Colhendo amores-perfeitos.

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Arthur piscou para Mordred. Ele sorriu de volta quando chegaram às colinas cinzentas. Com uma brisa fresca soprando e sem nuvens no céu, era a tarde cinzenta perfeita para um piquenique.

Ele se sentia muito melhor depois de uma boa noite de sono. Também havia se desculpado com o ajudante de cozinha por ser comportamento na véspera. A irmã não foi comer com eles, mas seu pai ficou impressionado — O suficiente para atender à solicitação de Mordred de passar a tarde com Arthur, com a condição de que levassem uma escolta. Arthur preferiria ficar só nesse passeio, mas, se quisesse ajudar o camponês a encontrar sua agulha, eles precisariam partir na jornada de qualquer modo. Mordred havia fornecido a desculpa perfeita para saírem do castelo.

O alfaiate havia feito uma roupa nova especialmente para essa viagem. Mas quando ele o costurara? E como ele sabia que ele havia concordado em ir? Mais estranho ainda foi o presente que ele lhe dera: uma pequena caixa de cedro que continha cera de abelha e instrumentos de costura. Quando o príncipe tentou perguntar sobre esses itens, Gaius lhe deu uma responsa enigmática: "Existem perigos na floresta, portanto cuide de sua vestimenta. Ela vai lhe servir muito bem".

Ele aceitou os dois presentes, achando a reação dele bastante peculiar e pouco útil.

Ele não respondeu à minha pergunta.

Arthur sabia que Merlin seria mais direto. Quis perguntar ao camponês, mas no momento era melhor não dizer nada. Manter a aparência de sanidade era muito mais importante.

Até agora tudo seguia de acordo com o plano.

— Como pretende escapar com todos esses guardas vigiando? — perguntou Merlin.

— Relaxe — disse Arthur através de um sorriso. — Está tudo correndo como eu quero.

Ele o encarou em dúvida.

— Gaius disse que precisamos fazer essa viagem sozinhos.

— Pare de se preocupar tanto. Deixe que eu cuido dos vivos, está bem?

Mordred apeou e a caravana chegou ao alto do morro. Ao meio-dia, a paisagem se estendia à frente deles. O castelo de Camelot estava a sudeste. O litoral distante estava mais além. O lar de Arthur parecia muito pequeno visto dali, mas era preciso estar longe para terem chance de fugir. Se a escolta se recusasse a ajudar, escapar deles seria mais fácil do que de toda a guarda do castelo.

— Que vista! — disse Mordred, parado junto de Brooklet. — Posso ajudá-lo a descer?

— Não se preocupe com isso — disse Arthur, descendo da sela da égua, parando sobre a grama alta que ia até os tornozelos. Ele ofereceu o braço e segurou as rédeas de Brooklet com a outra mão. Arthur os guiou até um local sombreado, na beira de um bosque, onde os dois serviçais estenderam uma toalha na grama fresca. Mais dois serviçais estenderam uma toalha na grama fresca. Mais dois serviçais vieram em seguida, carregando um cesto da carruagem que os havia acompanhado.

Arthur sentou-se na toalha.

— Que dia maravilhoso!

— É mesmo — disse Mordred. — Você parece bastante confortável. Posso acompanhá-lo?

— Não foi para isso que viemos?

— Não. Não foi — resmungou o camponês.

— Por favor — disse Arthur, achando mais fácil ignorar o fantasma depois de uma boa noite de sono. — Sente-se comigo.

O cavaleiro obedeceu depois de tirar a espada embainhada do cinto. Em seguida, cruzou as pernas grossas e se recostou, afundando na toalha sobre a grama macia. Pôs as mãos atrás dos cabelos escuros, revelando os braços musculosos. Se estivessem sozinhos, Arthur não saberia o que teria feito.

it's destiny, my love! [merthur]Onde histórias criam vida. Descubra agora