Safe and Sound - Kate Bishop x Yelena Belova

Betrayal 2.0

Hello!
Gente, boa noite!
Estamos a poucos capítulos do fim e esse aqui, se não me engano, é o mais longo deles.
Sinceramente, estou o bagaço da laranja essa semana, mas amo ler os comentários e morro de saudade de ver os surtos, então dei meu máximo para entregar hoje.
espero que gostem, porque apliquei todo meu conhecimento em porra nenhuma nesse capítulo.
Até as notas finais, boa leitura!

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P.O.V Narrador 

Existe um senso comum de que todos nós, sem exceção, assumimos certos comportamentos em determinadas situações que nos exigem mais seriedade, calma, relaxamento ou rigidez. Claro, são convenções sociais que nos impõe isso. O perigo, por exemplo, de ter uma arma apontada em sua direção te trará medo e provavelmente você assumirá uma determinada postura diante dele, na tentativa de não ser baleado e morto. Obviamente, esse é um exemplo exagerado que comprova esse ponto de vista. Contudo, por conta dessa necessidade de mudar nosso comportamento, é impossível saber quem está sendo verdadeiro, quem está blefando ou quem possui a necessidade de fazer e agir de todas as formas para se manter vivo. É aí que nasce a falsidade.
 
Por definição, a falsidade é atrelada à mentira, não necessariamente a uma traição. Ou seja, aquele que finge ser o que não é para sobreviver é falso, mesmo que seja por um bem maior. Há um ditado popular que diz “Coração dos outros é terra que ninguém pisa”, sendo esse um ditado ligado à falsidade e a necessidade de guardar para si seus pensamentos e sentimentos. Seguindo essa linha de raciocínio, uma pessoa que externamente é rabugenta e carrancuda poderá ter dentro de si alguém tão gentil quanto uma freira, da mesma maneira que uma freira pode esconder atrocidades dentro de si. Portanto, julgar alguém apenas por sua aparência é hipócrita porque, reiterando, todos nós assumimos faces diferentes frente a adversidades e situações. 

Rousseau nos diz que “O homem nasce bom e a sociedade o corrompe”, talvez não seja o melhor exemplo mas é possível compreender que a falsidade advém dos momentos que somos corrompidos. Óbvio, o mundo é cruel e filha da puta o tempo todo, principalmente com as pessoas gentis e que lutam para que ele seja, ao mínimo, menos pior. Essas pessoas, no geral, são corrompidas ao ódio, rancor e às vezes levadas à loucura até que algo ou alguém as traga a luz novamente. É o que acontece com a maioria dos heróis, os traumas os levam a criar uma carapaça dura, agir e fazer coisas inimagináveis por buscar vingança ou um acalento interno. Clint Barton passou por isso durante o Blip, mas voltou a si no momento em que a possibilidade de reaver sua família apareceu à sua frente. Yelena, o mesmo, quando voltou buscando vingança mas Clint trouxe a verdade para ela. E, mesmo assim, ambos os dois, embora carrancudos, largaram suas coisas em prol de alguém que nem sequer conheciam direito.

Portanto, embora seja necessário uma casca social, o lado interno sempre falará mais alto. Além disso, Rousseau estava certo, a sociedade é capaz de corromper as pessoas, mas não creio que apenas para coisas ruins. Talvez, mesmo nesse mundo de merda, ainda haja salvação nos pequenos atos, que se tornam grandes com o passar do tempo. É como um enorme efeito dominó, que possui bifurcações que tendem para o bem ou para o mal. São tantos “E se?” que seriam dias falando sobre, mas e se Clint tivesse sido morto por Yelena? E se Kate houvesse disparado aquela flecha? E se Natasha jamais tivesse contado de seu assobio secreto? Eles seriam corrompidos? Kate teria tirado uma vida, algo que corrompe a alma de forma inimaginável. Yelena teria assassinado mais um inocente, dessa vez por escolha própria, mas e se ela descobrisse depois a verdade? Eles tenderiam a loucura? A maldade? É impossível dizer, pois na realidade em que habitamos as coisas ocorreram como ocorreram até o momento em que Valentina se deparava com a figura de Yelena em uma mesa de jantar e Kazi aprisionava Kate amarrada a uma desconfortável cadeira.