Delilah abriu a porta com nervosismo, logo observando a sombra que rodeou seu corpo quando encarou Tobirama à sua frente, este que parecia meio surpreso por sua presença ali. Bem, contando que todos os dias, quem lhe atendia ou era Heather ou Izuna, era de se esperar uma reação daquelas, principalmente depois de tudo que já havia ocorrido recentemente.
— Uh, bom dia. — disse ele desconfiado, mas tentando não parecer grosseiro ou ressentido, principalmente ali na frente dela
Sinceramente, desde que havia dado a permissão para que o Uchiha pudesse dar seu nome para a Beaufay, achava que ela o odiaria eterna e ardentemente, principalmente quando teve a certeza de que ela sentia algo pelo Beaufay. Contudo, a morena lhe surpreendeu ao parecer tão terna que não parecia estar no lugar que estavam agora, com ele como amante do homem que ela amava. E ainda assim ela foi tão gentil e acolhedora...
— Bom dia. — ela respondeu, parecendo meio apressada ou então nervosa
Se surpreendeu quando, enquanto procurava alguma carta dentro de sua bolsa para a casa dos Beaufay, a menor saiu de dentro da casa e fechou a porta, obrigando o Senju a vir alguns passos para trás, para não ficar colado à ela. Ficou apreensivo e ao mesmo tempo curioso com aquilo, a observando virar a cabeça para os lados para enfim se dirigir à si.
— Eu sei que não é o momento certo, mas... Mas eu queria ao menos terminar aquela conversa com você. Aquela da última vez. — ela quase gaguejava, como se estivesse se esforçando muito para falar aquilo. O loiro então ficou calado, a esperando começar, olhando-a intensamente por debaixo da boina, o que a deixou um pouco mais nervosa. A esposa de Izuna engoliu em seco, desviando o olhar, não conseguindo dizer tais coisas enquanto o encarava — Você tinha razão. Eu... Eu o amo. E espero que entenda que não estou contra você nem nada disto por conta do seu relacionamento com ele. O Izuna... Ele nunca demonstrou nenhum sentimento romântico por ninguém em nenhum momento de sua vida, e... O único baque de verdade, foi saber que ele não... Se relacionava com mulheres. Eu fiquei... Eu estou muito chateada com tudo isso. Mas eu nunca, nunca, ousaria fazer mal algum à vocês, mesmo eu achando errado, claro. Você é uma pessoa tão boa, Tobirama, e eu nunca farei nenhum mal à você ou à Izuna, eu prometo.
Enfim voltou à olhá-lo, porém, se assustou ao ver um sorriso pequeno em seu rosto. Acabou corando quando ele se aproximou de si, estendendo uma carta, ao qual o destinatário era si própria.
— Não se preocupe, Delilah. — a voz grossa lhe chamou atenção, mais uma vez ergueu a cabeça para observá-lo e vice-versa — Eu sabia que você faria e falaria exatamente isso. Mas fico feliz em saber que foi corajosa o suficiente para conseguir desabafar isto com a minha pessoa. — alargou o sorriso — Também nunca faria mal à você. Mesmo que eu sinta um pouquinho de ciúmes. — brincou, quando ela havia pegado a carta
— Ciúmes? — ela repetiu sorrindo, sem entender o que ele queria dizer — De mim?
— Sim. — confirmou, ainda sorrindo e se afastando lentamente — O Izuna gosta muito de você, ele a ama mais do que muitas coisas, Delilah. E mesmo que não seja o amor que você possa ter esperado um dia, ou quem sabe espera até hoje, saiba que é tão intenso quanto o que você sente por ele.
Delilah suspirou quando ele se foi, sem dizer mais nada, indo fazer o seu trabalho. Olhou para as cartas novamente e sorriu, animada enquanto entrava dentro de casa novamente. As palavras do maior acabaram surtindo efeito em si, que acreditou no potencial de um possível recomeço para a amizade dela com Izuna, que deveria ser feita de maneira cuidadosa e respeitosa, sempre com a ideia de que não poderia de forma alguma incentivar sua paixão por ele, senão, as coisas desandariam novamente.
×××
Izuna não sabia o que fazer. Tobirama sorriu nervoso por conta disto, pegando sua mão abaixo da mesa. Delilah não havia ido para a casa dos pais — ou onde quer que ela ia — nesta tarde. As outras vezes que ela não fazia isso, normalmente ficava sempre no quarto ou alguma sala onde não pudesse os perceber. Desta vez, desde que ela soube que o Senju vinha na casa deles quase todo dia, o veio recepcionar pessoalmente com o Uchiha ao seu lado. Não os proibiu ou limitou de fazer nada, mas sempre estava lá, por perto, como naquele momento.
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Torta de Maçã (TobiIzu)
Hayran KurguIzuna Uchiha é o filho mais novo de um dos maiores e mais ricos marqueses da cidade de Viena no século XIX, que foi prometido para uma das mais belas damas da cidade, vinda de uma família rica. O casamento, um selamento, tiraria seus pais da futura...