Algumas pessoas dizem que há uma linha tênue entre o amor e o ciúmes, eu acredito que estou bem no meio. No meio do amor, no meio do ciúmes, e no meio da sua vida. Eu já ouvi falar daquela pessoa que te faz sorrir igual a um bobo, aquela que te faz...
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HELOÍSEVIANA
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Envelhecer me assusta. Eu não costumo ter medo de muita coisa, mas se eu tiver que listar o meu maior medo, sem sombra de dúvidas, é a velhice. Não falo desse estágio em si mas sim por ele representar o final. O encerramento de algo que não devia ter fim. A vida realmente é algo que eu gosto de apreciar.
Me assusta como as coisas podem acabar em instantes; Como meses podem se transformar facilmente em anos; E como a vida pode ir se esvaindo pouco a pouco sem nem notarmos. Por isso eu aproveito, sem refreio, é por conta dessa tal contagem regressiva pra o fim que eu fui criada da forma que fui.
Meus pais me ensinaram desde sempre que um dia tudo isso iria acabar, mas ele também me ensinaram que minha juventude não deve ter prazo de validade interiormente; Que eu devo sempre me manter jovem por dentro, como eles. Eu aproveito. Eu sorrio. Eu choro. E eu demonstro tudo, não deixo nada pra depois. Porque me assusta morrer sem ter realmente vivido.
— Feliz aniversário, minha abelinha.- minha mãe beija minha bochecha e eu sorrio mais uma vez.
— Vocês já bateram palmas na madrugada, amor.- a lembro e ela dá de ombros.– Te amo.- beijo sua testa.
— Já são 9 horas, achei que o Liandro ia vir aqui de madrugada.- meu pai diz dando risada.
— Ele acordou meia-noite pra me dá parabéns, depois eu falei pra ele ir dormir, tava cansado pra porra do trabalho então eu disse pra ele dormir até tarde hoje.- explico pra eles.
Liandro me ligou por chamada de vídeo às 00:13, morto de sono e mesmo assim disposto a ser o primeiro a me parabenizar, palavras dele. Cada palavra dele fez algo em mim se acender como nunca, Liandro faz minha alma vibrar de felicidade e eu não escondo isso de ninguém. Ele é como o sol; Queima a minha pele, mas isso faz com que eu me sinta viva de novo.
Falando no meu pretinho, meu celular vibra na minha mão e eu atendo a chamada quando vejo seu contato na tela.
— Amor, 'tô atrasado mas 'tô chegando.- sua voz está ofegante e eu dou risada.
