Capítulo 8

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Jimin.

Depois de uma boa soneca, me levanto para ir ao banheiro, aproveitando, vou tomar um banho gostoso pra tirar a preguiça.

Antes do banho, pego uma roupa confortável no closet, e levo para o banheiro, já que o Sr. Jeon tem mania de invadir o quarto, então é melhor tomar cuidado para não morrer de vergonha, se ele entrar no quarto quando eu estiver trocando de roupa.

Ninguém ensinou pra ele bater na porta antes de entrar?

Deixo a banheira enchendo enquanto me olho no espelho, tentando imaginar minha barriga imensa. Não nego que estou ansioso pra ver ela grandona.

Ao ver que a banheira encheu fecho o registro, coloco os sais de banho, todos com cheirinho de cerejas. Acho que a vó comprou esses produtos especialmente para mim.

Entro na banheira cheia de espumas e relaxo curtindo a temperatura gostosa, enquanto brinco assoprando as bolinhas que voam deixando meu banho ainda mais fofo.

Fico brincando com as bolhas até notar que meus dedos estão enrugados.

Saio da banheira com cuidado, apoiando minha mão nas bordas, pisando no tapete fofo. Ao notar que estou seguro, pego a toalha para secar meus pés, me sentando no banquinho que tem nesse banheiro imenso, se não calculei mal, deve ser do tamanho do meu quarto no apartamento.

Após secar bem meus pés, calço as pantufas, e vou pegar o hidratante na bancada, quando ouço vozes discutindo, mesmo falando baixinho, eu consigo ouvir a voz da vó brigando com o Sr. Jeon, por ele ter saído de casa logo após minha chegada.

“— Eu não acredito que você deixou o ômega aqui e correu atrás daquela vagabunda interesseira! — a vó diz parecendo bastante irritada — Pela lua Jungkook, você não vê que esse ômega te ama? Ele está se sacrificando, guardando seus sentimentos na gaveta para quê? Pra você deixar ele aqui e correr atrás de alguém que jamais dará a você o que ele está lhe dando, e olha que não estou falando só do bebê, estou falando de sentimentos sinceros, ao ponto de abrir mão de você por saber que você não o ama.

— Eu já estou fazendo o que a senhora quer, já estou fazendo o que posso pelo meu filho, mas não posso dar a ele um sentimento que eu não tenho vovó! — Sr. Jeon responde também irritado e suas palavras me machucam — Ele sabe que nossa relação é somente pelo bebê, não adianta a senhora criar um romance nessa sua cabecinha, eu não sinto nada pelo Ômega a não ser a responsabilidade pelo meu filho que ele está carregando.”

Mesmo sabendo desde o início  que eu não passo de uma incubadora, ouvir suas palavras agora machucam muito. Mesmo que eu tente ser forte, há momentos que isso se torna impossível.

Acabo de me vestir, já decidido do que preciso fazer.

Saio do banheiro, pego meu celular e vou em direção ao quarto ao lado e bato na porta, que não demora a ser aberta pelo Sr. Jeon sem camisa, seu peito e seu pescoço marcados por unhas e cheio de marcas de chupões.

Respiro fundo antes de me pronunciar.

— Sr. Jeon, poderia me levar para o meu apartamento, por favor? — pergunto mas logo me arrependo — Melhor, o senhor pode pedir ao motorista que me leve embora?

— Você vai embora? — a vó aparece empurrando o Sr. Jeon para o lado — O que houve?

— Infelizmente eu ouvi toda a conversa enquanto estava tomando o banho, afinal eu sou um lúpus! — abaixo meu rosto para esconder as lágrimas — Estando aqui eu tenho certeza que não conseguirei segurar meu filho por muito tempo, já que a cada hora acontecerá algo que me deixe triste ou decepcionado. Então, eu prefiro ficar distante do Sr. Jeon pelo bem do meu filho. Eu não me importo com quem ele se deite, só não preciso ser informado quando isso acontecer. Eu sou bem consciente de que ele não me quer, que eu não passo de uma incubadora, entretanto, eu exijo um pouco de respeito, pelo menos enquanto “seu filho” estiver aqui dentro.

 Tied. (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora