3. Taking care of you

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Boa leitura!

- Soube que você fez amizade com um novo paciente... - Noah perguntou enquanto caminhava com a filha montada em suas costas.

- O nome dele é Josh, papai e eu prometi voltar amanhã. - Amélia estava agarrada ao corpo do pai com as pernas, enquanto os braços se enrolavam no pescoço esguio.

- Vai ler pra ele? - ela assentiu. - Tem certeza que quer passar o domingo aqui no hospital, Ame?

A garota rolou os olhos e bufou irritada, arrancando uma gargalhada do pai. Noah a colocou no banco de trás e sentou-se no banco do motorista. Passava das 18h quando o alfa, finalmente, conseguiu convencer a filha a voltar para casa. Os livros e os CDs foram deixados estrategicamente na sala dele, já que ela voltaria no dia seguinte.

Assim que chegaram em casa, alfa e filhote se dirigiram animadamente para a cozinha, Amélia adorava ver o pai cozinhar, ele cantava enquanto fazia algum prato inédito sob os olhos atentos da pequena. Terminaram de jantar e a garotinha resolveu que iria ajudar a lavar a louça. Obviamente a bagunça foi generalizada, mesmo assim, conseguiram arrumar tudo pouco antes das nove da noite.

Subiram as escadas rapidamente e, enquanto Noah preparava o banho de Amélia, a garotinha terminava de tirar as roupas e coloca-las no cesto em forma de sapo que ela havia escolhido meses antes. O alfa colocou-a sobre a pia e prendeu os cabelos em um coque apertado, levando-a para a banheira.

- Papai, me conta sobre o papai Alex de novo... - ela pediu manhosa.

- Você já ouviu essa história milhões de vezes, Ame... - ele disse rindo enquanto esfregava o pescoço da filha.

- Ainda é a melhor história do mundo. Conta papai, por favor.

- O que você quer saber?

- Eu tive dois papais, um papai ômega e um papai alfa, certo? - ela perguntou, enquanto o pai a retirava da banheira e a enrolava em uma toalha branca.

- Certo. - pegou-a no colo, indo em direção ao quarto da garotinha.

- Eu não conheço ninguém que tenha dois papais... - Amélia disse apreensiva.

- O papai Alex era um ômega especial, único e bem raro. - ela escutava tudo atentamente enquanto o pai a vestia. - Não existem muitos iguais ao papai, existem mais ômegas meninas do que ômegas meninos. Então... As pessoas... Elas... Achavam um pouco estranho que o papai Alex quisesse ter um filhote, porque elas estão acostumados com ômegas mamães...

- As pessoas não gostavam do papai Alex por que ele me quis? - Amélia se sentou e Noah sentou-se atrás dela, soltando os cachos e começando a penteá-los, prendendo-os em uma trança.

A vozinha baixa e embargada da garota fez com que Noah se sentisse um péssimo pai por precisar dizer aquilo à ela. Segurou-a pelos braços e puxou-a para o seu colo. Amélia encostou o rosto no peito do pai, começando a fungar baixinho, fazendo o alfa sentir as bochechas molhadas da filha.

- Posso te contar uma coisa? - sentiu o rosto pequeno se mover assentindo. - Quando o papai Alex me contou que estávamos esperando um filhote, eu me senti o alfa mais feliz dessa cidade, é verdade, se existisse um campeonato de felicidade eu e o seu pai seríamos campeões.

- Não existe campeonato de felicidade papai... - ela ergueu o rosto e o encarou com os olhos verdes marejados, ainda que estivesse sorrindo.

- Se existisse. - o alfa sorriu também. - O papai Alex tinha tanto amor dentro dele, que ele não conseguiu mais guardar e aí veio você, que é inteirinha feita de amor. - ela o encarava atentamente. - Então, mesmo que as outras pessoas prefiram ômegas mamães, você teve um ômega papai, que amou você mais do que tudo. E eu também amo você. Que é metade papai Alex e metade papai Noah.

How to Save a Life • abo || N.B Onde histórias criam vida. Descubra agora