Betrayal.1

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Hello!
Estou eu aqui, novamente, para agraciá-los com o início do fim!
Betrayal sera dividido em DUAS partes porque o dondoco ficou extremamente longo riri. Enfim, provável que o próximo saia antes de domingo, hein! Ansiosos?
Bom, aproveitem a leitura e mantenham sua sanidade pq tem MUITA coisa para acontecer ainda kakaakkaa

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P.O.V Narrador

O trânsito nova-iorquino, tão característico, estava extremamente reduzido. As pessoas, antes de calçar suas botas e saírem de suas casas, pensavam algumas vezes se valia a pena por suas faces no frio e encarar o possível perigo à espreita na esquina. A própria polícia, corrompida até os ossos por vermes cegos pelo dinheiro, aconselhava a todos a se manterem em suas casas se possível. Alguns, mais corajosos, encaravam e teciam críticas a esse comportamento nada típico da feroz polícia do Estado. Contudo, o homem de terno bem cortado na sala mal iluminada não temia os perigos da cidade, visto que ele mesmo era o mandante de tantos crimes.

Estava acomodado a uma poltrona de couro marrom, atrás de sua mesa amontoada de papéis escritos à mão. O terno preto e o cabelo emplastado de gel, seguidos de um grosso charuto adornado por dedos repletos de pesados anéis, eram detalhes que expunham seu poder como "O Chefe". Claro, seu rosto só era visto por poucos, então uma máscara similar a de seus capangas repousava ao lado do copo de whisky. Estava em um lugar familiar, a antiga fábrica de brinquedos voltava a ser seu lar temporário enquanto esperava. Esperava. Ele odiava esperar, mas precisava seguir o plano corretamente e gostaria muito que a outra parte mantivesse seu acordo. O lugar era silencioso, seria muito mais se aqueles homens asquerosos não parassem de tagarelar em russo sobre suas aventuras. Davam-lhe dor de cabeça.

Foi quando, repentinamente, um som externo chamou a atenção de todos ao interromper os murmúrios. Um carro cantou pneus enquanto se aproximava perigosamente da cerca de segurança. Um Mustang preto, item de colecionador, se aproximava. Fosse quem fosse o motorista, estava com muita pressa até para estacionar o carro e deixar o pacote que queria entregar. Em movimento, primeiro uma bolsa foi arremessada, em seguida um graveto torto que todos perceberam ser um arco posteriormente e por fim uma pessoa trajada de roxo dos pés a cabeça. O ser, de cabelos pretos, desabou no chão como um saco de cimento, se mantendo imóvel onde aterrissou. O homem gritou ordens para que averiguassem a situação, embora tivesse noção de quem seria.

A outra parte havia cumprido seu trato. Valentina deixou claro que a possibilidade da russa entregar Kate era real, já que a heroína poderia preferir não se entregar. Em sua cabeça, levando em conta seu histórico e o fato da russa temer realmente seu poder, Yelena preferiria se aliar a si. Havia, também, algo sobre um fator histórico, mas ele não se importou com nada além de "ela se importa com família". A noite começava a se fazer presente, a excitação das coisas estarem se acertando queimava o corpo do Chefe com a carga de eletricidade que corria pela adrenalina em suas veias. Só precisava da confirmação de que era ela, o resto aconteceria nas próximas horas. Eis então que um corpulento e barbudo homem apareceu, gingando em seus quadris, um sorriso vitorioso no rosto. 

— É ela! — Exclamou, sem passar pelo portal ou olhar para o homem que mirava a janela de costas para si. Recebeu apenas um aceno rude com a mão para que se retirasse, o fazendo de bom grado.

Revigorado com as boas notícias, o homem tomou de um gole só a bebida e tragou longamente seu charuto antes de vestir a máscara de palhaço e observar-se no espelho. Queria estar perfeito, seria visto e televisionado em tempo real antes do seu grande espetáculo. Apenas precisava esperar mais um pouco e logo teria Clint em suas mãos também. Kate não havia seguido o clichê de herói esperado, a mamãe fugiu e a mensageira havia sido sequestrada, as dívidas deveriam ser motivo suficiente para se arriscar, grande bobagem! Clint precisava de mais, não deixaria sua família por pouca coisa, não seria tão tolo assim. Era nesse ponto que se achava parecido com o vingador, que trabalhava sozinho na maior parte do tempo. Decidido a falar isso a Clint e expor seus erros antes de matá-lo, saiu por entre as paredes mofadas da fábrica. 

Safe and Sound - Kate Bishop x Yelena BelovaOnde histórias criam vida. Descubra agora