Capítulo 19

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Jimin.

O caminho até o hospital foi curto, ainda mais diante de tantas coisas para pensar, muitas informações jogadas sobre mim, que me deixou num misto de euforia e apreensão.

Saber que ele havia bloqueado o número da Tiffany e a expulsou da empresa me fez sentir que as coisas não eram exatamente como eu entendia, que ele estava pelo menos tentando tornar o período que estávamos juntos, menos caótico.

Apesar do meu coração apaixonado e sonhador insistir em querer acreditar que havia algum sentimentos envolvidos nas suas atitudes, minha mente cética me força a fugir desta teoria, talvez como uma forma de me poupar da queda, trazendo a lembrança das marcas em seu corpo, evidenciando tudo que aconteceu entre eles, enquanto eu lutava para manter o meu filho saudável. Isso não é algo fácil de esquecer e pensar sobre isso, quebra toda a ilusão.

Não há uma memória afetiva para que eu me agarre, já que nunca houve de fato uma relação entre nós dois, com isso, as lembranças negativas se sobrepõem, me deixando em permanente estado de alerta sempre que há uma aproximação com o Alfa.

Entro no hospital e vejo as pessoas me olhando curiosas, enquanto caminho para a recepção.

— Boa noite, poderia me informar qual o número do quarto que o Sr. Jeon está internado? — pergunto tentando ignorar a cara de surpresa da recepcionista.

— Boa noite, Sr. Jeon! — ela volta o olhar para a tela a sua frente — Sr. Jeon está na área VIP, no quinto andar, quarto 512. O médico já deixou tudo preparado para o seu pernoite.

— Obrigado! — sigo em direção ao elevador.

Enquanto aguardo o elevador, mesmo sem querer, ouço alguns cochichos.

“Eles não estavam separados?”

“Será que a humilhação pública não foi suficiente, será que esse ômega não tem um pingo de amor próprio?”

“O que ele está fazendo aqui, eles não estão divorciados?"

Provavelmente essas pessoas se esqueceram que eu sou um lúpus, ou estão fazendo isso de maldade, só para me machucar.

Como eu gostaria que a vovó estivesse aqui neste momento, tenho certeza que ela resolveria este problema rapidamente.

Já está sendo bem complicado pra eu estar aqui, tanto que eu nem tenho coragem de olhar na direção deles. Por mim eu jamais colocaria os pés novamente neste hospital.

Agradeço aos céus por ver a porta do elevador se abrindo.

Entro no compartimento, me sentindo aliviado por não estar mais no campo de visão dessas betas insuportáveis, não ouvindo mais os seus julgamentos.

Ao sair do elevador no quinto andar, caminho olhando os números dos quartos. Encontro ao ver a cortina aberta, de onde tenho a visão do alfa dormindo ligado ao monitor cardíaco.

Entro no quarto fechando bem a cortina, tranco a porta e vou até o banheiro trocar de roupas para me deitar ao seu lado, a cama já está posicionada ao lado esquerdo.

Apesar de eu gostar de dormir com roupas curtas, como sei que não estou em casa, uso o blusão para cobrir o meu corpo, ele vai até o meio das coxas, parecendo um vestido.

Pego o edredom que deixaram pra mim, me deitando o mais próximo possível do alfa, buscando o seu calor, já que o quarto está muito gelado.

Aproveito que ele está adormecido, para admirar seu rosto bonito, toco pela primeira vez em seus cabelos macios e negros como a noite sem luar.

 Tied. (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora