mim, cochicha algumas piadas na aula do Snape e me faz querer rir em momentos que eu definitivamente não deveria.

A Origem das Espécies [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora