Atitude

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Ela estava impaciente. Já havia dados todos os sinais e a resposta sempre fora a mesma. Silêncio. Mas, os sinais que recebia também não garantiam que pudesse desistir. Ou talvez ela não quisesse desistir.

Não importava o que significava, o fato era que estava empatada. Em um ata e não desata que a fazia apertar as mãos com força quando ele olhava em seus olhos e simplesmente mantinha sua postura habitual. Como se não a enxergasse. Seu estômago fez um barulho alto. Efeito colateral, ela sabia.

Soltou o ar. Estava tensa demais para raciocinar o que se passava. Olhou ao redor. Estúpida! Esse era o seu sentimento a seu respeito. Ele queria estar livre de todos os impedimentos. Estúpido! Porque não dizia aonde queria chegar desde o início. Não sabia a quem culpar, então dividiu a culpa em dois, ficaria mais leve se todos assumissem seus erros. Mas ela tinha dificuldade em não errar nessa categoria de erro. Frequentemente ela caia nesse mesmo quadro. Estúpida! Estúpida!

Quando já tentava desfocar seus pensamentos para longe a voz fez eletricidade passar pelo seu corpo.

_Esta tudo bem? _ disse_ precisa de ajuda?

Sua garganta secou, talvez não fosse tão estúpida por pensar que ele se aproximaria. Os argumentos simplesmente sumiram, a raiva que sentirá dele fugiu dando lugar a uma fragilidade que a desconcertava de encara-lo.

_S-sim, e-é... poderia tirar me ajudar a tirar o carro? E-eu t-te fechei, e, ai... desculpa ele morreu bem na sua passagem.

_Marinheira de primeira viagem é assim mesmo _ disse rindo_ não se preocupe, eu te ajudo com isso.

_Acontece pelo menos uma vez na semana _disse me levantando do carro com todo meu orgulho esmigalhado, mas suas palavras foram as mais bonitas que ele poderia ter dito, fazendo-a sentir-se segura e grata por te-lo ali.

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