Capítulo 44

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Maya Y. Bolat...

Olho para Erhan que está na minha frente com um olhar preocupado.

— Preciso ir embora. - Aviso.

— O que está acontecendo? - Ele pergunta, se levantando e ficando na minha frente.

— Alguns problemas familiares, estão precisando da minha presença em casa. - O enrolo, não posso comentar sobre as cartas com ninguém.

— Eu te levo. - Ele diz e dessa vez eu nem mesmo penso em recusar já que não vim com o meu carro e no momento a última coisa que me importa é que me vejam com ele. Eu preciso saber o que está acontecendo e o conteúdo da nova carta.

Sigo em silêncio a seu lado até seu carro e entro quando ele abre a porta do passageiro para mim, um gesto que eu apreciaria se não estivesse tão nervosa.

Fazemos o caminho inteiro em silêncio, a não ser pelas instruções que eu dava por onde ele deveria ir. Obviamente eu não estou o levando até a minha casa, ninguém além dos próximos sabe onde fica para evitar qualquer tipo de ataque. Mas como lembro que hoje estava marcado para todos irmos até a casa de Mel, imagino que eles já estejam lá. Direciono Erhan até um local próximo e finjo que é a casa onde preciso ficar, daqui eu posso seguir a pé até onde todos estão.

— É aqui. — Digo quando ele passa por uma casa aleatória e o mesmo para o carro.

— Se precisar de ajuda, é só me ligar. — Ele diz e eu sorrio concordando. Se ele soubesse.

— Tudo bem. Obrigada pela carona. — Digo e me aproximo indo em direção a sua bochecha mas no último segundo ele vira o rosto, fazendo nossas bocas se encostarem brevemente e só esse simples toque é o suficiente para mexer comigo.

— Desculpa, não podia perder a oportunidade. — Ele diz, sorrindo malicioso.

Apenas nego com a cabeça sorrindo e desço do carro. Espero que ele se afaste, mas isso não acontece.

Então abaixo e coloco meu rosto na janela para que ele possa me ouvir.

— Não sei se é uma boa ideia meu irmão te ver me deixando em casa. Ele é ciumento e ainda não aprendeu a lidar com isso. — Digo, arrumando desculpas para que ele se afaste e eu possa finalmente caminhar até a casa de Mel.

— Só quero ter certeza que você estará segura. — Ele diz.

— Pode ter certeza que eu estou. Nada vai acontecer comigo, só prefiro arrumar mais uma confusão. — Digo e ele me olha por alguns segundos me estudando e eu mantenho a minha expressão neutra para que não suspeite de nada.

— Tudo bem. Nos falamos depois então? — Ele pergunta.

— Claro. Obrigada mais uma vez. — Digo, me afastando novamente do carro e ele dá partida, finjo que estou indo em direção a casa onde ele me deixou para que não suspeite e quando percebo que o carro já sumiu de vista, sigo para a casa de Mel.

Como de costume, apenas entro assim que chego lá. Quando atravesso a sala, vejo todos andando de um lado para o outro enquanto encaram um papel que está em cima da mesa de centro.

— Como assim chegou outra carta? Não pode ser da mesma pessoa. — Digo olhando para eles.

Umüt levanta e vem na minha direção me abraçando e eu retribuo. Poucas vezes essas malditas ameaças me afetaram, mas devo admitir que essa mudança repentina de método está me deixando preocupada.

Durante 5 anos, ele foi muito específico mandando apenas uma carta por ano e em uma única data. Porque essa mudança agora?

Mel se aproxima da mesa, pega a carta e vem na minha direção.

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