Quarto B10

1.4K 83 157
                                    

QUEM É VIVO SEMPRE APARECE, NÉ?
Sentiram saudades? Pq eu senti muitas!
Vim trazer fanservice, então espero que curtam esse capítulo que escrevi com tanto... Carinho?
O próximo vem aí para nos tombar, fiquem firmes.

P.S.: Peço desculpas se não for do agrado de vocês, mas dei meu melhor durante minhas semanas agitadas.
P.S.: Correções são sempre bem vindas!

Boa leitura ♡

~~~

NARRADOR

Depois que foi desenvolvida, a ideia de que o tempo é relativo se disseminou com tanta facilidade quanto jargões populares. Todos, sem exceção, já falaram ou ouviram alguém dizer isso em algum momento da vida. Seja para explicar-se por uma demora ou para achar lógica na lentidão de uma conversa chata. Ignoremos a física, porque nosso foco não será ela e sim o senso comum; onde alguns meses podem parecer anos a partir do ponto de vista individual de cada um. Para Kate Bishop, por exemplo, quatro meses pareciam nada até precisar lidar com o sentimento de solidão e preocupação que a assolavam todas as noites. Os dias duraram semanas, as semanas demoraram meses e os meses lhe pareciam anos.

Em sua mente, todos os dias pareciam igualmente chatos. As paredes cinzas de seu quarto, as reuniões para debater estratégias cada vez mais escassas, os almoços no refeitório e os estudos pareciam insípidos. Definitivamente não era a vida que esperava para si após sua identidade ser revelada. Nem sequer imaginou voltar a ficar escondida mas, assim como havia feito anteriormente, compreendia a necessidade. Apenas uma mudança em seu esconderijo fazia toda diferença no seu dia-a-dia: a falta de Yelena Belova. Em Siasconset possuía a russa para impedir que caísse da cama ou lembrá-la de tomar seus remédios, já nas instalações STARK III não havia nem sinal dela para implicar consigo. Todos os dias sentia que, se tivesse ela, as paredes cinza seriam mais alegres do que realmente eram.


KATE BISHOP

Eu poderia negar o que senti naqueles dias, mas seria como enxugar gelo. A falta de Yelena me fez perceber coisas que ainda não havia compreendido sobre mim. Dentre essas coisas, o fato de que consigo trabalhar sozinha e montar uma estratégia chamou minha atenção. Não fosse por essa capacidade, talvez não houvesse tempo para resgatá-la daquele claro atentado. Essa sensação de liberdade e capacidade me fez sentir o poder que eu tinha e compreender que não dependia de Clint ou Yelena para resolver meus problemas. Eu os queria ao meu lado como meus parceiros e não como meus protetores.

Era por isso que, todas as manhãs, eu tentava parecer revigorada e firme enquanto a preocupação me corroía por dentro. Mostraria a quem quisesse ver que era forte para lidar com qualquer problema. Já durante as noites, questionava-me sobre Krista e sua bravura em se colocar a minha frente para morrer em meu lugar, tentava compreender como faria para honrar seu ato. Meu primeiro passo foi guardar os choramingos, impedindo-me de reclamar. Estava viva, era o suficiente para agir e nos libertar. Aquela mulher salvara minha vida, me dera uma segunda chance e seria uma desonra desperdiçar seu sacrifício. Daria a honrada viúva negra exatamente o que a fez aceitar se juntar a nós: liberdade a todos, mas principalmente a Yelena.

Foram meses de espera e estudo, ainda faltava muito, mas mesmo assim me fazia feliz ter a noção de que a inocentariam por serviços prestados ao país. Muitas pessoas acreditavam nela, não em nós, somente nela. Viam em seus atos o que haviam visto em Natasha ou acreditavam dever isso a vingadora, que se sacrificou por um mundo onde a julgaram e desacreditaram. Parte de mim também pensava o mesmo. Então, me agarrei à oportunidade que tinha de fazer o que achava certo, mesmo que minha situação estivesse quase tão ruim quanto a de Yelena. Por esse motivo, ansiava por uma conversa sobre os planos ainda não compartilhados com a russa.

Safe and Sound - Kate Bishop x Yelena BelovaOnde histórias criam vida. Descubra agora