Are you falling in love? || Mick Schumacher

55 Capítulo final: parte 01

Anne Schumacher

 - Você pode me atualizar desses primeiros seis meses? - Lise era minha única amiga de fora da minha bolha familiar e eu sorri quando ela nem entrou em casa direito e já foi desviando dos brinquedos espalhados.

   Fazia tanto que eu não a via.

 - Depende, fiquei sabendo de umas visitas a Espanha, um segredo por outro? - Brinquei com ela já que haviam fofocas sobre ela estar sempre próxima de Carlos Sainz em todos os sites de fofocas. Eu apoiava eles. 

 - Como ela conseguiu entrar na liga tão rápido? - Lise perguntou enquanto eu ia desligar a tv que reprisava a cerimônia de nomeação de Elyna para a equipe principal do clube. O momento que eu e Mick entregávamos seus equipamentos de esqui tinha que ser assistido por ela todas as noites antes dela cochilar no sofá. Era o ritual dela que eu não atrapalhava.

Nada me deixava mais feliz que saber que minha amável Elyna também dava importância a minha presença e a de Mick na vida dela. Mesmo às vezes parecendo bobo, uma pequena angústia de não ser "boa mãe" me rondava. Mas em cada avanço na vida dela, ela me incluia.

 - Minha filha é extraordinária, quando ela acordar, repita com esse mesmo espanto esse feito dela,  porque quando tentamos elogiar ela pensa que puxamos o saco dela - Disse enquanto me preparava para carregá-la ao andar de cima.

 - Você está em forma, uma mamãe gostosa. Parabéns - Lise sempre tinha um comentário para me fazer rir ou xingá-la. As videochamadas que fazíamos eram sempre assim mas tê-la aqui era como saber que eu realmente tinha uma amiga que se importava comigo. Em seus poucos dias de férias ela atravessava a Europa para me ver.

  Assim que deixei Elyna em seu próprio quarto e voltei para a sala, Lise estava catando os brinquedos. 

 - Mick e a Haas hein? Não vou escrever nada, não me olhe com essa cara - Lise estava rindo e eu a ajudei a arrumar minha sala. 

 - Eu ia ficar chateada por essa decisão dele mas quando ele tentou um acordo, eles prefiriram falar mal dele na mídia e aquele que se diz chefe de equipe ainda disse cada atrocidade que só não fui fazer ele engolir as próprias palavras porque tive que ficar uns dias no hospital.

  Era tão estressante lembrar dessa história que eu poderia cometer um crime de ódio.

 Foram dias difíceis ver ele abandonando a carreira pela família. Mas cada vez que ele acordou de madrugada para me ajudar. Quando ele me abraçou enquanto eu chorava de dor durante a amamentação. Quando depois de um mês ele me ajudou a ter uma rotina saudável e cuidar mais de mim. Eu agradecia a ele por essa decisão mesmo sendo egoísta. Eu tentava retribuir a cada dia toda a devoção dele pela nossa família. Eu era uma egoísta mas uma egoísta agradecida. 

 - Boa noite Lise, sinto muito interromper mas Aaron está chorando e não quer acordo - Mick carregava um bebê de cada lado do braço mas Aaron me encarava fazendo biquinho.

 Era assim desde os seis meses, ele era extremamente sensível e sempre se acalmava no meu colo. Quando peguei ele e ofereci meu outro braço a Annelise ela negou e agarrou o pescoço do pai. Ela preferia ele, eu pensava que ela não gostava de mim. Mas entendi na terapia que era normal: um deles iria ter preferência por um dos pais. Aaron era por mim e ela pelo pai. Mesmo assim ainda era um ponto sensível, eu tinha pânico de não ser uma boa mãe: era o maior medo da minha vida.

 Balancei Aaron que logo deitou em meu pescoço e ficou brincando com meus cabelos.

 - Mick o que você diz de eu, Corinna e Gina cuidarmos deles depois da festa e vocês saírem?