XIV - Toque o que é seu

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Draco Malfoy

Eu estava em êxtase. Parte de mim dizia que eu deveria ter percebido antes e a outra teimava dizendo que isso não poderia ser verdade. E para calar essa segunda voz eu fui até a enfermaria e pedi para falar em particular com a Madame Pomfrey.

- O que quer senhor Malfoy? Você não parece doente ou machucado-

- Eu acho que Harry Potter é meu parceiro destinado-

- Bem, você não está errado. Ele criou coragem e te contou ou você descobriu por si mesmo?-

- Uma mistura dos dois-

Senti vontade de sorrir só de me lembrar de como Harry quis que eu descobrisse, sua confiança ao ponto de retirar a gargantilha e me deixar tocá-lo.

- Quer que eu faça os exames oficiais para ter certeza?-

- Sim, eu gostaria-

Passei meia hora sentado na cama da enfermaria com a varinha de Pomfrey me tocando toda hora e escutando seus murmúrios de feitiços. Para saber se alguém era seu parceiro era preciso que você sentisse o cheiro dessa pessoa e identificasse os sinais antes de ir confirmar em um hospital. As mãos suando e a ansiedade em ver Potter poderiam contar como sinais, eu já pensava em vir até aqui para saber o que tinha de errado comigo.

Os exames eram rápidos e fáceis, em trinta minutos, ou no máximo uma hora, você teria seu resultado em mãos.

- Pense nele por alguns segundos- ela pediu em voz baixa e concentrada, e eu obedeci. Pensei no seu cabelo bagunçado que eu tinha tirado a prova de que eram macios, na pele leitosa de suas costas e no pescoço bronzeado e cheiroso que tive o prazer de me aconchegar.

- Você está caidinho por ele, não está?- Pomfrey riu enquanto se afastava.

- É óbvio?-

- Só é óbvio porque eu estava focada nos seus batimentos cardíacos e pensar nele te fez disparar, vocês são parceiros. Harry sabia desde o quinto ano e passou todo o tempo antes de descobrirem que ele é um ômega tentando esconder-

- Eu sei, ele me contou isso depois que me toquei que éramos parceiros-

- Preciso enviar os documentos aos seus pais?-

- Não, me dê eles-

- Certo, certifique-se de guardá-los bem-

- Obrigado Madame Pomfrey-

- Não há de quê garoto, só não me apareça aqui com o olho inchado por um soco do senhor Potter-

- Não prometo nada- murmurei saindo da enfermaria e escondendo os pergaminhos nas minhas vestes.

Eu gostava da sensação de ter um parceiro, sempre fui uma daquelas crianças que gostava de escutar a mãe contar histórias românticas de parceiros destinados que viveram felizes para sempre. Eu também acreditei nisso fielmente, mas nunca conheci alguém que realmente aceitou seu laço de parceria e se tornou o parceiro de alma de alguém.

Ter um parceiro significava ter uma alma gêmea, alguém que estaria disposto a tudo por você se escolhesse ficar e dar uma chance ao laço. Saber que eu possuía um laço íntimo desse jeito com a pessoa por quem eu sempre fui apaixonado me deixava meio distraído e abobado.

Harry Potter escolheu ficar, ele me escolheu e me deu a chance de entender o que nos unia.

Ele poderia ter apenas continuado a me odiar, continuar tomando as poções para que eu nunca notasse ou simplesmente causar a maior dor de um alfa em mim.

A Origem das Espécies [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora