Capítulo 33

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A maior dor que o homem pode sentir não acontece no seu corpo, mais sim na sua alma.

Ana

Eu não estava conseguindo dormir. Miguel também não estava muito bem. Ele estava tão enjoadinho.
Eu coloquei ele na cama comigo, e nem assim ele dormiu bem. Toda hora ele chorava.

Eu estava na janela olhando a vista. Eu me sentia extremamente cansada. Quando meus olhos pesaram e eu fui em direção a cama, bateram na porta.
Já era quase quatro cinco da manhã. Era meu pai, eu abri a porta.

- Não dormiu princesa.

- Miguel estavam pouco enjoado.

Ele entrou no quarto e fechou a porta.

- O que foi? E porque não me ligou?

- Eu acho que seja os dentinhos.

- Acho bom ver um médico. Vamos pra Florença agora, um amigo meu estará esperando em casa pra examinar ele.

Durante o voou eu achei meu pai tão distante e triste. E eu estava na mesma vibe.
Eu detestava está longe de Pietro, e o fato de não saber nada dele. A história da mulher dele, era outra coisa que me deixava louca. Ninguém sabia nada dela, nem de sua morte.

Eu sentia tanta saudades dele. Mas principalmente sentia saudades de nós dois. Agora era muito pior que no começo, a saudade é a expectativa me deixava tão ansiosa.

Quando chegamos em casa tinha um senhor esperando pra examinar Miguel. Quando ele se aproximou eu entrei em pânico. Meu pai pegou Miguel e pediu pra que eu fosse dormir um pouco.
Eu tinha que ficar, era meu filho, mas eu não conseguia. Eu queria chorar e eu não podia fazer na frente do meu pai. Ele já se sentia culpado.

Eu entrei no meu quarto e corri pro banheiro. Eu me perguntei se um dia eu deixaria de me sentir suja.
Quando terminei meu banho eu fui ver meu pai. Ele estava sentado no jardim pra Miguel tomar sol.

Quando eu sentei do seu lado ele me olhou. Meu pai havia chorado e eu me sentia ainda mais culpada.

- Eu sinto muito papai.

- Eu que sinto. Cássio está morto, eu e Pietro o matamos. E ninguém nunca mais vai tocar em você.

Deus me perdoe. Mas eu era grata por isso, meu maior medo era de ver ele novamente. Eu encostei minha cabeça no ombro do meu pai. Ele estava tão tenso. Ele abraçou meu ombro.

- Você tinha razão era os dentes.

- Graças à Deus.

- Eu gostaria de te fazer algumas perguntas.

- Pode perguntar.

- Você não quer fazer ir pra universidade, fazer um curso ou qualquer outra coisa.

- Não.

- Princesa Miguel não vai te atrapalhar. Você sempre gostou de estudar.

- Porque era a minha válvula de escape. Ter professores o dia todo me ajudava a passar por tudo.

- Sinto muito. O que quer fazer, você tem dezenove anos e se recusa a viver.

- Eu não me recuso a viver. E eu não acho que pra mim, sair pra beber e passar a noite fora seja viver. Eu não sou assim.

- O que pretende, ficar em casa isolada com Miguel.

- Não sei ainda. O senhor não precisa se preocupar com isso.

A queda de um anjo.Onde histórias criam vida. Descubra agora