Invicto

Capítulo 29

Cauã 🚩

Hoje tem 2 semanas que a Mayara veio morar comigo e hoje eu tenho certeza de que ele é a mulher da minha vida, ela é tudo que eu preciso e eu não tenho dúvida nenhuma disso.

Ela sempre teve razão, todos se afastaram de mim, nem mesmo a minha mãe tem falado comigo nesses últimos meses.

Entrei em casa e vi algumas roupas jogadas pela sala, me abaixei para pegar e fui em direção ao quarto, havia mais roupas jogadas pelo chão e na cama e a Mayara estava esparramada dormindo por cima das roupas mesmo. Joguei tudo em cima dela e fui até o banheiro, na pia tinha resto de pasta e o lixo tava transbordando e com um absorvente usado quase caindo pra fora, fiz uma careta e sai de casa sem fazer barulho.

Antigamente a Rosa vinha dar uma geral aqui de 15 em 15 dias, agora ela ta vindo uma vez na semana, mas porra, ta foda viver assim. Mandei mensagem pra ela vir amanhã bem cedo dar uma geral na casa e montei na moto seguindo até a casa dos meus pais.

Parei no portão pensando bem se entraria ou não, não tive coragem de entrar, montei na minha moto e dei partida em direção a boca.

Entrei e abri uma gaveta pegando um pacote de ouro branco, fiz duas carreiras e cheirei, estou tão perdido nessas últimas semanas que tudo parece só fazer sentido quando estou na brisa. Acendi um baseado e fiquei ali marolando na minha brisa até apagar.

Acordei com o boca abrindo a porta com força, a luz que entrou fez meu olhos arder e eu coloquei a mão na frente.

- ta com problema viado? -  Perguntei me sentando direito na cadeira.

Minha coluna chega gritou.

- tua mulher ta louca atrás de tu por ai – falou e eu levantei.

- vou dar uma passada em casa pra ver o que ela quer – falei pegando o celular sem bateria em cima da mesa.

- ta parecendo até um cachorrinho atrás dessa mulher – reclamou e eu revirei os olhos – não adianta revirar o olho não, já mandei tu botar essa mina pro correr – ignorei ele e continuei pegando minhas coisas.

- e que moral tu tem de falar disso? – cruzei os braços.

- tenho moral nenhuma mesmo não, mas eu não ficaria lambendo o cu de puta e deixaria a mão do meu filho de lado – falou e eu perdi a cabeça.

- do que que tu ta falando? – perguntei confuso.

- vai cuidar da tua mulher logo – falou virando as costas.

- isso tudo é inveja, sabe que irmão que inveja irmão uma hora caia de vala – falei e ele riu debochado.

- vai lá com teu presente de Deus – debochou de novo.

Resolvi sair de lá logo antes de perder a cabeça de vez e fazer uma coisa que me arrependeria.

Montei na moto e segui o caminho de casa, o som alto dava pra ouvi da rua de baixo, abri a porta e vi a coitada da Rosa passando pano no chão e a voz desafinada da Mayara cantando algum sertanejo vindo da cozinha.

- boa tarde meu menino – Rosa me cumprimentou.

- boa tarde Rosa- falei e eu fui até a cozinha – boa tarde gostosa – abracei ela por trás.

- tava na onde em Cauã? – perguntou se virando pra mim.

- tava na boca – falei me afastando e abri a geladeira.

- a noite toda? Rodei esse morro todinho atrás de tu – reclamou.

- se eu falei que tava é por que tava porra – perdi a paciência.

- e precisa falar assim ? – fez drama – tu fica na rua a noite toda, chega e eu to fazendo sua comida favorita e ainda me trata mal? – fez que ia chorar.

Cheguei porto dela e vi que estava fazendo strogonoff de carne eu nem curto muito, mas nem falei nada.

- desculpa – dei um selinho- vou tomar um banho – falei saindo da cozinha.

Subi e vi que estava tudo arrumado já, dei graças a Deus e fui tomar meu banho e desci pra almoçar.

- me leva no serviço da Raquel? – pediu boca cheia e eu fiz uma careta.

- vai fazer o que lá?- perguntei depois de mastigar.

- vou me encontrar com a Jade lá, colocar a conversa em dia – falou e eu assenti.

Terminamos de comer e eu fui levar ela lá, quando chegamos ela olhou ao redor e me puxou pra um beijo que eu estranhei, mas não falei nada.

....

Respirei fundo olhando para a casa na minha frente, o céu já ta escurecendo e dando um vento gelado, os vigias me cumprimentaram e eu abri o portão, entrei na casa e estranhei o silencio já que sempre tinha alguém em casa.

- mãe? – chamei alto.

Meu pai desceu as escadas com o Henrique atrás dele e estranhou ao me ver.

- Cadê todo mundo? – perguntei e vendo que eles estavam com presa.

- estão no postinho – meu pai falou pegando a chave da moto.

- aconteceu alguma coisa? – perguntei preocupado.

- se nas últimas semanas você estivesse com a sua família saberia – Henrique falou passando por mim sem me olhar.

- Henrique – meu pai repreendeu ele.

- estou falando a verdade pai – se defendeu.

- quem foi? – perguntei com medo de ter acontecido alguma coisa grave com a minha mãe.

- a Ana Laura – falou e eu senti meu corpo todo gelar.

No mesmo instante me lembrei dela, dela e do meu filho.

Porra, meu filho!!

Como pude esquecer do meu filho?

- como eles estão? Eles estão bem pai? – entrei em desespero.

- agora você finge que se preocupa? – Henrique falou.

- não, eu não sei o que aconteceu- falei perdido e cai sentado no sofá – como que eu não me lembrava deles até meio minuto atrás? – olhei pro meu pai e senti meu rosto molhar pelas lagrimas.

- vamos pro hospital – meu pai falou.

Olhei para os dois que me olhavam preocupados e levantei indo até o carro no automático. A minha cabeça esta prestes a explodir, e eu não consigo pensar em mais nada que não seja a Ana Laura e meu filho.

«»§«»

Hj estou de bom humor 💞🥰