Os meses passavam rápido demais para o alfa que não podia conter o quanto amava a barriga imensa que Josh tinha. Pouco tempo depois e ele simplesmente não podia acreditar no quão enorme o ômega havia ficado. Não cansava de fotografa-lo, mesmo quando ele fazia atividades corriqueiras do dia-a-dia, ajudando Arlo com as atividades da escola, ajudando Amelia a escolher novos posters para entulhar a parede do quarto, escolhendo os móveis do quarto dos trigêmeos, ou mesmo quando ele estava apenas sentado no sofá, em uma tarde qualquer, com um suéter felpudo, assistindo alguma bobagem na TV ou lendo um livro, ou discutindo com o estagiário do jornal que o estava substituindo durante aquele período. Noah achava que não podia ama-lo mais, mas, por sorte estava enganado.
– Quando você vai parar de tirar fotos? – Josh murmurou, encontrando os olhos do moreno fixos no celular.
– Por que eu pararia? – Noah o olhou, erguendo as sobrancelhas desconfiado.
– Porque você tem montes, todas iguais.
– Eu poderia ficar olhando você dormir com a mão na sua barriga por oito horas seguidas e eu não me cansaria, você acha que eu vou me cansar das suas fotos? – Josh sorriu um tanto abobado.
– Bom, três de uma vez é um acontecimento mesmo... – Josh ponderou, admirando sua barriga, acariciando o local por cima do suéter.
– Como nós vamos chamá-los? – Noah perguntou, deixando o celular de lado, deixando sua mão sobre a do ômega.
– Eu gosto de Violet. – o ômega disse, ainda olhando a própria barriga, agora atento aos movimentos que o moreno fazia junto consigo.
– É... Violet... E os outros dois? – Urrea quis saber, admirando o perfil rechonchudo do seu ômega.
– Você não quer escolher nenhum? – Josh finalmente voltou seus olhos para ele.
– Morgan.
– E Aaron.
– Violet, Morgan e Aaron... – Urrea sentenciou, aproximando-se do ômega deixando um selinho demorado e apaixonado sobre os lábios finos.
Noah deixou o celular de lado e enrolou-se no corpo de Josh, apenas quatro meses de gestação e a barriga dele estava enorme, ele teria tanto tempo para aproveitar aquela parte do corpo do ômega, ele estava ansioso para passar os cinco meses seguintes adorando seu ômega, dizendo o quanto ele era perfeito e o quanto a família deles era tudo que o alfa sempre sonhou.
Entretanto, uma gestação múltipla nunca é fácil, cinco meses se tornaram três e os filhotes nasceram prematuros. Na verdade, nada na vida do casal foi fácil, mas, eles eram fortes o suficiente para aguentar mais aquela dificuldade. Mais dois meses foram necessários para que os trigêmeos saíssem do hospital e fossem para casa.
Ah sim... A casa enorme com um jardim na frente e um barulho ensurdecedor de crianças correndo que vivia nos sonhos de Noah de repente tornara-se realidade. O passado ficou no passado até que não houvesse mais nenhum resquício da sua existência, até que nem mesmo os cabelos loiros de Arlo e as cicatrizes de Josh fossem um incômodo. Até que as fotos e vídeos dos trigêmeos ocupassem espaço demais na memória dos celulares e computadores da família. Até que Violet dissesse sua primeira palavra, Morgan desse seus primeiros passos e Aaron aprendesse a segurar a mamadeira sozinho.
Lembranças ruins foram substituídas por vários primeiros dias de aula, por primeiras leituras, primeiros amigos, não havia espaço para mais nada que não fosse o pequeno clã Urrea-Beauchamp existindo. Seguros, saudáveis e principalmente felizes.
Todas as primeiras vezes dos filhotes ocupavam espaço demais, só faltava uma... Possivelmente a mais aguardada de todas. Em uma noite fria de um inverno rigoroso, quando ninguém estava esperando, quando estavam todos dormindo, Josh abriu os olhos assustado, com a pulsação acelerada levantou-se da cama, Noah estava no hospital, ele estava sozinho com as crianças, depois de muito tempo voltou a sentir o medo irracional que o acompanhou quase a vida inteira.
Marchou decidido até o quarto de Amelia, havia algo errado. Ele sabia. Por alguma razão ele sentia. Não deveria. Ela não era sua... Pelo menos, não biologicamente sua, mas, ele sabia. Empurrou a porta enfeitada com Posters de bandas e a encontrou, com seus grandes e profundos olhos verdes de pupilas dilatadas e íris brilhantes. Então ele soube que havia espaço para mais uma primeira vez.
Noah se aproximou da filha, segurou o rosto da garota de dezessete anos entre as duas mãos e a encarou com um sorriso orgulhoso que foi imediatamente retribuído. Lá estava ela. A última lembrança, a única capaz de enterrar de uma vez por todas o passado tenebroso daquela família. Lá estava ela. Em toda sua glória cacheada e os olhos de um verde tão profundo que fariam qualquer ômega ajoelhar-se diante deles. Perder-se. Como os olhos do pai.
– Quer dizer então que a minha ursinha, é uma alfa. – Noah perguntou divertido.
Arlo estava distraído com um videogame, com nove anos pouco ou quase nada o distraia tanto quanto aqueles joguinhos. Violet estava com o gato da família no colo enquanto Morgan e Aaron discutiam por um brinquedo qualquer, Josh tentava, incansavelmente, fazer com que a família estivesse junta para conversar com Amelia, mas, era quase impossível.
– Pai, vem aqui. – Ame o chamou, tinha um punhado de folhas impressas nos braços – Pai, eles não vão se matar, vem aqui por favor. – pediu manhosa.
– Ok... Ok...
Josh se aproximou e a olhou entusiasmado, sempre soube que Amelia era uma alfa, a personalidade da garota não negava, mas, toda a demora para a descoberta o preocupou. Quando enfim suas suspeitas se confirmaram ele se aliviou. A garota entregou-lhe as folhas impressas.
How to save a life
A Story by Amelia Rose Urrea-Beauchamp– O que é isso? – Josh perguntou confuso.
– Vai na última página e lê em voz alta. – Amelia estava tão entusiasmada, mal podia se conter.
Até que não existisse mais nenhum resquício de passado. Até que a única lembrança daquela época fosse a do primeiro dia. Do dia em que se encontraram. Do dia em que Josh renasceu. Amelia e Josh tiveram uma ligação instantânea, imediata. Ninguém saberia dizer porque, mas, o que importava é que nada a faria se afastar dele. Nada. E nenhum outro alfa de Paris seria tão forte e tão determinado quanto Amelia Rose Urrea-Beauchamp.
Porque nenhum outro alfa de Paris (ainda) tinha a sorte de chamar Josh Kyle Urrea-Beauchamp de pai.
Josh ergueu os olhos marejados, encarou o alfa que ainda estava atônito, entregou-lhe os papéis que ele começou a folhear freneticamente.
– É a história da nossa família. – o sorriso abobalhado e largo estavam ali – Eu a escrevi os últimos anos e quando eu terminei, enviei pra editora, eles vão publicar. Esse é o manuscrito.
– Você assinou Urrea-Beauchamp... – a voz do ômega falhou.
– Eu sou uma Urrea-Beauchamp.
– Eu amo você, ursinha. – Josh envolveu a menina em um abraço apertado.
– Daqui até a lua.
Desculpa qualquer erro.
Agora sim esse é o fim! Agradeço a cada um que acompanho, votou e comentou! Eu só grata a todos que estiveram aqui! Espero que tenham gostado de com eu gostei de quando a li pela primera vez. Nós vemos nas próximas adaptações!
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How to Save a Life • abo || N.B
Fanfiction[CONCLUÍDA] ADAPTAÇÃO AUTORIZADA!! AUTORA @lourrystt Amelia e Josh tiveram uma ligação instantânea, imediata. Ninguém saberia dizer porque, mas, o que importava é que nada a faria se afastar dele. Nada. Adaptação autorizada!