Capítulo 14

4.4K 398 23
                                    



A verdadeira paz não é apenas a ausência de guerra, é a presença da justiça

Pietro

Quando Nina entrou em meu escritório e soltou a bomba, que achava que meu Anjo havia sofrido abuso psicológico. Eu fiquei louco. E o pior a porra dos sinais estavam em todas as partes, e eu não prestei atenção o suficiente para descobrir.

Eu deveria ter percebido no primeiro sinal, ela deixou o convento, onde viveu por dezoito anos, sem despedir de ninguém. E o pior ela parecia aliviada de entrar no carro com um homem estranho.

Quando Nina me pediu pra levá-la embora pra ela ter uma família, eu fiquei a beira de um colapso. Nós dois somos uma família. Eu não entendo como meu Anjo não consegue ver isso.

Eu parei na porta da cozinha e olhei ela lavando as cenouras, cozinha foi seu refúgio a vida todo, e ela continua a fazer isso.
Quando ouve o episódio da igreja, e eu estava viajando, ela assou pães e biscoitos para os meus soldados. Eu não acredito que deixei essa porra passar.

Eu a levei até nosso quarto. Eu precisava saber tudo. A angústia no tom de voz dela, o desespero. Mas infelizmente eu precisava saber de tudo, cada detalhe.

- Você sempre será meu anjo. Nada pode mudar isso. Você é a mulher que eu amo.

Eu abracei ela na intenção de fazê-la parar de chorar. Mas o efeito foi contrário.
Depois de muito tempo ela deu uma acalmada.

- Me conte Anjo, desde o começo.

- Pietro.

- Não Anjo quero saber tudo. Comece.

- A madre superior, ela apenas me dizia as verdades. Ela fazia isso apenas par que eu pudesse me arrepender e alcançar perdão.

- O que ela dizia anjo?

- Que eu sou uma pecadora como a minha mãe, que eu estou viva apenas pra pagar os pecados dela. Que nunca terei uma família. Eu não sou digna.

Porra. Essa filha da puta estava fodida em minhas mãos.

- Ela te batia?

- Não, a irmã Dulce era responsável por me castigar. Ela

- Me conte anjo.

- Quando eu era menor, ela me batia. Mas depois ela passou a me dar outros castigos, como ficar sem comer, ficar oras de joelhos. Ela já me tomar banho gelado no meio da neve. Eu já cheguei a dormi do lado de fora do convento. Eu senti tanto medo.

Ela sussurro a última parte. Eu achei que eu tivesse sofrido quando criança. Mas nada como o que meu anjo passou.

- Ta tudo bem Anjo. Ninguém nunca mais vai voltar a fazer isso com você. Porque nunca contou a seu pai.

- Porque era Deus que mandava me castigar. E Deus fazia isso pra não levar meu pai.

A mente do meu amor foi tão distorcida, que ela nunca seria capaz de acreditar, se eu dissesse que elas apenas usava essa desculpa pra praticar a crueldade presentes nelas.

- Mas alguém?

- A irmã Clara e a Irmã Dulce me diziam- ela voltou a chorar. - Você é uma Puta, uma pequena vergonha, um pequeno pecado. Você não é digna.

Ela voltou a soluçar. Eu precisava de todos os nomes.

- Mas alguém anjo?

- A irmã Rosália.

A queda de um anjo.Onde histórias criam vida. Descubra agora