DUAS INSUPORTÁVEIS

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HELLO!
Aqui, fazendo o que eu disse que ia fazer para compensar a demora. Estou correndo para a natação, mas queria muito entregar esse capítulo! Boa leitura e até domingo!

*~

P.O.V YELENA BELOVA

 
FLASHBACK ON

As luzes vermelhas piscavam ao meu redor, os sprinklers jorravam água para todos os lados. No chão, sangue misturado com água estava espalhado por todo aquele corredor escuro. Meu peito subia e descia, em descompasso, enquanto eu me escondia na bifurcação de corredores daquela instalação. Estava molhada até os ossos, dolorida e com um corte na perna que escorria sangue por dentro de minhas calças. Sabia que estava com frio, com dor e cansada, mas devia continuar de todas as formas. Eu podia ouvir os pares de bota se aproximando, chapinhando na água, enquanto vinham até mim. Me matariam assim que eu colocasse a cabeça para fora, quiçá meu corpo. Então, pelo reflexo no encharcado piso, consegui localizá-los. 

Dois agentes, todos de preto, com armas em punho. Em segundos chegariam até mim, em minutos meu sangue escorreria pelo chão como o dos meus inimigos que, a pouco, entraram em meu caminho. A morte era certa para mim, eu só tinha três balas, se eu errasse não teria o que fazer. Foi quando a ideia surgiu, ou foi implantada em minha mente, e eu destemidamente saí de assalto de meu esconderijo. Meus olhos diretamente direcionados em suas mãos estendidas com pistolas em punho. Meu dedo no gatilho nem sequer exitou a efetuar dois disparos, certeiros. Suas armas jaziam no chão quando avançaram para mim, o primeiro me segurou de mal jeito, prendendo justamente minha mão armada entre nossos peitos. 

Girei minha mão para cima. Um disparo. Senti algo espirrar em meu rosto, enquanto o cheiro de pólvora se expandindo pelo ar. O recuo da arma me fez sentir uma dor lancinante no pulso antes de eu deixá-la cair, juntamente com o corpo inerte daquele soldado, no chão. O outro partiu para cima de mim, a mão pingando sangue. Uma faca na mão esquerda, era tudo o que eu precisava saber. Nossos golpes partiam rápidos, desesperados pela vida. Ele tentava me acertar com aquela faca, eu desviava, enquanto o acertava desesperadamente com minha perna sã. Meus braços tratando de desviar de sua faca e tentar tornar seu braço esquerdo inutilizável. Foi quando, por um deslize, ele cravou sua faca em mim, bem abaixo das costelas direitas. Eu quis gritar, mas minha boca estava selada como se eu tivesse passado cola nela. 

Eu, então recuei. Ele parecia me olhar, havia perdido sua arma, sabia que não conseguiria contra uma viúva negra. Sem pestanejar, como se não estivesse doendo, a arranquei. Para os leigos: não se deve arrancar objetos que te perfuraram profundamente, isso pode te matar em minutos. Mas eu o fiz, como se minha vida pouco importasse. A faca, banhada em meu sangue, estava firme em minha mão. Avancei sobre meu adversário, desviando de seus chutes, enquanto saltei no ar o acertando com um chute com minha perna machucada em sua cabeça. O atordoado atingiu a parede, seu braço estendido manchava de sangue as paredes brancas. Corri até ele, que girou, ficando de frente e me acertando um chute na barriga, que me atirou ao chão. A faca caiu a alguns centímetros de minha mão. 

Em desespero, acreditando ser maior e mais forte, subiu sobre mim enquanto rodeava com suas mãos meu pescoço. Eu estiquei meu braço, precisava pegá-la. O ar me faltando, meus olhos arregalados, a água com sangue encharcando meus cabelos. Minha vista começava a pontilhar, estava morrendo. Foi quando a alcancei e, em um movimento rápido, o acertei nos olhos e puxei a faca para o lado. Ele urrou de dor, soltando meu pescoço por reflexo. Nesse momento, desferi um único golpe em sua garganta e o empurrei para trás. Minha visão foi ficando turva, em meio aos pontos multicoloridos, pouco antes de eu desabar no chão e desmaiar.

Safe and Sound - Kate Bishop x Yelena BelovaOnde histórias criam vida. Descubra agora