VI - Trégua

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Harry Potter

  Foi completamente estranho o fato de eu ter andado quase calmamente com Malfoy até voltarmos para o castelo. Meu ômega estava satisfeito, mesmo depois de me fazer passar por uma montanha-russa de emoções por causa de Malfoy, e sim, eu na verdade sou um ômega.

  Não são muitas as pessoas que sabem sobre a minha “situação”, somente a Madame Pomfrey, que fez o meu teste e foi encarregada de me dizer o resultado, Dumbledore e o corpo docente de Hogwarts, meus padrinhos, a família Weasley e Hermione. Eu confiava nessas pessoas e estava bem com todas elas sabendo da verdade, mas eu ainda não estava pronto para deixar o mundo saber. Eu sei que se alguém de fora desse círculo souber, os holofotes estarão voltados para mim novamente.

  Eu não gostava da atenção que os jornalistas me davam, principalmente Rita Skeeter. Eu a odiava com todo o meu coração e preferiria morrer a dar uma entrevista para ela, ela bagunçou minha vida e distorceu muitas palavras minhas então recorrer a ela, ou qualquer jornalista, em alguma situação estava fora de questão.

  Ser um ômega não era tão ruim, só os períodos de calor que eram um desafio, mas eu nunca cheguei a ficar irracional. Eu tive a experiência de ficar com uma alfa durante uma ou duas vezes, Ginny era legal, mas nós dois sabíamos que nada entre nós daria certo então só nos ajudamos nas duas vezes em que aconteceu.

  Meus “sentidos de ômega” ficavam à flor da pele na presença de Malfoy, eu não sei que parte do meu organismo eu devo culpar pela idiotice de querer justamente ele. Eu me dei conta de algumas coisas depois do meu primeiro cio no quinto ano, o cheiro dele sempre me atraía e eu ficava estranhamente quente quando estávamos perto fisicamente. Meu cérebro podia dar um leve pane quando brigávamos já que meu ômega queria que eu o aceitasse e a minha parte racional queria bater nele até desfigurá-lo.

  O problema é que nada na minha vida vai conforme os meus planos e eu só fui descobrir porque meu ômega gostava tanto dele quando fui até a Madame Pomfrey e contei tudo o que eu sentia quando ele estava por perto. Devo dizer que fiquei muito surpreso quando o diagnóstico que ela chegou foi ele ser meu parceiro destinado. Eu nem mesmo acreditava em destino!

  Se eu não quisesse que ele descobrisse o nosso “laço” eu precisaria esconder meu cheiro dele, o que seria bem difícil sem os inibidores, e foi exatamente isso que eu fiz. Para ser sincero eu não queria ser um ômega, eu poderia viver muito bem se fosse um beta e não precisasse enfrentar o risco de poder encontrar meu parceiro destinado em um dia qualquer.

  Quando Madame Pomfrey me disse o que Draco era para mim eu me descontrolei e descontei nele, nós brigamos e eu o azarei primeiro. Acho que qualquer um no meu lugar poderia ter essa reação levando em conta que Draco e eu somos inimigos desde que nos conhecemos e que ele já aprontou muitas coisas para me ferrar, mas uma voz na minha cabeça –a voz responsável pelos desejos do meu ômega- gritou de dor por ele mostrar sinais bem claros de que não me queria por perto.

  Esses sinais eram justamente o que nós fazíamos desde sempre, que era brigar, gritar um com o outro e lançar feitiços perigosos com a intenção de ferir. Essa voz e a minha voz racional brigaram dentro da minha cabeça e eu quase colapsei naquele momento, só me lembro de ter desmaiado e acordado na enfermaria com Lupin me olhando preocupado. Ele nunca soube o que me levou a ficar tão fragilizado a ponto de desmaiar, e eu pedi à Pomfrey que não contasse a ele.

  Eu sei que ele é como um pai para mim e eu deveria ter contado, mas eu não queria ser confortado ou encorajado a ir arás de Draco. Esse segredo eu só compartilhei com Hermione e Ron, Mione queria que eu contasse ao Malfoy ou deixasse meu cheiro livre para que ele percebesse o óbvio, mas Ron queria que eu fizesse o que achasse melhor e não seria um laço feito pelo destino que o faria gostar do Malfoy.

A Origem das Espécies [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora