O carro

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Olá! Espero que gostem e tenham uma ótima leitura. Interajam, apontem erros, digam o que querem, a voz do povo é a voz de Deus e tô aqui para ouvi-los. Enfim, aproveitem esse cap introdutório.

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Nova York,17:45 - Dois meses após o Natal

"Jovens acham que são invencíveis. Ricos acham que são invencíveis.Você sempre foi os dois". Kate nunca havia percebido o peso das palavras de sua mãe até aquele momento. Estava no carro, voltando para casa, quando se deu conta de como o dinheiro e a ousadia resolveriam qualquer coisa. Acabara de subornar a direção da faculdade para que a informação do incidente da torre não vazasse e ela pudesse retornar ao clube de arqueirismo. Claro, sua mãe já havia pago para repor a torre do sino que Kate destruíra no semestre anterior, era por isso que as pessoas ainda se perguntavam quem devia ter sido o delinquente. Imagine só, a herdeira da maior empresa de segurança do país sendo uma delinquente? Então, tudo o que sujasse sua imagem perfeita deveria ser varrido para debaixo do tapete e lá esquecido.

Essa preocupação havia aumentado, pois a mídia fez da prisão de sua mãe um verdadeiro espetáculo. Eleanor fora exposta como parceira principal do "Rei do crime", responsabilizada pelo atentado na Árvore de Natal do Rockefeller Center e pela morte de Armand Duckesne. Por isso, Kate, como a pessoa mais próxima de Eleanor, era agora vigiada de perto por muitas mais pessoas do que apenas acionistas e a alta sociedade americana. Jack e Clint a ajudaram e aconselharam naquele momento, sendo essenciais para suas ações e escondendo completamente sua vida como super-heroína. A jovem deveria atuar como a adorável e talentosa Katherine, que comparecia a eventos de caridade e fazia doações generosas para organizações não governamentais.

Como parte da atuação, Clint e sua aprendiz pouco se falaram após sua partida da casa dos Barton's. Tudo isso para impedir que tanto ele quanto sua família passassem pelo assédio midiático que exporia seu refúgio. Kate teve de molhar a mão de alguns jornais notáveis para excluir informações e fingir que jamais haviam se conhecido. Mesmo que não quisesse admitir, aquilo a deixava chateada na maior parte do tempo. Por isso estava alegre aquela manhã, já que o aniversário de Jack se aproximava e seria o último evento que consideravam extremamente importante para provar sua inocência.
Olhou pela janela e viu que passavam pela rua em que a gravaram como Ronin. Ficou estressada ao pensar sobre, já que teve de pagar até mesmo para apagarem esses vídeos. As pessoas estavam criando "teorias" muito próximas à história real. O dinheiro comprava o silêncio de qualquer um e a frase "todo mundo tem um preço" martelava sua cabeça, deixando a paranóica. Vez ou outra, se questionava sobre a direção da empresa e se havia mais corrupção debaixo dos panos. Por vezes, duvidava até da veracidade de Jack, seu indicado à diretoria da Bishop Security. Perguntava-se se ele poderia estar desviando dinheiro para gangues, como sua mãe fazia. Mas aí, caía a ficha de que ele era sempre transparente com ela, ajudando a manter a imagem da empresa, mandando relatórios constantes, notificando quedas e crescimentos no ramo. Eram nesses momentos que ela respirava fundo e mandava sua mente ir pastar.

Seus pensamentos, durante a calmaria dos criminosos naqueles tempos, eram seus verdadeiros arque-inimigos. Por conta do tédio e da falta de ação, Kate passava muito tempo imaginando e criando cenários horríveis em sua cabeça, além de ter começado a buscar informações sobre a Gangue do Agasalho. Tudo em uma tentativa de diminuir sua inquietação. O problema é que ela estava devaneando mais do que deveria, como naquele instante em que se perdeu em pensamentos desde o momento em que entrara no carro. E, se não fosse pelo fato do motorista ter pego um caminho diferente e passado pelo Central Park, ela teria chegado em casa sem se dar conta de que havia esquecido algo. Assim que olhou pela janela, seus olhos se arregalaram. Finalmente se lembrou de que precisava buscar Lucky, seu companheiro. Dirigiu-se com urgência ao motorista de meia idade:

Safe and Sound - Kate Bishop x Yelena BelovaOnde histórias criam vida. Descubra agora