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Boa leitura!
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"Ouvi falar que ela deu encima do cara pra chamar atenção do irmão dela

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"Ouvi falar que ela deu encima do cara pra chamar atenção do irmão dela."

"Parece que ela realmente só fez isso pra chamar a atenção dele."

Na escola os comentários não pararam, já passaram alguns dias, e foi a primeira vez que eu fui para a escola, os comentários pareciam penetrar a minha mente com muita força, como pregos perfurando minha cabeça. A maioria das pessoas tem uma teoria louca de que eu dei encima daquele filho da puta para chamar a atenção do Victor, o cara acabou saindo do controle e aconteceu o que aconteceu. Por minha culpa. Uma pequena parte prestou solidariedade, com muita empatia e disseram que entendiam o meu lado. Poucos.

— Merda.- praguejo, sentindo minha cabeça latejar ainda mais.

Levei uma tremenda pancada nela, e meus pensamentos não ajudam a dor a melhorar. Meu cérebro está a mil, mas continuo fazendo te tudo para não cair na negatividade, com a ajuda da minha família e dos meus amigos, logicamente. Não recuei, ou fiquei reclusa, mas ainda assim não me sentia cem por cento confortável ao estar com pessoas demais. Tem algo dentro de mim que vêm me frustrando, e, mesmo recebendo muito amor e apoio, há uma parte de mim extremamente deprimida. Algo tem me deixado para baixo, tenho tido muito insônia ultimamente e tenho certeza que parar de pensar ajudaria em tudo. A maioria dos meus pensamentos são contra mim, estão me levando à beira da loucura, me sinto encurralada com tantas coisas.

— Posso te acompanhar?- olho para trás e assinto, vendo meu pai sentar ao meu lado em seguida.- Quer conversar?- pergunta puxando meu corpo, para que eu consiga me apoiar no seu peito.

— A minha cabeça tá à mil, pai.- confesso enquanto suspiro pesadamente.- Eu me sinto desanimada, esgotada e frustrada. E parece que tem algo que eu 'tô deixando passar e não sei o que é.- seu carinho no meu cabelo me faz murmurar algo em aprovação.

— Você passou por uma experiência traumática, é algo extremamente difícil de simplesmente passar por cima e esquecer. Isso mudou a maneira como você se vê, como você vê as pessoas ao seu redor, e também como você lida com certas situações.- suas palavras são cuidadosas.- Bom, foi o que a sua mãe me disse.- sorrio com isso e me aconchego mais ao corpo dele.

— Não queria que ela se sentisse mal com isso. Ela parece que não dorme à dias.- digo com pesar.

— Vocês continuam tendo laços, mesmo que o cordão umbilical tenha sido cortado quando você nasceu. Se você 'tá mal, ela também 'tá. É algo de mãe. Se você não dorme, ela também não dorme. Se você sofre, ela também sofre.- ele beija minha cabeça.- A Maria Eduarda sempre vai escolher algo pensando no seu melhor, assim como eu também, mas uma escolha errada é capaz de ferrar com tudo. Ela não agendou uma consulta pensando que você é maluca ou algo assim, ela agendou porque queria te ver bem, saudável, feliz e leve, assim como eu também quero. O que aconteceu foi consequência, não foi culpa sua, da sua mãe, ou minha, foi inteiramente culpa do cara.

Eu posso ser elaOnde histórias criam vida. Descubra agora