Capítulo 48

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Jungkook.

Durante o velório, fico o tempo todo abraçado com o meu irmão enquanto o meu pai ampara a vovó. Os dois são os mais abalados, por estarem perto da Jeongyeon durante a semana que antecedeu o suicídio.

Eu entendo o sentimento deles nesse momento, que é de fracasso e desamparo, pois é assim que eu me sinto.

A luta contra a depressão é algo tão difícil que infelizmente nem sempre conseguimos vencer, pois bastou uma noite e tudo foi perdido.

O psiquiatra que atendia a minha irmã, veio conversar conosco após receber a notícia, e disse que se arrepende de não ter pedido a sua internação, acreditando que por ela estar em família recebendo todo o amor, ela se sentiria mais forte. Também explicou como uma pessoa no estágio em que a Jeongyeon estava, não consegue enxergar nada além da sua dor, que a pessoa adoecida se afasta de todos e ao mesmo tempo se sente abandonada, e não consegue enxergar que quem está ao seu lado dando suporte, o faz por amor. Todo o amor dado nesse instante não é sentido ou notado pela pessoa adoecida.

O antidepressivo demora uma semana, e às vezes um pouco mais para começar a agir e o ansiolítico a fazia dormir. Não deu tempo da medicação agir, seu estado de saúde estava bem pior do que se imaginava.

Ninguém nunca estará preparado para perder alguém tão prematuramente.

Chegando em casa, cada um vai para o seu quarto em silêncio, pois a dor é grande demais.

Vou até o meu quarto, ver o meu marido, que deixei em casa com os bebês, sendo ajudado pelos funcionários da casa.

— Oi meu amor! — Jimin se levanta e vem correndo me abraçar e me leva para sentar na poltrona próximo da janela se sentando sobre as minhas pernas. Sentindo seu cheiro, me sinto confortável para deixar toda minha tristeza evidente — Pode chorar meu amor, eu sei o quanto está sendo difícil segurar sua dor para consolar o seu irmão.

Não consigo dizer nada, só fico ali, dentro do abraço que me fortalece, sentindo seu cheiro me acalmando, até que um dos bebês acorda. Meu marido beija meu rosto e vai pegar o Seongyoon o colocando sentado em meu colo e corre para pegar a Jennie que também acordou.

— Oi bebezinho lindo do papai! — beijo o rostinho do meu filho — Tá com fominha?

— A funcionária acabou de descer para preparar a mamadeira deles, ela já deve estar subindo.

Jimin senta novamente em minhas pernas, agora com a Jennie em seus braços. Ficamos os quatro ali, os dois bebês ainda cheio de preguiça por terem acabado de acordar, deitando em nossos ombros, enquanto Kai ainda dorme tranquilo.

Passo a semana dando atenção para a minha avó e o meu irmão, que aos poucos vão se acostumando com a dor da perda. Com o passar dos dias se distraem com os bebês, que estão cada dia mais espertos e bagunceiros.

Esquecer é impossível, o tempo nos ensina a conviver com a dor da perda, transformando toda dor em saudade.

Pouco a pouco as coisas vão voltando ao seu ritmo. Jung-hyun finalmente se sente bem para iniciar o estágio que foi adiado por mais de dois meses. Ainda está sendo difícil para ele viver sem a Jeongyeon, mas como ele diz; que por ela, ele irá se dedicar ainda mais aos estudos para ser um ótimo profissional em medicina.

O casamento grande que minha avó sonhava não acontecerá, nossos pais optaram por um casamento simples no cartório, com um jantar em família e parece que minha sogra/madrasta ficou muito satisfeita. Ela é muito compreensiva, o Jimin puxou muito da personalidade dela.

A vovó está usando toda sua energia para seguir em frente. Quando não está envolvida com as coisas da empresa, está em nosso quarto mimando seus bisnetos.

 Tied. (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora