Prólogo

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Izuna Uchiha suspirou no momento em que sua mente raciocinou que estava acordado, ainda não abrindo os olhos negros. Quando os fez, teve sorte de sua esposa não ter acordado antes de si e abrido as janelas para a luz matinal não acabar machucando seus olhos. Sua mãe fazia aquilo quando ainda morava com a família, e mesmo que a primeira noite morando na nova casa que dividia com sua cônjuge não tenha sido das piores, sentia falta de sua antiga morada que compartilhava com os amados parentes.

Por agora, diria que o termo 'amados' não se encaixasse em sua vista atualmente ácida sobre os mesmos que obrigaram-no a se casar com uma mulher por dinheiro e fama, principalmente se fosse a que estivesse ao seu lado.

Sentia algo quente encostando em seu ombro nu. Virou a cabeça, as pupilas se acostumando com o escuro enquanto se permitia ver a moça com quem recém-casou com os dedos roçando em sua tez. Delilah Beaufay era uma mulher bonita, adorável e gentil, ninguém melhor para se casar na sua concepção. Teve sorte que a escolheram para si e vice-versa.

Se desfez do lençol, percebendo o corpo nu pela noite de núpcias que tinha sido ontem. Nunca teve uma real atração física para com Delilah, mas não poderia fazer nada se já estava sendo pressionado constantemente pelos pais de ambos para algum tipo de atitude de homem e mais essas coisas ridículas. Ela não protestou em nenhum momento e não parecia descontente, então não hesitou tanto assim.

Se levantou e caminhou até um roupão que tinha no guarda roupas chique proporcionado pela família da Beaufay. Na verdade, quase tudo dali foi fornecido por aqueles ricos, a cerimônia de casamento, pertences da casa e tudo que nescessitava. Tanto que esse foi o objetivo de seus pais, conseguir que alguns de seus filhos fisgasse o coração de alguma donzela de ascendência nobre ou rica para não desabarem na miséria, como estariam destinados a cair se não tivessem achado a melhor oportunidade junto de uma garota morena e bela a qual Izuna era amigo desde adolescentes. Hoje em dia, com vinte e quatro anos e casado, estava pronto para finalmente enfrentar a vida que tantos falavam maravilhas e desastres.

Olhou para o corpo sem vestimentas de sua mulher e engoliu em seco, não sabendo o que era o pequeno amargor em sua garganta. O rosto dela era magnífico, seu corpo o alto padrão da sociedade, a personalidade que todos os homens de Viena matariam para conseguir colocar na própria esposa. Ainda assim, vê-la de tal forma não lhe parecia certo ou reconfortante.

Bem, não precisou pensar muito naquilo de qualquer maneira. Alguém batia na porta com a ajuda da aldrava chique e sabia pois já tinha decorado tal som. Decidiu atender logo antes que aquilo acordasse a outra, deveria estar meio cansada pela cerimônia e a noite, não deveria importuná-la.

Correu pelas escadas enquanto amarrava bem a faixa que repuxava o roupão de alta sociedade que tinha recebido de presente no matrimônio e andou rápido enquanto ajeitava seus cabelos longos e soltos, não se importando de verdade pois tinha quase certeza de que era o carteiro.

Tinha acertado em sua hipótese meio óbvia, mas não conhecia o homem que viu à sua vista quando abriu a porta da frente. Onde estava Natham com sua cara de bunda o infernizando e dizendo que o clima sempre estava ruim?

Quem enxergava era alguém que nunca tinha visto, pois se já o tivesse feito, teria reparado. Era um homem nem magro nem gordo ou corpulento. Uma boina cobria a cabeça e programava uma sombra sobre o rosto alheio, mas mesmo assim conseguia enxergar com clareza os cabelos tão loiros que poderiam ser confundidos com neve, olhos castanhos estranhamente avermelhados e um rosto firme e sério, porém, que se enxergasse por outro ângulo, pareceria tímido e fluído. Pelas características deveria ser alguém de sua faixa etária. Ele era alto, mais alto que si e quase chegava até a porta.

— Ah, olá. — disse quando piscou pela primeira vez — Bom dia.

Deveriam ser aqueles malditos raios de sol incomodando sua mente.

— Bom dia. — a voz dele combinava com o mesmo, era meio baixa mas com um toque de austeridade, além de ter um sotaque que presumia ser britânico

Ele não falou mais nada enquanto lhe entregava dois pares de cartas de dois tipos de papéis e selos, além do jornal diário que pagava no correio para lhe entregarem na porta de casa.

— Ei, hum. — falou sem graça quando achou que ele iria sair, conseguindo sua atenção de volta — Onde está Nathan, o antigo carteiro?

— Infartou ontem no parque central. — quase engasgou com a notícia, mas a voz tranquila do desconhecido o relaxou de forma exótica — Me colocaram no lugar dele, eu era somente um entregador de jornais, mas não quiseram contratar outro empregado.

— Entendo. — sorriu, não iria sentir falta daquele antigo cabrito velho — Iremos conviver daqui em diante, e gosto de ter uma conversa matinal, me chamo Izuna.

Ele assentiu de forma travada enquanto franzia um pouco o cenho.

— Tobirama. Tobirama Senju. — ele gaguejou na última parte, fazendo o Uchiha rir soprado

— É um prazer, senhor Senju.

Torta de Maçã (TobiIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora