Capítulo 12 - Medos

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MATTHEW:


Céus e se ela não nos aceitar? Não sei como foi a vida de Derek, mas ele pelo menos a conhecia de antes. Eu sei que não fui exatamente o exemplo de bom moço. Quando você tem a sua vida toda traçada para você pelos outros acaba agindo como um idiota em algumas situações.

Eu literalmente usei algumas, ou muitas, mulheres para passar o tempo. Nunca fui desrespeitoso mas nunca tratei elas como mais que uma transa.

Sabia que teria que acasalar com quem o conselho decidisse caso não encontrasse minha companheira então não adiantava criar esperanças.

Ao contrário do que os romances dizem não é fácil encontrar um companheiro de alma. É literalmente um jogo de sorte, por isso muitos paranormais acabam escolhendo um acasalamento da mesma maneira que os humanos. Eu nunca tive essa opção, minha parceira teria de ser aprovada pelo conselho da matilha.

A única coisa que superaria isto seria encontrar minha companheira. Isto é sagrado para os lobos, a coisa mais valiosa que se pode ter e ninguém ousa interferir.

Agora eu encontrei ela e gostaria de não ter extravasado minhas frustrações com as mulheres.

Claro que muitas delas também queriam poder dizer que já estiveram comigo, o "príncipe dos lobos". Título idiota! Só porque sou o último alfa de linhagem pura entre todos os lobos cinzentos. Besteira. Que diferença isso faz.

Meu amigo Oliver é um Beta que sempre riu disso comigo. Mas não deixou de aproveitar a minha fama estúpida. Muitas vezes nós compartilhamos uma ou muitas mulheres.

Eu também tive a minha cota de curiosidade sanada sobre diversos fetiches e fantasias. Acho que são poucas as coisas que não experimentei.

Deus! Deve ter sido algumas dessas coisas que Marie deve ter visto em minhas memórias. Que estúpido eu fui!

Nunca pensei que conseguiria encontrar minha companheira e mesmo nos poucos momentos que tive esta esperança nunca imaginei que ela iria saber as coisas que fiz.

Eu tinha que ser o mais sortudo, encontrei minha companheira e nossa ligação é tão forte que é uma bênção para qualquer companheiro. No entanto eu tenho vergonha do que ela pode ver em mim. O melhor de tudo é que se ela me perdoar e aceitar acasalar comigo a chance é de que não reste nenhuma barreira e eu seja um livro aberto.

Eu gostaria que ela tivesse orgulho de mim. Agora tenho medo pois só posso esperar rejeição. Não sei como lidar com isso.

Ainda tenho que ajudar o Derek, pois além de estar nesse barco comigo eu também sou Alfa dele. Que maravilha de Alfa eu sou.

Nem opção de fugir e me esconder do mundo eu tenho. Se não ficar para enfrentar tudo Marie irá sofrer e muitas pessoas podem se machucar. Cristo, imagine um Dire Wolf selvagem solto. Teríamos muitas mortes e pânico.

Mas não importa as desculpas que eu me dê, eu fiz tudo o que fiz consciente. Na realidade consciente demais. Eu queria que nenhuma loba escolhida pelo conselho me aceitasse por conta do meu comportamento. O que no final só foi pior pois a Kendra resolveu que minha posição era mais importante e usou minhas atitudes para afastar outras possibilidades de mim.

Agora que estou parando para pensar em tudo sinto vergonha de mim. Que porcaria de companheiro eu me tornei. Que loba aturaria os olhares de pena, inveja, desprezo e raiva que certamente virão das outras mulheres em minha matilha. Somente a Kendra mesmo. Ela não se importa com nada e ninguém. Eu fiz por merecer a minha situação.

O hilário é que resolvi meu problema inicial, nenhuma loba vai acasalar comigo agora que encontrei minha companheira, meu lobo alfa não permitirá que eu me relacione com nenhuma outra mulher. Ele vai rasgar qualquer uma que tente assumir a posição de Marie. Isso é uma coisa que nem o mais disciplinado shifter pode deter e mesmo que conseguisse controlar o lobo, nenhuma droga conseguiria fazer com que meu corpo respondesse a outra mulher. Já vi um caso em que um alfa quis forçar o filho a ter descendência com outra mulher que não a companheira dele, nada funcionou e eles usaram coisas difíceis de imaginar.

Lua NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora