Carol e Sam empacotavam suas coisas nas grandes caixas que haviam ali, finalmente dariam adeus a aquele minúsculo quartinho que dividiram por longos semestres.
– Vou por essas caixas no carro e volto para ajudar você. – o pai da garota diz e desce com três caixas empilhadas uma sobre a outra.
O celular de Carol começa a tocar em seu bolso e ela atende assim que vê o nome de Changbin na tela.
– Carol? Tudo bem? – ele diz parecendo um pouco apreensivo.
– Sim, estou arrumando algumas coisas, aconteceu algo?
– Preciso que você fique calma e me escute... – Changbin suspira começando a falar em seguida.
Enquanto o rapaz lhe explicava o que havia acontecido pelo telefone, tudo em sua volta parecia estar desmoronando, as paredes perdiam a cor e o chão se desfazia em cinzas. As lágrimas começam a rolar por seu rosto descontroladamente parecendo nunca cessarem e a garota vai de encontro ao chão com o coração entalado na garganta enquanto todo o resquício de esperança que tinha se esvai.
Minho havia tido uma overdose depois de injetar uma alta quantidade de heroína.
Uma das coisas pela qual mais temia havia acontecido realmente, estava acontecendo agora neste exato momento e não tinha forças para se erguer e ir até o hospital onde ele estava, tinha medo. Tinha medo do que podia ver, de como o encontraria e não sabia se aguentaria sentir tudo aquilo em uma pancada só.
Mas mesmo cheia de incertezas ela foi, avisou Sam e o seu pai que a levaram ao hospital sem êxito. Durante todo o caminho, Sam tentou confortar a amiga acariciando sua mão largada sobre o banco traseiro do carro onde Carol não conseguia mais deixar nenhuma lágrima rolar, não expressava nenhuma emoção e olhando pelo retrovisor do carro, seu pai também ficou apreensivo. Quando jovem, perdeu o melhor amigo para as drogas mas nunca teve coragem de se abrir sobre aquilo com a única filha, gostava da imagem perfeita que ela tinha dele e não queria destruir isso, não queria que Carol soubesse que sua única figura de exemplo também quase teve uma overdose de drogas quando descobriu que teria uma filha vinda de um relacionamento conturbado.
O carro freia e para em frente à entrada do hospital, logo atrás de uma ambulância, Carol sai correndo sem esperar por nenhum deles e entra no hospital morrendo de ansiedade para ver o único rapaz que a fez realmente sentir o que era viver.
Quando a porta do elevador se abre, Carol se depara com um longo corredor silencioso, novamente sent o coração preso na garganta, os médicos passando por ela parecendo pisarem nas nuvens e agindo como se todos os dias não lidassem com pessoas a beira da morte. Ela vira para o outro lado e vê Changbin, ele andava de um lado para o outro com as mãos atrás da cabeça enquanto parecia resmungar alguma coisa.
Foi então que sentiu os seus pés congelarem, sua mãe também estava ali sentada com o que parecia ser um terço entre as mãos, Carol se aproximou em passos lentos com o pai e Sam ao seu lado. Changbin quando a viu começou a chorar, seus ombros murcharam e ele envolveu os grandes braços ao redor dela.
– Foi culpa minha, foi tudo culpa minha, se eu tivesse sido mais presente...
– Não, por favor não faça isso. – Carol diz enquanto esfregava as costas do rapaz com a mão suavemente tentando fazer transparecer que estava calma, mas por dentro sentia que poderia explodir a qualquer momento.
Ela se negou a ir embora naquela noite, ficou com Changbin e sua mãe no hospital enquanto Sam e seu pai foram embora. Enquanto a mãe de Changbin rezava baixinho segurando o terço entre os dedos, Carol decidiu se pegar a única coisa que ainda tinha já que não havia nada que pudesse fazer por Minho naquele momento, ela levantou-se do lugar onde estava sentada e sentou-se ao lado dela, deslizou os dedos delicadamente para dentro das mãos da senhora e as agarrou.
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refuge - lee know - stray kids
Fanfiction"Não há toque ou sentimento, prazer ou dor qualquer coisa como a forma como você está correndo em minhas veias. " [plágio é crime] NÃO PERMITO ADAPTAÇÕES #1 em skz #1 em leeminho #1 em juvenil #2 em leeknow #3 em juventude