23 Bahrein - Espanha

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 Anne Martinez

  Abri os olhos e Mick ainda permanecia com os braços por cima do meu corpo. Ainda não tinha amanhecido. Encarei o despertador e ainda faltavam algumas horas para amanhecer. Caminhei com cuidado para o banheiro, fiz minhas higienes e vesti um conjunto moletom confortável. 

  Ligue meu macbook e encarei Mads e Angie dormindo quase abraçadas, eram duas cachorrinhas fofas demais. Abri novamente o arquivo do processo e reli. Pensando em quais pontos dos argumentos que meu avô criou poderiam ser descredibilizados por Edgar. Edgar é meu pai biológico mas era impressionante como significava tão pouco para ele.

  - Bom dia, baby - Mick ainda tinha os cabelos úmidos e carregava duas xícaras de café. Encarei ele sorrindo e pegando o café quentinho. Encarei o relógio no computador, eu tinha passado muitas horas lendo.

 - Bom dia meu amor - Sorri tomando o café quentinho. Eu estava lendo ainda quando ele se sentou ao meu lado e foi checar algo no celular dele. 

  Ele respirou fundo e saiu da sala. Ele falava alto do quarto em um alemão rápido demais para eu conseguir entender. Tentei ignorar já que se ele se afastou, não era de meu interesse. Eu não tinha comentado muitos detalhes do processo, eu poderia ter assuntos pessoais assim como ele. Não quero estar em um relacionamento que não possa ter privacidade. Depois de mais alguns minutos decidi tomar um banho e me arrumar para ir ao circuito. Mick após a ligação se despediu de mim e foi para a academia do hotel, iria ao circuito somente a tarde. 

  Assim que cheguei ao hall do hotel recebi a mensagem de Carlos me pedindo para acompanhar ele hoje. Droga. Os planos de Leclerc muito provavelmente não deram certo, se tivessem dado certo no almoço de negócios, ele não se incomodaria com a presença de Lise o acompanhando. 

  Pedi um táxi e cheguei no circuito rapidamente. Ainda estava o mesmo clima bom. Mas eu queria sentar na área vip do paddock e acompanhar de lá como torcedora, não ter que acompanhar em entrevistas os pilotos. Talvez trabalhar com Leclerc, Sainz e Lise fosse legal somente por eles serem meus amigos e não me animava muito o trabalho em si

 Eu queria estar lendo o contrato. Senti um desconforto pela minha linha de pensamento. Antes de voltar a ter contato com meu avô eu trabalhava horas seguidas para conseguir comer e sustentar a casa com uma viciada que era minha "mãe". Ouvia humilhações todos os dias. A dona do restaurante era Martha, eu a considerava legal até descobrir que ela era minha tia e nunca pensou sequer em me contar. E agora estava em estado grave, seus pais tinham morrido. Meus avós morreram. 

  Mandei uma mensagem para Lucile perguntando o estado de saúde de Martha sentindo minha cabeça doer. Eu deveria ser agradecida por ter um emprego, esse emprego me fez ter esperança e foi através dele que eu consegui finalmente pessoas incríveis de verdade. Eu não posso ser mal agradecida. 

  - O que você tem? Parece que vai passar mal - Carlos me parou no meio do caminho para a lanchonete.

  - É só dor de cabeça - Menti e ele sabia que eu estava mentindo mas antes que ele viesse me interrogar completei - Como foi ontem, com Lise? 

  - Foi profissional, você e Leclerc deveriam cuidar mais da vida de pessoal de vocês e deixar a dos outros em paz. Eu e Lise somos colegas de trabalho e nunca passaremos disso. Vamos que eu preciso conversar com os engenheiros antes de começar a treinar. 

  - Nunca diga nunca hein - Empurrei ele quebrando o clima tenso. Ele estava incrédulo mas sorriu. 

  Aguardei Carlos analisar os dados com os engenheiros. Meu celular vibrou e fui checar quem estava me mandando mensagem.

Are you falling in love? || Mick SchumacherOnde histórias criam vida. Descubra agora