12. First touch, first kiss

335 34 15
                                    

Aquela havia sido, provavelmente, a pior noite do alfa. Ele não fazia ideia de porque sentia tanta vontade de descer as escadas e agarrar o ômega que dormia calmamente no escritório, a força mesmo, e isso nem era algo que ele faria, quer dizer, usar da sua condição de alfa para subjugar um ômega e fazê-lo ceder às suas vontades, não, isso nunca foi do seu feitio. Ele sempre preferiu conquistá-los, mas, pelas suas contas, o seu rut estava próximo e talvez fosse por isso que a presença de Josh o afetasse tanto. De qualquer forma, ele ainda não sabia o que fazer com as sensações que o menor provocava e isso o estava enlouquecendo.

A verdade é que Noah praticamente não se reconhecia quando o assunto era Josh, não se lembrava do que era cautela e controle, desconhecia discrição. Coerência passava longe. Desesperado era a palavra correta para descrever sua situação, sabia que precisava se afastar, mas, desejava com afinco estar perto. Isso não fazia o menor sentido.

Mas, os dias continuavam passando e a vida continuava seguindo seu caminho normal. Por isso, Amelia abriu os olhos às sete em ponto, como os dois dividiam o quarto que havia pertencido à Noah quando ele era apenas um filhote, ambos dormiam na mesma cama. Assim que acordou, pulou sobre o corpo do alfa, encaixando o rosto pequeno na curva do pescoço dele, fungando rapidinho. Ela era mesmo um bálsamo em meio ao caos. O moreno a abraçou com força em busca de um pouco de sanidade, concentrado na vozinha suave e no cheiro doce de seu filhote.

- Bom dia papai! – ela ronronou dengosa, adorava os carinhos do pai e os adorava ainda mais pela manhã.

- Bom dia ursinha! – ele sorriu exibindo suas covinhas, apertando a menina contra si.

- O que nós vamos fazer hoje? – ela perguntou animada.

- Vamos ao cinema, o que você acha? – a garotinha assentiu animada.

- O Josh vai também? – o alfa engoliu o seco, a intenção dele era passar o máximo de tempo possível longe do ômega, mas, talvez não fosse tão fácil como planejara.

- Se ele quiser, ele pode ir... – deu-se por vencido porque não conseguiria convencer a menina do contrário.

- OBA! Vou acordar e convidar ele.

Dito isso, Amelia saltou da cama com seus pijamas de flanela verde, calçou suas pantufas dos minions e desceu as escadas cantarolando. Josh já havia acordado e esperava por ela na cozinha, a garotinha sorriu largo quando o viu e pulou em seu colo, ele prontamente a recebeu deixando que ela o abraçasse com braços e pernas.

- Bom dia Joshy! – ronronou novamente.

- Bom dia ursinha... – afastou-se o suficiente para que pudesse olha-la, mas, a garota manteve-se em seu colo.

- Vamos ao cinema hoje, eu, você e o papai. – ela sentenciou, sem esperar uma réplica do rapaz, como se não fosse, de fato, necessária.

- Você é muito mandona. – Linsey se fez presente na cozinha, aproximando-se dos dois e deixando um beijo nas costas da garotinha – Bom dia Joshy. – sorriu para o ômega tocando-lhe o ombro com ternura.

A manhã seguiu tranquila, ou tranquila na medida do possível, durante o café-da-manhã, Noah e Josh não trocaram mais do que duas palavras, mesmo assim, tratavam-se com certa cordialidade, isso era algo que incomodava o ômega, mas, ele não reclamaria, duas palavras era melhor do que palavra nenhuma e cordialidade era melhor do que ser encurralado na parede por uma criatura maior e mais forte do que ele.

Já o moreno acreditava que deixando a relação estritamente profissional talvez fosse mais fácil contornar a situação um tanto caótica. Mas, não havia muito o que fazer quando Amelia estava sentada sobre as pernas do ômega apertando o rosto dele com as duas mãos e achando aquilo incrivelmente engraçado. Não havia impessoalidade naquela relação, provavelmente nunca haveria. Ame estava completamente vidrada em Josh, como se ele fosse a criatura mais bonita do mundo. Bom, provavelmente tinha a ver com a genética.

How to Save a Life • abo || N.B Onde histórias criam vida. Descubra agora