Safe and Sound - Kate Bishop x Yelena Belova

Truth

Hello!
A quanto tempo hein? Tá saindo, tá vindo, to sentindo.
Sem muito a comentar, apenas a sentir.
Agradeço a paciência. Interessados pela minha vida, acompanhem as notas finais que explico a demora.
beijos, boa leitura!

˜˜

NARRADOR 

Dos cinco andares que compunham o Stark III, nenhum deles seria mais seguro que o quinto e mais profundo deles. De fato, fazia sentido que assim fosse. Era o andar de reuniões e monitoramento, além de abrigar um centro de demonstrações para possíveis compradores. Ricos precisavam se sentir seguros para gastar seus incontáveis dólares. Por isso, passagens secretas levavam para fora, permitindo fuga rápida em casos de necessidade imediata. Não atoa, havia sido pensado e projetado por Anthony Stark em pessoa. "Nada melhor que um milionário para entender seus iguais" era seu lema quando visitava as instalações, orgulhosamente apresentando aos visitantes todas as medidas de fuga e segurança ou contando a futura esposa seus planos para o lugar.

Razão suficiente para Pepper Potts sentir seu coração agitado enquanto percorria o curto caminho do elevador barulhento às portas duplas de vidro fosco. Poderia morrer com seus sentimentos, entalada pela falta que Tony lhe fazia, mas o faria silenciosamente e sem alarde. Carregava sozinha o peso das Indústrias Stark, precisava ser dura e impenetrável na maior parte do tempo. Ela jamais reclamava. Virgínia Potts era grata e se orgulhava o suficiente, tanto do homem que amava quanto de seu império, para suspirar ao ver a enorme pintura dele na parede atrás da mais imponente cadeira. Estava sozinha, faltavam vinte minutos para o início da reunião. Internamente, sabia ter feito isso para visitar o ambiente com maior privacidade. Não o fazia a tempos. A placa de metal com o nome da empresa roubou sua atenção, reluzia como nova. Alguém, de forma atenciosa, parecia manter o lugar impecável.  

Uma lembrança específica tomou sua mente: Tony mostrava a ela o projeto e apontava onde tudo ficaria. “Aqui, do lado direito, um quadro grande. Esses cabeçudos da universidade vão precisar, meio antiquado mas útil.” Ela observou o quadro branco, nenhuma anotação, embora algumas manchas denunciassem o uso da sala para negociações, demonstrações de lucros e avanços das pesquisas. A voz dele, baixinha, voltou a ecoar ao observar um enorme vidro azulado na parede esquerda. “Esse é meu bebê, o bebê da instalação, um computador ultra fino em vidro puro, mas não espalha não porque é segredo nosso. A mídia pode não gostar que eu tenha um filho favorito”. Pepper sorriu enquanto negava com a cabeça, anos depois e todos os laboratórios dele teriam um igual. “Ah, aqui ó, bem nos cantos, vou por umas plantas, verde é bom, né? Meu terapeuta disse que eu preciso de mais verde. Mas vão ser de plástico, todas elas, o feng shui que me perdoe. Vou por umas poltronas também, bem aqui perto da porta, os estagiários que vão escrever as atas precisam de um conforto.” As plantas de plástico não tinham poeira, percebeu com detalhes que brilhavam como se fossem de verdade. Ergueu as mãos, pronta para tocar nas folhas, mas alguém pigarreou sutilmente, anunciando presença. Se recompondo em seu vestido preto e branco, aprumou a postura e se virou lentamente.

Jacques Duquesne estava parado próximo a porta, vestia um elegante terno preto e seus cabelos penteados tão charmosos quanto seus bigodes não seriam chamativos sem seu jeito gentil e elegante. Um verdadeiro homem de negócios. O sorriso suave colaborava para dar-lhe um ar bonzinho, mascarando o empresário voraz e o espadachim devastador que guardava dentro de si. Caminhou a passos tranquilos, antes de estender a mão a Pepper.

— Senhora Potts, é um prazer finalmente conhecê-la! — Exclamou ao segurar em sua mão as da mulher. Não mantendo por tempo demais, nem tempo de menos, mas sim o ideal que a etiqueta os ensinara. 

— Digo o mesmo, senhor Duquesne. — Afirmou, retribuindo a cordialidade. Seus olhos se lançaram à porta, mas mais ninguém vinha. — Chegou cedo, alguma razão?