Safe and Sound - Kate Bishop x Yelena Belova

Criança de fantasia

Oiiii, a quanto tempo! Kkkkkk
Então, antes de iniciar mais um capítulo, preciso avisar que eu geralmente não descrevo detalhadamente roupas ou acessórios por achar legal que cada um imagine e tenha uma experiência única do que está acontecendo. Porém, em momentos específicos onde a cor da roupa pode vir a ser importante ou é necessário para criar uma imagem específica do personagem, eu irei descrever sim.
Então, gente, é isso! Fiquem a vontade para comentar descrevendo as roupas que vocês acham que estariam usando e se divirtam!

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P.O.V YELENA BELOVA

Nós não falamos nada até chegarmos ao apartamento, o que me surpreendeu bastante. Porém, preciso admitir que uma Kate quieta parecia ser sinal de problemas a caminho. Veja bem, ela sempre tem resposta para tudo, está sempre querendo aprender alguma coisa e sempre questionando o que podemos fazer ou deixar de fazer. Tê-la em silêncio, com o olhar baixo e os ombros caídos não me parecia a definição de sucesso. Eu tampouco questionei ou quis iniciar um assunto, não tinha o que falar naquele momento.
Quando chegamos ao apartamento ela não sacou uma chave ou algo do tipo, simplesmente puxou um chaveiro com pequenas ferramentas e abriu a porta. Fosse quem fosse a amiga dela, não sabia que estávamos planejando passar a noite ali. Kate seguiu direto para a cozinha, percebi suas mãos trêmulas quando segurou o copo de água que tentava levar aos lábios.
- ARGH, QUE INFERNO! - Gritou atirando o copo pelo corredor, espalhando vidro e água por todo lado. Eu a olhei preocupada, se eu não desviasse seria atingida em cheio no rosto.
- Kate, tá tudo b...
- Não, Yelena, não tá NADA bem! - Me interrompeu, virando-se de costas e se apoiando na pia. - Mas que porra, eu achei que daria tudo certo hoje!
- Mas deu tudo certo, Kate! - Respondi de imediato. No fundo eu sabia do que ela falava e entendia completamente sua indignação, eu só queria que ela colocasse para fora. No início, colocar para fora é melhor do que guardar para si. Quando eu soube o que eles faziam com aquelas crianças também quis quebrar tudo. - Salvamos as crianças, descobrimos como eles operam, mandamos aqueles monstros para a cadeia!
- E depois, Yelena? Você acha mesmo que eles irão parar só por termos mandado para cadeia alguns peões? - Questionou se virando para mim, levando a mão até a cabeça e jogando os cabelos para trás. Seus pés atingiam o chão ansiosamente. - Eles não vão parar! Antes dessas crianças devem ter havido centenas ou milhares de outras e onde eu estava, Yelena? Eu estava confortavelmente na minha torre acreditando que um conto de fadas com um final feliz estava acontecendo em Nova York, enquanto essa atrocidade acontecia bem debaixo do meu nariz!
- A culpa não é sua, você não sabia que isso acontecia! - Falei de prontidão. Respirei fundo, aquele era o momento dela. - Você não pode se culpar por não saber de algo, é impossível controlar tudo.
- Não, Yelena, eu posso! - Falou vindo em minha direção, eu nem sequer me movi. Me mantive firme, mesmo que ela fosse mais alta e seus olhos brilhassem de raiva. Ela não me machucaria - Sabe aquela menina, Ava? Ela apareceu no noticiário, dois dias atrás e sabe o que eu fiz? Nada! Avisaram que ela havia desaparecido e, ao invés de eu sair para procurar, eu simplesmente achei que fosse mais uma criança perdida em Nova York que iria ser encontrada e devolvida para a família!
- Mas você a encontrou, ela vai ser devolvida para a família! Ela está segura agora. - Tentei manter um tom calmo.- Você fez o que pode e salvou aquelas crianças!
- Mas e os dias que ela ficou lá, Yelena? - Pude ver seus olhos lacrimejarem, agora tão tristes como nunca. - E os dias em que todos eles ficaram lá? Todas as coisas que eles podem ter passado?

E, naquela hora, Kate começou a chorar. Levou as mãos ao rosto, negando com a cabeça.
- Eu sou patética. - Balbuciou em meio às lágrimas e ao choro sôfrego. Eu detestava ver pessoas chorando, não era boa em lidar com isso. - Eu nunca devia ter me envolvido nisso, minha mãe estava certa.
- Ei! Você tá me dizendo que preferia não ter feito nada disso? - Questionei levemente indignada. Tinha que me controlar para não descontar nela a raiva que eu sentia em meu peito - Eu não sei o que sua mãe te disse, mas sei que você salvou aquelas crianças, ajudou a impedir que eu cometesse um assassinato injusto, tirando que você também ajudou a derrubar a Gangue do Agasalho quando mandou sua própria mãe para a cadeia!
- Eu sei, eu sei! Mas eu não sei lidar com isso, Yelena, e se eu tiver que agir e congelar? E se eu começar a chorar toda vez que lidar com algo assim? - Kate perguntou, me olhando nos olhos. Pude ver a incerteza neles, totalmente clara por trás de todo aquele azul. - Eu posso acabar não salvando ninguém e não ser suficiente.
- Isso só quer dizer que você se importa mais com os outros, Kate! - Segurei seus ombros e ela arregalou os olhos. - Você não é fraca por chorar, você é só um ser humano comum com sentimentos e preocupações reais! Não pense no passado, em quem você não pode salvar, pense no futuro e nas pessoas que você vai ajudar derrotando esses caras. Nós vamos fazer justiça por eles, Kate, vamos derrubar um por um.