Capítulo XXI

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Depois do ocorrido eu só queria dormir pra tentar acordar melhor. No entanto, antes liguei pro Nathan. Contei o que aconteceu com muita vergonha. Quem desmarcaria um jantar em cima da hora com Nathan Barone? Só minha mãe pra me causar tal constrangimento... Mais uma vez pude perceber o quão especial ele é, pois entendeu de boa a situação. Ficamos conversando por quase uma hora. Foi com muita luta que o convenci de que eu estava bem. Ele queria vir aqui em casa, não deixei. A preocupação dele é tão reconfortante, tão meiga. A gente se apaixona é por essa demonstração de carinho, pelo cuidado depositado em cada palavra ou gesto. Deve ser por isso que pessoas egoístas dificilmente são amadas...

Agora estou me arrumando para o tal jogo que ele ven assistir. Minha mãe? Bem, encontrei com ela de manhã, simplesmente ignorei. Jurei pra mim mesma que nunca mais vamos brigar. Não vale a pena. Termino de me vestir (look: vestido rosa soltinho e rasteira). Campainha toca e saio do quarto quase correndo. Meu pai abre a porta.

N: boa tarde

A: boa, rapaz, entre

Eles deram um aperto de mão e em seguida aquele abraço de homem batendo nas costas. Me aproximo deles meio tímida meio idiota.

Eu: oii

N: oi, meu amor

Eu já disse o quanto abraçar esse menino é bom? Dá vontade de não soltar nunca mais. Durante o longo abraço ele me pergunta como eu estou. Respondo que é impossível estar mal em seus braços. Sim, pareço uma boba apaixonada. Papai faz aquele típico som com a garganta (aquele que parece uma tosse) pra lembrar que existe. Tive que largar o Nathan.

Eu: ops, foi mal pai

N: desculpe

A: td bem, eu entendo como é

Demos risada. Meu pai pega a chave do carro que está em uma mesinha de centro. Não entendi. SÓ FALTA ELE IR TRABALHAR TAMBÉM. JURO QUE ME MATO.

A: Nathan, qual seu time?

N: palmeiras

A: aah, vc é homem de verdade

Eu: tá, mas... E pra que a chave do carro?

A: vamos assistir ao jogo no clube

Eu: oba! Vou pegar minha bolsa

A: não, só homens podem ir

Arregalei os olhos. Fala sério. Eles começaram a rir da minha expressão. Deve tá engraçada msm.

A: vc não se importa, né?

N: não...........

Eu: mas eu me importo, isso é preconceito contra a mulher

A: vc nem gosta de futebol

Eu: que é isso, pai, eu amo de paixão

N: então canta o hino do Palmeiras

Eles ficaram me olhando. Por que nunca aprendi esse hino, gzuz? Aff, me ferrei. Nathan rindo me deu um selinho.

A: conversem por um minuto enquanto eu tiro o carro

Eu: é sério isso?

A: claro, quero conhecer melhor seu... Ficante?

"Namorado" respondemos eu e o Nathan. Papi saiu rindo. Um de frente pro outro, de mãos dadas. Os olhos castanhos mais lindos do universo em mim. Quero pra sempre esse menino.

Eu: tô zangada

N: relaxa, como eu já disse, quero ser amigo dele

Eu: mas isso foi sacanagem

Learn To Fly (Fanfic Banda Fly)Onde histórias criam vida. Descubra agora