Capítulo 3

371 36 48
                                    

— Izuna, eu realmente não deveria estar aqui. — disse Tobirama com um nervosismo que Izuna nunca viu, como se o Senju tivesse medo de cada decoração a qual estava pendurada na parede enquanto o levava até um das salas de estar da casa

— Não tem problema, Tobirama. — falou descontraído, mas nem tanto

Sua maior hesitação era mais sobre a opinião de Delilah sobre sua ação. Mesmo que ela tenha conversado já com o loiro e ter sido simpática e vice-versa, não sabia se ela concordaria em "estranhos" entrarem em sua residência sem seu consentimento. O próprio Uchiha ficaria incomodado se a Beaufay convidasse alguém que não conhecesse, contudo, tentou deixar aqueles pensamentos sobre a esposa de lado e puxou um pouco mais bruscamente o maior para a sala. Ele ainda tremia como uma folha em meio a um vendaval, porém, sua expressão hesitante e nervosa começou a deixar o moreno meio impaciente por sua teimosia.

— Vamos, não seja teimoso e aceite a minha ajuda. — insistiu, e quando o carteiro abriu a boca para falar algo o interrompeu enquanto dava as costas e caminhava para sair dali — Irei buscar toalhas. Por favor, considere-me e fique onde está, tudo bem?

Não recebeu resposta, todavia, o silêncio o fez imaginar ser uma afirmação, então, se dirigiu até um dos banheiros de hóspedes e pegou algumas toalhas limpas e dobradas do local. Quando voltou, percebeu que Tobirama o tinha obedecido e assoprava suas mãos para se aquecer exatamente no mesmo local que parou. Por um momento ficou satisfeito por tal coisa. Não queria que ele molhasse o seu sofá quando já molhava seu tapete. No entanto, achou aquilo um pouco esnobe e maldoso demais, então somente foi até o Senju e lhe entregou as toalhas, as quais ele pegou com hesitação. O assistiu se cobrir com os objetos, sempre o fitando e desviando o olhar em seguida; e só então percebeu que o estava o encarando demais. Seu olhar e corpo se viraram em direção à janela, que era ainda atormentada pelos pingos incessantes e que pareciam não querer parar mais. Seus braços se cruzaram e somente voltou a fitar o loiro quando este chamou sua atenção com uma pergunta.

— Onde está sua esposa? A senhorita Beaufay?

— Foi até a casa dos pais nesta tarde, infelizmente não pôde voltar com esta maldita chuva. — deu de ombros — Que pelo menos ela sirva para as áreas de cultivo e encher nossos preciosos rios.

O maior concordou em voz baixa e um silêncio se instalou por breves segundos antes da coragem tomar o menor novamente.

— Ainda falta muito caminho até sua casa? — sua cabeça se virou e o olhou através do ombro ao mesmo tempo que o perguntava

— Sim. — ele afirmou em tom baixo e envergonhado, crispando os lábios roxos por conta do frio — Muito obrigado por me dar abrigo aqui.

— Não tem de quê. — sorriu descontraído em sua direção, recebendo um mínimo dele também

Entretanto, quando o viu se esfregar mais em busca de esquentar os próprios braços ficou receoso novamente.

— Que tal tomarmos um chá, hum? Talvez o esquente um pouco.

O carteiro o olhou com certa repreensão e Izuna ficou incomodado com tal coisa. Estava somente tentando ajudar, ele não poderia ter uma mínima consideração? O que Tobirama pensava? Que zombava da cara dele?

— ...Pode ser. — disse o Senju hesitante quando viu seu olhar insistente

Enfim um sorriso se abriu em sua face antes mais séria, e se guiou até ele para enfim se oferecer para lhe mostrar o caminho. O loiro ainda parecia inseguro, o olhando pertubardo às vezes pelo canto do olho, preocupado com suas ações. Tanto que já fazia a impaciência do outro aparecer novamente, mas logo se acalmou quando percebeu o mais alto receber o chá sem aquele olhar amedrontado, como se dissesse que já estava um pouco melhor. Se sentou ao lado dele na cozinha, e ficou o observando beber constrangido. Ficou engraçado em algum momento o ver tão tímido e acanhado por conta de suas encaradas nada discretas e que tinham esse objetivo em questão. Suas bochechas coravam de vez em quando, o deixando um pouco mais sadio já que sua situação era praticamente de um doente.

Torta de Maçã (TobiIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora