Coleção | Taeseok

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Onde Kim Taehyung era o garotinho nerd que os babacas do colégio adoram ficar no pé.

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Kim Taehyung era o garotinho nerd que os babacas do colégio adoram ficar no pé - garotinho é apenas um modo de falar já que no auge dos seus 1.85 ele não era nem um pouco pequeno - os idiotas viviam tirando sarro dos óculos fundo de garrafa e da personalidade "esquisita" do moreno que nunca revidou nenhuma das palavras ruins e brincadeirinhas chatas feita pelos outros caras.

Eu via quando ele apanhava pelos corredores, sendo empurrado e insultado pelos fodidos que se diziam melhores que os outros por que eram do time de basquete, ah... Como se aquilo fosse grandes coisas.

Eu era considerado um dos populares também, meu jeito chamava atenção, claro. Afinal não é sempre que você vê um garoto com as pernas tão bonitas quanto as minhas andando de saias rodadas por aí, ou é?. Elogios feitos a mim mesmo a parte, aquele garoto desengonçado me chamou atenção desde o primeiro dia que pus os olhos nele.

Taehyung morava próximo da minha casa e por muitas vezes enquanto eu me maquiava próximo a janela do meu quarto o via passar com seus outros amigos tão ou mais desajeitados que ele. Ele não era uma pessoa ruim, sempre ajudando na vizinhança e sempre trazendo o bolinha de volta pra casa - o meu gato safado que sempre dava um jeitinho de escapar só pra ver a gata do moreno - e foi assim que eu o conheci.

Tá bom que ele tinha algumas espinhas pelo rosto e aquele corte de cabelo lambido era horrível e seu estilo também era péssimo, mas nada que eu não pudesse resolver. Sim, eu gostava do garoto nerd que só conseguia falar comigo sem gaguejar sobre coisas como "O Hobbit" e alguns animes dos quais eu não lembro nem o nome, enfim.

O curioso é que o moreno é claramente afim de mim, pois mesmo que disfarçadamente -pelo menos quando estávamos no colégio - ele sempre me comprimentava baixinho quando eu passava. Quando perguntei sobre o motivo disso ele só falou que não queria que eu passasse vergonha por conta dele.

Os seus doces - bom dias - com a voz grave foram a coisa que mais me despertou atenção, Taehyung era como um diamante que ainda não tinha sido lapidado, ele claramente poderia ter qualquer um aos seus pés, mas parecia não se dar conta disso nem um pouco.

Eu sorria pra ele enquanto passava pelo corredor respondendo seu "oi" com um tchauzinho seguido do meu sorriso matador. Tão matador que fez o capitão do time, mais conhecido como Min Yoongi se apaixonar por mim, quer dizer eu não diria "apaixonado" afinal eu sou bem gostoso e sei que ele só quer mesmo é me comer.

E como eu disse lá em cima - 'elogios a parte' eu sou uma delícia - vocês podem pensar, Jung Hoseok, você se acha demais, né querido? E eu vou te responder que não, eu só sou bem consciente. Principalmente quando se trata desses burucutus* do time de basquete que não podem ver nada que tenha um buraco se mexendo na frente deles.

Mas voltando ao futuro pai dos meus filhos e um grande gostoso como marido, Kim Taehyung sempre chamava minha atenção desde o cheiro amadeirado e forte até as letras pequenas e bonitas ou ao sorriso sem graça quando ele me pegava o admirando.

Apesar de saber que ele me queria, também - e quem não quer? - eu nunca soube como chegar nele, até o fatídico ou devo dizer, "grande dia" onde nós tivemos que fazer um trabalho de geografia juntos. Clichê, certo? Mas eu iria amar contar a história de como nós ficamos juntos para os nossos bebês daqui a uns anos.

Depois do nosso professor escolher aleatoriamente nomes para os trabalhos e os nossos nomes saírem juntos eu olhei para o maior que sempre se sentava na frente da sala e podia ver suas orelhas vermelhas assim como um pouco das bochechas oleosas num rosado adorável assim como ele.

Sorri internamente, porém por fora ainda mantendo uma cara de tédio, eu não tinha vergonha de gostar de Taehyung, mas sabia que assim que eu demonstrasse meus sentimos a vida dele se tornaria um pouco mais difícil, por que, lembram do burucutu* que quer me comer... Pois é, ele iria infernizar o pobre garoto até o fim dos tempos. Mas obviamente eu não iria deixar.

Logo o sinal tocou anunciando o fim da aula e o começo do intervalo, as pessoas saiam desesperadas pra comer ou só pra ver os amigos de outras turmas, eu permaneci sentado, cuidadosamente pegando meus materiais e guardando na minha mochila da Moranguinho.

Esperei até que todas as pessoas saíssem da sala pra me aproximar do maior que sempre ficava por último arrumando suas coisas ou apenas dando um tempo para que os corredores pudessem esvaziar. Sentei na cadeira ao seu lado cruzando minhas pernas fazendo minha saia verde bebê subir um pouco deixando ainda mais da minha pele amosta, um suspiro alto foi dado pelo moreno que me encarou com o rosto completamente vermelho.

- Olá - falei contente pra ele que apenas acenou com a cabeça - o gato comeu sua língua? - brinquei com o maior enquanto ria e deixava uma de minhas mãos escorregar inocentemente até sua perna direita e descansar ali. Os olhos arregalados do moreno quase me fizeram rir, mas a voz grossa proxima dos meus ouvidos me deixou arrepiado.

- Não, e-e... - ele bateu na própria testa e eu ri levando minha outra mão em direção ao seu cabelo desgrenhado o tirando da parte de trás da sua orelha. - achei que você pediria pra trocar de parceiro - sua voz baixa me machucou um pouco.

- E porque eu faria isso? - perguntei agora levando uma das minhas mãos ao seu rosto bonito o fazendo olhar pra mim. Sorri calmamente enquanto apertava um pouco meus olhos fazendo uma careta - Você não quer fazer comigo? - deixei minha voz baixar e ele enrubesceu quase de imediato me fazendo rir contente.

- N-ÃO- a voz grossa soou um pouco alta, imediatamente soltei seu rosto deixando minhas mãos descansarem em meu colo - Q-quer dizer... Ninguém quer ser visto por aí andando com um perdedor que nem eu.

- Kim Taehyung - eu bati forte em sua perna e ele gemeu de dor - Eu não tô nem aí pro que esses palhaços acham... Não me importo de ser visto com você, muito pelo contrário - falei sério encarando sua expressão totalmente surpresa

- N-não tem? - a incerteza palpável na sua voz fazia meu coração doer. Aposto o quando ele foi machucado e abusado psicologicamente por essas pessoas ruins e isso só me deixava ainda mais indignado.

- Não, nem um pouco - falei voltando a minha consciência e lembrando que depois de mim ninguém nunca mais trataria aquele bebê grande mal novamente, me aproximei e deixei um beijinho em sua bochecha - vá para minha casa depois da aula, ok. - falei bem próximo ao seu ouvido e vi seus pelos eriçarem com minha aproximação, - vou estar te esperando lá. - Me levantei rebolando suavemente saindo dali sem esperar uma resposta do maior.

De hoje você não escapa, Taehyung.