Far From Home

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Queridos, queridas, querides!
A quanto tempo, meu (inserir aqui sua entidade divina favorita)!
Bom, é a gora que a roleta de Kelena começa a rodar de verdade, espero que estejam preparados para as doses extras de teimosia de Kate e a impaciência seletiva de Yelena!
Estou muito empolgada, espero que também estejam!
Ótima leitura <3

*~

NARRADOR


    As ordens de Clint irritaram Kate, detestava a ideia de ficar novamente enfurnada e escondida, queria agir e acabar com aquilo. Seu comportamento explosivo era compreensível, embora irritasse profundamente sua dupla, que honrou sua palavra e não a soltou até estarem na estação rodoviária. Haviam combinado, antes de caírem em pesaroso silêncio, que tomariam o ônibus das oito horas para Siasconset, local onde Kate e o pai iam durante sua infância. De certo, era um lugar bem afastado e isolado, visto que a residência se distanciava da zona movimentada da cidade.  
   
Entretanto, a distância custaria doze horas de viagem de ônibus e uma hora de balsa, sem contar o transporte até a casa em si. Descartaram carros, roubar eles custaria a já debilitada imagem de Kate, que deveria se fazer de vítima nessa situação, assim como não poderiam chamar a atenção alugando um carro no meio da noite. Mais coisas que a estressaram, nem mesmo para fugir podia tomar medidas desesperadas. O estresse seria seu maior sentimento, caso não estivesse lidando internamente com tantos sentimentos de perda, raiva, tristeza e cansaço, sentia tudo e nada ao mesmo tempo. 
 
  Em contrapartida, Yelena possuía olhos firmes e obstinados em tir
á-las daquela situação, pensando sempre nos próximos passos, não poderia se dar ao luxo de perder a cabeça. Perceber que Yelena estava fazendo aquilo irritou muito mais Kate, queria gritar com ela e mandá-la a merda por estar agindo normalmente, queria que gritassem uma com a outra, queria lutar e afastá-la de si. Foi quando chegaram ao terminal e sentiu o aperto afrouxar seu braço e escorrer por seu pulso, as poucas pessoas ali nem sequer se importaram com elas mas, mesmo assim, ambas baixaram suas cabeças e seguiram para o guichê. 

A televisão acima de suas cabeças, atrás da atendente, noticiava a trágica e possível morte precoce de Katherine Bishop. Imagens de câmeras de segurança mostraram ambas as duas subindo pelo elevador, assim como Lucky descendo sozinho antes de tudo ir pelos ares. A pequena fila de três pessoas parecia durar uma eternidade, assim como o sentimento de engolir cubos de gelo na barriga de Kate ao ver sua casa explodindo e as imagens de William como seu “assassino”. 

Yelena não estava tão melhor mentalmente, mas era muito melhor
ignorar a televisão que ver aquele rosto tão jovem. Estava exausta de lutar, de ter que fazer tantas coisas em pouco tempo, queria que realmente a dessem como morta para que pudesse sumir. Foi então que sorriu amargurada, ela não conseguiria viver tranquilamente, quem em seu lugar conseguiria? Seu pensamento por Kate se mantinha “Como poderia ela, com dois gravetos, escolher uma vida dessas?”, se perdeu em pensamentos enquanto olhava para o perfil da mulher ao seu lado. 

— PRÓXIMO! — Chamou, aos berros, a rabugenta e caquética mulher, com sua voz rouca e seca. Yelena se adiantou acotovelando Kate, que a bufou pelo rude gesto. — Para onde? 

— Boston, duas, por favor. — Falou com um meio sorriso gentil, colocando duas notas de cinquenta sobre a bancada. Atuar e criar personagens eram sua parte favorita, mas naquele momento estava rezando para não precisar se desgastar mais com aquilo. 

— Documentos, por favor. — Grasnou a mulher, Kate sentiu o cheiro de cigarros mesmo por trás de Yelena. Manteve sua cabeça baixa e os cabelos a frente do rosto, uma foto sua estampada na tela. — Certo, aqui. Ele sai em vinte minutos, boa viagem e PRÓXIMO! 

Safe and Sound - Kate Bishop x Yelena BelovaOnde histórias criam vida. Descubra agora